08/03/2024

Número de nascimentos tem queda de 13% no Brasil

Por Leonardo Vieceli/Folhapress em 08/03/2024 às 11:42

Jonas Kakaroto/Pexels
Jonas Kakaroto/Pexels

O número de nascimentos no Brasil teve queda de 13% em 2022 ante 2018, indicam dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o órgão, o país registrou 2,56 milhões de nascidos vivos em 2022, ante 2,94 milhões em 2018. Em termos absolutos, a redução foi de 383 mil.

O patamar de 2022 é o menor de uma série histórica publicada pelo IBGE com estatísticas a partir de 2010 -a máxima do intervalo ocorreu em 2015 (3 milhões).

O instituto destacou a comparação com 2018 porque, após esse ano, o ritmo de queda dos nascimentos teve aceleração no país.

Um dos fatores apontados para a redução é o efeito da pandemia de Covid-19, que teria atrasado os planos de gravidez a partir de 2020.

Os dados divulgados nesta sexta também sinalizam que a queda dos nascimentos ocorreu principalmente entre as mães mais jovens.

De 2018 para 2022, houve baixa dos nascidos vivos entre as mulheres de 10 a 19 anos (-30,8%), de 20 a 29 anos (-11,2%) e de 30 a 39 anos (-10%).

No sentido contrário, o indicador cresceu entre as mães mais velhas, de 40 a 49 anos. Nesse grupo, os nascimentos registraram alta de 16,8% na comparação de 2022 com 2018.

“A postergação da decisão de ter filhos para idades mais avançadas alinha-se à tendência de aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e ao aumento da escolarização”, afirma o IBGE.

Os dados integram a terceira edição de uma síntese de indicadores sociais que impactam as mulheres. No caso do número de nascidos vivos, a fonte dos resultados é o Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), do Ministério da Saúde.

A divulgação da síntese pelo IBGE coincide nesta sexta com a celebração do Dia Internacional da Mulher.
Na comparação de 2022 (2,56 milhões) com 2010 (2,86 milhões), ano inicial da análise, o número de nascimentos recuou em torno de 10,5% no Brasil. Em termos absolutos, a redução foi de quase 300 mil registros.

Após alcançar 3 milhões em 2015, o patamar de nascimentos teve redução em 2016 (2,86 milhões), sob impacto da crise do zika vírus, conforme o IBGE.

Em 2017 (2,92 milhões) e 2018 (2,94 milhões), houve sinais de alguma retomada, interrompidos nos anos posteriores, quando a tendência de queda ganhou força.

Mortalidade materna

A publicação do IBGE também traz dados sobre quesitos como a mortalidade materna. Em 2020, período inicial da pandemia de Covid-19, esse indicador cresceu em torno de 29% na comparação com o ano anterior, atingindo a marca de 74,7 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos.

No ano seguinte, a proporção avançou a 117,4 mortes por 100 mil nascidos vivos. Já em 2022, a razão de mortalidade materna caiu, estimada em 57,7 a cada 100 mil nascidos vivos. Trata-se de um patamar similar ao de 2019 (57,9), no pré-pandemia.

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