Operação Crédito Fértil: empresas da região estão envolvidas em fraude de R$ 270 milhões

FRAUDE FISCAL – Uma operação denominada Crédito Fértil, realizada pela Polícia Civil, o Ministério Público e a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, nesta quinta-feira (16),  visa combater suspeitas de fraude fiscal estruturada na comercialização de matérias-primas destinadas à produção de fertilizantes. A estimativa é que o esquema teria lesado os cofres públicos em R$ 270 milhões durante quatro anos.

Em Santos, funcionaria o escritório desta empresa, onde ocorriam reuniões para desviar o dinheiro. De acordo com o delegado da Receita Estadual, Flávio Wenerck, foram recolhidos computadores e documentos do escritório localizado na Aparecida, em Santos. Os agentes foram também até Registro atrás de uma empresa e descobriram que o local não existia.

Ao todo, os agentes realizaram diligências para encontrar 14 pessoas, sendo uma em Santos e outra em Registro, no Vale do Ribeira. Além delas, são procuradas duas pessoas em Sorocaba, duas nas cidades de Paulínia e Limeira, quatro em Andradina, Brejo Alegre e Glicério, uma em Arujá, uma em Osasco, uma na cidade de Descalvado, na região de Araraquara e outra em São Paulo.

Investigação
Por meio de um serviço de inteligência, realizado com o cruzamento de informações de bancos de dados, o Fisco identificou dezenas de empresas que teriam participado do esquema de fraude, que consiste na criação de empresas fictícias que teriam emitido documentos fiscais de saída de produtos (óxidos de zinco, cobre, manganês) a estabelecimentos destinatários, também de fachada, localizados em outros estados.

Esses estabelecimentos de fora de São Paulo, incluindo as cidades de Santos e Registro,  teriam emitido documentos fiscais de saída dos mesmos produtos aos estabelecimentos paulistas beneficiários (principais alvos da operação), diretamente ou através de filiais paulistas igualmente fictícias.

A apuração em empresas aponta ainda que fertilizantes poderiam estar sendo produzidos a partir de resíduos industriais com alta concentração de metais pesados. 

A operação conta com a participação da Divisão de Crimes contra a Fazenda do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), que apoia as equipes de fiscalização e cumpre mandado de busca e apreensão em escritório ligado ao suposto grupo beneficiário do esquema.