No Palácio dos Bandeirantes, prefeito de Guarujá cobra aquisição de área para reservatório de água

Por #Santaportal em 25/07/2020 às 11:51

GUARUJÁ – Em reunião na tarde desta sexta-feira com o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional Marco Vinholi, no Palácio dos Bandeirantes, o prefeito de Guarujá, Válter Suman, cobrou da Sabesp providências para os sucessivos episódios de desabastecimento de água na Cidade. Uma das principais reivindicações foi a agilização do processo de aquisição da chamada Cava da Pedreira, que seria transformada num mega reservatório de água pela companhia.

Localizada às margens da Rodovia Cônego Domenico Rangoni, a cava, que é uma antiga pedreira já desativada, tem capacidade para armazenar até 3 bilhões de litros de água, o que diminuiria as chances de desabastecimento da Cidade em períodos de estiagem como ocorre atualmente.

A estiagem, que afetou a vazão da água captada dos rios Jurubatuba e Jurubatuba Mirim, é a causa apontada pela Sabesp para justificar o desabastecimento de água em Guarujá, uma vez que o sistema Jurubatuba, que alimenta a Cidade provém de água desse sistema.

Segundo a Companhia, pela falta de chuvas, a capacidade de captação de água diminuiu de 2 mil litros por segundo para 840 litros por segundo. Nem mesmo a integração com o Sistema Cubatão, que abastece Santos e São Vicente, foi capaz de resolver o déficit em Guarujá, conforme a Sabesp.

Caixas d?água e caminhões pipa
Além da Cava da Pedreira, o prefeito Válter Suman exigiu medidas paliativas urgentes da companhia, que tem o Governo do Estado como maior acionista. Uma delas é a distribuição gratuita de caixas d?água para a população de baixa renda. As moradias que não possuem sistema de reservação são as primeiras a sofrer com a falta d?água.

Outra exigência foi o aumento do número de caminhões pipa. ?A população de Guarujá paga suas contas de água e mesmo assim está sendo duramente penalizada. Acabou a tolerância, água é um direito de todos e a Sabesp tem obrigações contratuais a cumprir, não se trata de favor ou ajuda. Até lá, há de buscar alternativas objetivas, viáveis e urgentes?, afirmou Suman.

Para o prefeito, já passou da hora de a companhia buscar soluções como a modernização de seu sistema de reservação e até mesmo alternativas para o abastecimento de água em Guarujá, com a busca de outros mananciais. Ele salientou que quando da assinatura do contrato com a Sabesp, há pouco mais de um ano, a promessa era viabilização imediata da Cava da Pedreira, o que não ocorreu.

?Já passou tempo demais e não tivemos solução até agora. Demos a segurança jurídica que a empresa queria para realizar os investimentos na Cidade e exigimos a contrapartida mínima, que é a correta prestação de serviços?, disse Suman, que ouviu de Vinholi que o tema será discutido com o governador João Dória com a maior celeridade possível e providências serão tomadas.

Multas e autuações
Em razão dos problemas de desabastecimento, a Prefeitura de Guarujá multou a Sabesp tanto via Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) quanto via Diretoria de Vigilância em Saúde nos últimos meses. Além disso, já foram feitas 30 autuações pelo Procon só nos últimos 15 dias.

Outra ação recente da Administração Municipal foi propor a criação de um Conselho Municipal de Saneamento Ambiental, projeto já em análise pela Câmara de Vereadores, para colocar a população no centro das discussões sobre saneamento ambiental e recursos hídricos na Cidade. Uma das funções do órgão será justamente fiscalizar e regular a qualidade da prestação de serviços e utilização de recursos e a eficiência do contrato entre o Município e a empresa.

As falhas no atendimento da Sabesp em Guarujá são alvo de investigação em Inquérito Civil do Ministério Público, que leva em conta relatório elaborado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), que aponta más condições nos reservatórios da empresa na Cidade e a diminuição de mais de 30% na oferta de água entre os anos de 2018 e 2019.

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