“O turismo em Guarujá é medíocre”, desabafa Zé Manoel

Por Santa Portal em 10/08/2024 às 12:00

Sarah Vieira
Sarah Vieira

Pré-candidato a prefeito de Guarujá, Zé Manoel (PSOL) afirmou que o turismo municipal está “pessimamente definido”, em entrevista ao Rumos & Desafios, exibida na última quinta-feira (8). De acordo com engenheiro civil, que terá Sidnei Bibiano (PSOL) como pré-candidato a vice-prefeito, a ‘Pérola do Atlântico’ não tem seu potencial completamente explorado por não colocar a população em primeiro lugar.

Zé Manoel também criticou a relação da atual gestão com a Sabesp e a falta de segurança. Aliás, ele foi o autor de quatro pedidos de impeachment contra o prefeito Válter Suman (PSDB). Além disso, projetou o estudo da implementação de um transporte ferroviário, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e falou sobre as obras do túnel Santos-Guarujá e aeroporto, entre outros assuntos.

Assim como Zé Manoel, o programa Rumos & Desafios entrevistará, até 12 de setembro, os postulantes às prefeituras das cidades da Baixada Santista, sendo televisionado todas terças e quintas-feiras, às 21h, também com transmissão simultânea no YouTube do Santa Portal. Confira a entrevista na íntegra abaixo.

Guarujá é uma cidade turística com belezas naturais ímpares, a Pérola do Atlântico. O senhor acha que isso está bem definido?

Pessimamente definido. O turismo é fundamental. Nós temos lá um turismo incipiente, emburrecido, pequeno, medíocre, porque não se coloca o ser humano em primeiro lugar. O nosso partido coloca a participação popular como fundamental.

Nós queremos mecanismos que ouçam a população em todos os segmentos. População mais carente, mais marginalizada, mais ao lado do processo econômico, que precisa ser colocada, precisa ser incluída. E nós temos um empresariado também, muitas vezes, anestesiado, discutindo questões de menor importância quando o turismo é fundamental.

Temos 26 praias, temos um território belíssimo, por isso se chamou, continua se chamando Pérola do Atlântico, só que não dá para viver no passado. Nós precisamos produzir um turismo de negócios de alta qualidade. Vamos ter, se tudo der certo, o aeroporto, que é bem-vindo, mas tenho algumas questões a também considerar sobre isso.

Nós temos a conexão com Santos, conexão seca, que é muito importante. E nós temos uma cidade com mais de 280 mil habitantes, ávida para trabalhar, muita gente boa de Vicente Carvalho, muita gente boa, digamos, no distrito ou na origem da comarca, no início dela, gente tradicional, da cidade, de famílias tradicionais, que vão ser colocadas em uma discussão num outro patamar. Turismo do Guarujá hoje é uma piada.

Na sua avaliação, então, falta uma gestão por parte da prefeitura em coordenar esse processo?

Não, mais que isso, não é gestão, falta um critério. É preciso fazer um diagnóstico sério, quais são as potencialidades, o que nós podemos fazer. Depois nós precisamos estabelecer um mecanismo, como eu disse, de trazer todos os segmentos para que conversem sobre o assunto.

A prefeitura, um dia desses, queria taxar o turismo de um dia. ‘Vamos fazer, porque isso aqui vai resolver, quem vem um dia só, suja a praia’. Eles são absolutamente analfabetos do ponto de vista político.

Imagina taxar o turismo de um dia, que é o sujeito que vai lá aproveitar as praias e tem todo o direito de aproveitar essas praias e receber ali uma identificação, porque entrou o ônibus ou entrou o carro e vai automaticamente criar uma taxação, um absurdo. Nós precisamos passar essa cidade a limpo, o turismo é um exemplo. Mas precisamos furar a bolha, nós precisamos ter uma política pública na área de turismo que saia da mesmice, que saia desse lugar comum, dessa coisa de falar sempre a mesma bobagem, que não absolutamente representa nada e ninguém, isso que é pior.

Um desafio seria atrair investidores?

Para isso você precisa criar um ambiente colaborativo e um ambiente sério. Como é que você pode criar um ambiente colaborativo e um ambiente sério? Numa cidade onde praticamente o ex-prefeito foi acusado do que foi acusado. Nós pedimos quatro vezes o impeachment dele, porque durante a pandemia teria desviado o dinheiro da saúde.

Como é que você pode dizer isso no mundo inteiro? Como é que você vai trazer credibilidade a este momento que a cidade vive? Então, é preciso passar limpo isso. Vejo muitos candidatos ou pré-candidatos absolutamente surgindo, não sei de onde, falando a mesma conversa de alguma forma, trocando seis por meia dúzia. É preciso romper com tudo isso. A cidade não pode continuar.

Por isso que não é só uma questão de gestão, é, acima de tudo, uma questão política, de inclusão dos players, dos segmentos que atualmente se consolam ou aceitam migalhas. Guarujá não pode viver de migalha. A população não pode viver de migalha.

Nós temos praticamente R$ 3 bilhões de orçamento, R$ 500 milhões só de recebimento de IPTU. Emenda parlamentar é três vezes isso. Para onde vai esse dinheiro? Então, nós precisamos rediscutir tudo isso, passar tudo isso a limpo. E ter um norte.

Você falou sobre os pedidos de impeachment que você ingressou contra o prefeito Válter Suman, por conta de uma operação da Polícia Federal, que tinha como foco, justamente, organizações sociais que atuam na área da saúde. Qual é a sua avaliação sobre esse modelo de gestão dos equipamentos de saúde e o que o senhor faria de diferente?

Péssimo, péssimo. Essa ideia de transferir responsabilidade, imaginando que com isso você vai conseguir eficiência, é de uma estupenda burrice. Porque outro dia, inclusive, eu vi a abertura de um novo posto de atendimento, em frente ao chamado Morro do Bil, em direção à Praia de Pernambuco. Fui lá, olhei, verifiquei uma série de coisas e entrei em contato com a secretaria e perguntei ‘qual o critério de colocar ali?’. Não tem critério absolutamente nenhum.

Então é preciso que a cidade espacialize as suas necessidades, vocações, potencialidades e faça as suas escolhas. Faça isso de forma política e não só de forma técnica, mas a técnica servindo a boa política, que é o que falta. Nós precisamos de critérios.

Você perguntou sobre a questão do impeachment, especificamente naquele momento grave que a cidade viveu. Não tem cabimento ter a primeira dama do município recebendo joias. Os respiradores que foram colocados para a população, mas que eram respiradores de porquinhos. Não tem cabimento o volume de atrocidades que foram cometidas.

Só que a cidade meio que metaboliza isso. Alguns segmentos naturalizam isso e nós do PSOL não vamos naturalizar isso. Nós vamos para cima deles de forma clara, com substância. Aliás, fizemos um livro de desafios e esperanças que nós fizemos com um grupo de especialistas com propostas, são inúmeras para discutir a cidade. Claro que várias delas vão virar plano de governo no momento adequado.

Mas nós precisamos discutir com profundidade. Por exemplo, nós defendemos tarifa zero, mas não só porque acham bonitinho. É porque reorganiza o tecido econômico da cidade, o tecido social, a base da economia que pode funcionar muito melhor. Isso está provado.

Só que o que a gente faz no PSOL? A gente não diz apenas como uma palavra que vai para o vento e sai voando. Nós estudamos em profundidade. Nós tivemos uma equipe trabalhando na questão da tarifa zero. Isso ‘para de pé’, funciona, tem significado. Claro que vai precisar ter recursos para bancar isso. Mas terão os diretos e os que poderão vir de forma indireta também.

Mas uma questão nós no PSOL defendemos. É a transparência absoluta. A lisura no trato do dinheiro público. E o poder se oferecendo de maneira absolutamente clara em todos os segmentos. Porque fez, fez por isso. Ou não fez, não fez por aquilo. Mas de forma onde a população esteja no centro dessas decisões. E o cidadão seja considerado não apenas um estorvo, como para grande parte desses partidos políticos com os quais nós vamos nos deparar daqui para frente. É o povo que vai dar a diretriz, é o povo que vai dar o sentido de tudo isso.

O senhor tem um trabalho muito atuante em relação ao transporte ferroviário. Acha que seria viável esse tipo de mobilidade no Guarujá?

A Baixada como um todo, precisa de uma solução ferroviária sim. É preciso. O Guarujá já teve no passado. Nós temos um trecho de ferrovia em Vicente de Carvalho até um certo ponto. Precisamos entender a conexão que vai haver com o túnel submerso. Pensar em modais ou submodais do transporte ferroviário. O VLT é um deles, é um veículo leve, sob trilhos.

Não vamos pensar em um trem, porque defendendo muito a conexão entre as cidades da região e as cidades do Brasil como um todo, entre si, e na América Latina. Você vai para a Europa, pega um trem e vai para a Espanha, Portugal, Itália. Aqui ou vai de avião ou de carro e ônibus. Você não vai nem pensar em embarcação. Pode até pensar, mas é muito mais remoto.

O que precisamos é interligar esse País com o transporte passageiro para todos, e não para alguns apenas. Como eu defendo o transporte de cargas, que é outro assunto importante. Mas não é só para transportar commodities, soja, milho, minério de ferro e açúcar.

Nós não somos uma colônia do século 21. Nós temos que transportar mercadorias produzidas pela indústria, que foi desincentivada, houve uma desindustrialização gigantesca no Brasil, nós precisamos reindustrializar o Brasil e para transportar isso para os grandes centros de consumo, pela ferrovia e não em cima de caminhão. E nós precisamos transportar também as pessoas, que elas possam transitar pelo Brasil em cima de trens.

É possível fazer. Mas nós temos, por exemplo, esse São Paulo, um governador mentiroso. Ele foi ministro da infraestrutura e não fez um centímetro de ferrovia. E vive pousando de bacana que fez o que aconteceu. E nós vamos desmistificar isso na campanha, mostrando como é que essas conexões acontecem, também do ponto de vista político.

Acredita que o VLT seja uma boa saída para Guarujá?

O VLT tem que ser estudado. Como é um veículo leve, ele tem uma demanda pequena. Por exemplo, a quantidade de passageiros pode ser razoável para o VLT.  Contudo, o VLT não sai daquilo. É bonitinho, está na superfície, as pessoas olham, integram-se com a cidade, o que é muito bom. Tem toda uma convivência do ponto de vista urbanístico, estético.

No entanto, não há uma solução que seja perfeita. Existem soluções que são viáveis para determinados aspectos, para resolver determinados problemas. Nós, da engenharia, fomos criados e trabalhamos muito para resolver problemas. É muito comum a gente chamar o engenheiro para resolver um problema. O engenheiro não vai só para discutir. Ao contrário do sociólogo, filósofo ou historiador. ‘Bom, deu caca’, então chama o engenheiro para resolver. Estamos preparados para isso, mas com seriedade.

Fale um pouco sobre o aeroporto, túnel Santos-Guarujá, essas importantes obras que devem chegar logo.

Pois é, mas quero ver como é que é o negócio de desapropriação, porque não pode ser injusto isso. Porque eles foram lá e prometeram, ‘olha, não vamos desapropriar praticamente nada’, o que foi um engodo, o que foi uma mentira. Eles apresentam um novo projeto com outro carimbo e com uma enorme desapropriação. Temos que estar atentos.

No Guarujá, a ideia do aeroporto, muito bom, muito bacana, é necessário. Aliás, não no Guarujá apenas. O Brasil precisa disso. O País colocou no lixo a ideia do que é um aeroporto regional. Nós temos que ter aeroportos regionais, só que cuidado com isso. Fui numa reunião da OAB no Guarujá, convidado lá, e disse assim, ‘olha, podemos modificar o projeto?’. Eles responderam ‘não, não podemos, porque já está na bica, tem que fazer’.

Então, nós vamos fazer o seguinte, vamos fiscalizar isso com rigor. Será que o projeto está bem feito? Será que a execução vai ser bem-feita? Porque discutir a importância do aeroporto é bobagem. Claro, o cidadão que está passando um avião em cima da cabeça dele não vai gostar do aeroporto.

Mas é preciso dizer, justificar, exemplificar, clarificar que aquilo tem uma representação econômica importante para toda a cidade, quem sabe para ele, inclusive. Mas tem que acabar com a preguiça. A política é feita para boa conversa, estruturada, competente e séria.

Quando não se conversa com seriedade, você cria mitos. Mas vamos acabar com essas histórias. O aeroporto é bom? Vamos mostrar que é bom. Se não for bom, vamos também mostrar que não é bom. E para isso vamos trabalhar com o Ministério Público.

Acredito muito na ideia de o Ministério Público ser o defensor dos direitos civis do cidadão, do meio ambiente, do próprio sistema de leis que nós temos, que também é uma coisa complexa.

Temos que ter pé no chão. A política tem que ser feita com sonhos, não com ilusões. Pode ter utopias, são necessárias, mas é preciso fincar o pé no chão e cravar a ideia de que nós vamos construir alguma coisa a partir de realidades concretas.

Diante desse cenário positivo que se avizinha com o início do funcionamento do aeroporto, com a construção do túnel Santos-Guarujá, você vê que a cidade está preparada para receber novas empresas, novas pessoas?

Absolutamente não, não se preparou. Porque é uma espécie de milagre. Há quanto tempo se fala de fazer uma ligação aérea ou submersa entre Santos e Guarujá? Há muito tempo. O que se fez para valer com o planejamento disso? Zero. A discussão sobre o plano diretor do Guarujá é absolutamente ridícula.

É uma discussão sobre um projeto mal feito, feito sem nenhuma integração com a sociedade, sem nenhuma discussão séria. Nós temos sete centros comunitários na cidade. Essa discussão não foi para nenhum deles.

Eles fazem na Câmara Municipal, em um horário que ninguém pode comparecer, porque o trabalhador está trabalhando. Isso é um absurdo. Nós temos que discutir o plano diretor que está ligado a tudo isso de uma maneira correta.

Quais são os impactos disso? Porque é porto, é retroporto, é aeroporto, é conexão seca, é a população que precisa trabalhar. O salário médio da população de Guarujá é muito baixo. Você tem um desemprego enorme, uma população refém de mecanismos que não são tão republicanos para sobreviver e que nós combatemos.

E por isso, hoje, Guarujá é a capital da violência na Baixada Santista. Se vier algum elemento alienígena aqui dizer que Guarujá não tem problema, está errado. Tem. Pega o relatório, que mostra criminalidade crescente.

É um dos principais problemas e desafios da cidade essa falta de segurança

Mas olha o que a Prefeitura foi irresponsável. Todas as cidades da região têm câmeras que estão funcionando. Guarujá não tem nem meia dúzia delas funcionando. Porque não foi feita a manutenção. Eles não pensaram que a maré enferruja mais rapidamente isso. Olha que absurdo, isso é coisa de bandido. Homem público que não tem a decência de oferecer.

Porque a qualidade da questão de segurança não é só a partir de uma resultante da política pública de Estado. O município pode ajudar também, com iluminação, limpeza de praças. Aliás, a gente não vê nem praça na cidade. O Plano Diretor não cuidou de fazer parques municipais.

Nós temos lá a praia, entre a Praia das Astúrias e a Praia do Tombo, um terreno enorme que a especulação imobiliária quer fazer até meia dúzia de prédios ou mais. Quando podia ser desapropriado por uma grande parte. A cidade não tem isso. Então, nós precisamos ter responsabilidade na questão ambiental. Está ligado à questão do turismo, econômica, espacial e urbanística. Vocês veem em poucas palavras como que essas conexões todas são absolutamente efetivas. E o turismo nisso tudo.

Então, o que nós temos são soluções paliativas. Como um paciente terminal que tem um tratamento paliativo. Ou o aluno que finge que aprende e o professor que finge que ensina. Vamos acabar com essa hipocrisia. Vamos tratar disso com o devido cuidado, devida seriedade.

Porque o momento é esse. Esta eleição é a mais importante das eleições dos últimos anos.  Porque, no nosso caso agora, é virar uma página. Dizer, ‘olha, nós não queremos mais esse modelo fracassado, superado, corrupto, delinquencial. E queremos um modelo novo, sério, baseado na ciência, no bom senso e na efetiva participação popular’. Para isso, nosso partido está absolutamente integrado em criar e fortalecer esses mecanismos de comunicação e de participação. Porque não basta só comunicar e não colocar o ser humano no centro.

Sobre a questão ambiental, historicamente, Guarujá sempre teve uma relação conflituosa com a Sabesp. Como que você vê essa relação da cidade com a companhia, agora privatizada, para atender as demandas que a população tanto precisa?

Muito ruim. Vou mostrar. Praia das Astúrias, no começo do ano, saiu uma mancha preta de uma região de prédios. Me dirigi a Sabesp, através de ofício, pela Água Viva, Associação Guarujá Viva e perguntei o que era aquilo. ‘Por que vocês não estão fazendo caça-esgoto?’, que é jogar um corante no banheiro do edifício, apertar a descarga e ver se esse negócio saiu pela água pluvial. No caso, na praia.

Depois de muito esforço, tive três reuniões com a Sabesp, mas é tudo muito frágil. Porque a Sabesp não tem poder de polícia. Não faz porque tem preguiça de fazer o caça-esgoto. Isso é um erro. Tem obrigação de fazer o caça-esgoto o ano inteiro e não só quando recebe denúncia. Mas o pior é que quem tem que intimar, para verificar de onde vem aquela porcaria, é a prefeitura, que não faz nada. A Prefeitura de Guarujá é caótica. Até num gesto simples.

A Sabesp fez um ofício, a prefeitura engaveta e não faz absolutamente nada disso. Fui participar de uma reunião na Praia do Tombo. Lá tem bandeira azul. Uma bandeira de araque. Porque não tem acessibilidade adequada, não tem uma limpeza de praia, além de ter tráfico de drogas, uma porção de fatos gravíssimos e a bandeira azul. Qual foi a solução que a prefeitura deu? Tinha 20 membros da sociedade civil. Alguns não participavam e o processo é assim, é lento e gradual. Você não transforma do dia para a noite um cidadão que não participa no cidadão que participa.

Eles resolveram de uma forma brilhante. Olha que inteligência. Reduzindo de 20 para seis. Então vão ter só seis nomes da sociedade civil. É assim que eles fazem. Contando com o silêncio da sociedade que, muitas vezes, adormecida, olha para tudo isso de uma forma meio abestalhada. ‘O que é isso que está acontecendo?’. Está acontecendo que estão tomando sua grana, seu espaço, jogando esgoto na praia e não tem emprego porque ninguém trouxe um Sesc, Senac ou Sesi. Nada para a cidade.

Há anos não se faz uma escola na cidade. Uma escola. Tem mais escola estadual do que municipal, o que não é comum acontecer.

Qual é o principal desafio para que Guarujá seja considerada a Pérola do Atlântico, não só na questão turística, mas na questão de ser uma cidade segura, que tenha uma educação de qualidade, uma saúde de qualidade?

Convencer as pessoas que o destino está nas mãos delas. Elas precisam entender que votar na base do vamos lá porque é bacana, vamos lá porque tem um recall. ‘Fulano foi prefeito, então tem recall, nós vamos nessa’. Isso é bobagem.

Vai ouvir, vai ver o que tem de projeto, o que tem de proposta com seriedade nisso. A gente pode, deve e tem que virar essa página. Mas estamos acostumados a uma política do século retrasado, muito antiga, que ainda lembra a história da bota. Dou uma bota, você vem aqui, depois da eleição, e pega outra bota. Isso é um absurdo. Então, Guarujá tem que ter a coragem, a dignidade, a firmeza e a seriedade de dar um pé nisso e não querer mais isso.

Agora, esse é um processo gradual de convencimento. Não tem uma linha reta. A sociedade cresce, evolui, retrocede, volta a crescer, é assim.

O senhor vem para o debate, que acontece em 26 de setembro?

Claro, vou participar sempre com muita alegria. O debate é uma oportunidade excepcional da democracia se mostrar de forma efetiva. Porque ali, sem muito engessamento, vai aparecer a verdade e as mentiras vão ser colocadas de lado, sendo substituídas pela narrativa que se aproxima.

Porque tem muita gente discutindo isso, não tem mais a verdade, tem narrativa da verdade? Eu não acredito nisso. É preciso nos aprofundar e o debate é esse aprofundamento em um momento importante.

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