Nadadores da Unisanta fazem balanço da Olimpíada de Paris e Troféu José Finkel

Por Marcela Morone em 19/08/2024 às 16:03

Luiza Pires/Santa Portal
Luiza Pires/Santa Portal

Os oito nadadores da Unisanta que colecionaram recordes e marcos históricos na Olimpíada de Paris e no Troféu José Finkel estiveram na universidade, na manhã desta segunda-feira (19), para fazer um balanço das últimas semanas de competições.

Desta vez, Ana Marcela Cunha, Guilherme Cachorrão, Mafê Costa, Beatriz Dizotti, Stephanie Balduccini, Maria Paula Heitmann, Gabrielle Roncatto e Guilherme Basseto não trouxeram medalhas olímpicas para casas, mas alcançaram marcas expressivas. No Troféu José Finkel, que aconteceu em Santa Catarina entre 13 e 17 de agosto, a Unisanta conquistou o segundo lugar geral do torneio.

Ciclo encurtado

Um ciclo olímpico normal tem 48 meses. Para Ana Marcela, seu ciclo durou nove após a recuperação de uma cirurgia e à adaptação ao seu novo técnico e à vida na Itália, onde mora agora. No entanto, esses empecilhos não foram impedimentos para que a atleta terminasse em quarto lugar na Maratona Aquática em Paris. Agora, segundo a nadadora, o momento é de reflexão.

“Já deu tempo de refletir e ver o que a gente poderia ter feito ou não ali no momento da prova. Foi um ciclo muito diferente do que a gente [ela e seu técnico, Fabrizio Antonelli] vinha fazendo. Chegou um momento em que eu pensei em não participar da seletiva, em nem estar na Olimpíada. Para mim, não fazia mais sentido. Mas cheguei ate a Olímpiada e fui a quarta”, relembrou a atleta.

Melhor marca da vida

Na prova dos 400m livre masculino, Cachorrão conseguiu o melhor tempo de sua carreira, com 03:42:76, e terminou no quinto lugar geral. Com a marca, o atleta teria subido no pódio em qualquer outra edição dos Jogos Olímpicos.

“Foi uma prova muito forte. Eu consegui conquistar o tempo que eu queria fazer, a marca que eu queria fazer. O pódio não veio por um detalhe ali, a prova foi bem bolada. A distância do primeiro para mim foi muito pertinho”, analisou Cachorrão, que conquistou o recorde pan-americano com seu tempo. No Troféu José Finkel, que aconteceu em Santa Catarina entre 13 e 17 de agosto, o nadador levou ouro e o índice para o mundial nos 400m e 1.500m livre, além do bronze no 800m livre.

História nos 400m livre

Já a nadadora Mafê Costa fez história ao se tornar a primeira mulher chegar na final dos 400m livre feminino em uma Olimpíada desde 1948, quando Piedade Coutinho conseguiu o feito. Mafê terminou a prova no 7º lugar geral.

“Eu fiquei muito feliz com o resultado, fiquei feliz de ter feito minhas melhores marcas, mas eu sei que podia mais. Ficou um gostinho de quero mais. Eu tive duas semanas bem corridas, mas eu refleti bastante sobre o que eu podia ter feito diferente”, disse Mafê. No José Finkel, Mafê alcançou o ouro, além do índice para o mundial e os recordes de campeonato, brasileiro e sul-americano na prova dos 400m livre. Também subiu no lugar mais alto do pódio nos 800m e 200m, provas nas quais também atingiu o índice para o mundial.

“Nunca me vi nesse papel de ser a inspiração”

Em Paris, Beatriz Dizotti foi primeira mulher brasileira a competir na final olímpica dos 1.500m livre e terminou a prova no 7º lugar geral. Ela comoveu todo o país em uma entrevista após a classificatórias, ao dizer que enfrentou uma cirurgia para remover tumores no ovário no começo do ano e. A reação do público, segundo ela, foi emocionante.

“Nunca me vi nesse papel de ser a inspiração. Sempre me inspirei nas outras pessoas, tive outras pessoas como espelho. Nas minhas categorias de base, eu sempre fui muito incentivada a me espelhar em atletas importantes. A prova que eu faço assusta um pouco, então ter uma mulher nadando bem e representando o Brasil acho que dá um gás a mais”, revelou Bia.

No Troféu José Finkel, Beatriz conquistou o ouro no 1.500m livre, além do índice para o mundial. Ela também levou o bronze na prova dos 800m livre.

A caçula entre os nadadores da Unisanta ganhou medalhas no José Finkel

Caçula do grupo com 19 anos, Stephanie Balduccini também superou uma cirurgia para estar nos Jogos Olímpicos. Teté, como é chamada, retirou o apêndice pouco antes da seletiva olímpica, em maio deste ano.

“Comecei o ano bem, nadei no Mundial de Doha, fiquei como 6ª do mundo nos 100m livre. Estava indo tudo como planejado, até descobrir que eu estava com apendicite antes da seletiva olímpica. Eu classifiquei [para a Olimpíada], mas não do jeito que eu queria”, disse Stephanie. Em Paris, ela participou dos 4x200m livre feminino e dos 4x100m medley misto.

No Troféu José Finkel, Teté levou ouro e conquistou índice para o mundial no 100m livre. No 100m medley, também subiu no lugar mais alto do pódio e bateu o recorde do campeonato, bem como o brasileiro e sul-americano. Levou prata e índice no 200m livre e uma prata no 50m livre.

Os revezamentos dos nadadores da Unisanta

O revezamento 4x200m feminino quebrou um jejum de 20 anos após se classificar para a final olímpica em Paris. Mafê Costa, Stephanie Balduccini, Maria Paula Heitmann e Gabrielle Roncatto ficaram em 7º lugar geral ao final da prova, com o tempo de 7:52:90. Além da marca histórica, as nadadoras ficaram a dez segundos de bater o recorde sul-americano, alcançado no Mundial de Doha.

“Foi minha primeira Olimpíada e chegar e conquistar uma final olímpica de revezamento é uma realização muito grande. Eu acho que a gente, como um time, e a natação feminina como um todo vem melhorando muito a cada ano”, disse Maria Paula.

“Eu já tinha participado de dois [Jogos Olímpicos], mas não tinha chegado à final e agora a gente chegou, mas sempre fica aquela vontade de querer um pouquinho mais. Estou pronta para os próximos quatro anos, para chegar em Los Angeles e representar o Brasil e a Unisanta da melhor forma”, antecipou Gabi.

O quarteto do revezamento 4x100m medley misto, que contou com os nadadores Guilherme Basseto, Gabrielle Roncatto e Stephanie Balduccini, ficou em 16º lugar e não se classificou para a final.

“A vida de atleta é ingrata. Ou a gente se arrepende porque fez, mas as coisas não foram da maneira que a gente queria, ou você nadou bem e fica se perguntando se não podia ter feito melhor. Mas faz parte. A gente tem que absorver o processo, ver o que foi negativo, realizar as adaptações necessárias para chegar cada vez melhor em Los Angeles”, desabafou Guilherme Basseto.

Guilherme Cachorrão também competiu no revezamento 4x200m livre. A equipe ficou em 12º lugar e não conquistou vaga nas finais.

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