06/12/2017

Nabil planeja mudanças na base, fim do time B, arrendar o Pacaembu e abrir Santos para investimentos

Por Rodrigo Martins/#Santaportal em 06/12/2017 às 19:12

FUTEBOL – O #Santaportal traz nesta quarta-feira (6) a segunda entrevista da série com os candidatos à presidência do Santos Futebol Clube. A eleição está marcada para o próximo sábado (9). A Santa Cecília TV e o#Santaportal vão acompanhar toda a votação, na Vila Belmiro, de perto. O segundo entrevistado, seguindo a ordem de inscrição das chapas ao pleito, é Nabil Khaznadar, da “Santos Que Queremos”.

Nesta entrevista exclusiva, Nabil abordou os principais pontos defendidos pela sua candidatura e falou sobre os desafios que terá pela frente, se for eleito o novo mandatário do Peixe. Confira o que disse o candidato da chapa 2 na entrevista abaixo.

#Santaportal: O candidato que assumir o Santos após as eleições do dia 9 terá que contornar o fato de o pleito ser realizado após o final do Campeonato Brasileiro e correr com o planejamento para a próxima temporada. Caso eleito, como o senhor pretende tratar o planejamento para 2018, tendo em vista que a maior parte dos clubes já estão no mercado contratando?
Nabil Khaznadar: Isso é uma coisa que quando foi feito o estatuto, a gente sabia que se fizesse a eleição em outubro, seria muito cedo porque ainda estaríamos disputando o Campeonato Brasileiro. Se fosse em janeiro, seria tarde para o próximo campeonato. Com relação aos jogadores, já temos alguns em mente e estamos conversando a possibilidade de alguns deles chegarem ao Santos. Temos alguns contatos, mas também vamos ter que aguardar a vinda do gerente com o qual estamos conversando. Esse gerente já está conversado. Já conversamos com duas pessoas, que têm perfis bem profissionais e que dariam uma enorme contribuição ao Santos Futebol Clube. São profissionais que trariam uma gestão bem profissional para o Santos, que é o que eu acredito e pretendo implementar no Clube.

Qual será o perfil dos reforços da sua administração, caso o senhor seja eleito?
Nabil: Queremos voltar a ter um centro de scouting, com três ou quatro profissionais trabalhando na base de dados, e uma pessoa cuidando disso. Esse profissional responsável pelo scout vai ficar abaixo do gerente de futebol e aí vamos tratar dos reforços, respondendo em cima disso as nossas necessidades. Vamos criar um centro de profissionais, teremos também um Comitê de Gestão espelhado: alguém que cuide do futebol, outro do patrimônio, um do financeiro e assim consequentemente. Vão ser decisões em conjunto. Não vamos trazer jogadores do jeito que é hoje: o presidente gostou daquele atleta, vai lá e contrata. Não, tudo vai ser pensado, discutido, e em cima de um estudo profissional mesmo.

Ainda dentro do tema departamento de futebol do Santos, caso o senhor seja eleito, qual será o perfil do novo técnico?
Nabil: Com relação a técnico, é óbvio que tenho alguns nomes em mente, alguns na cabeça, mas não vou decidir nada enquanto não soubermos quem venceu o pleito e termos um novo gerente de futebol. Não vou tomar decisões sozinho, contratando um técnico, que de repente o gerente que for escolhido pode vir a não concordar com o perfil do profissional que está vindo e nós já começaríamos o trabalho errado.

Por falar em categorias de base, quais são os seus planos para o departamento de base do Clube, caso seja eleito?
Nabil: A base hoje está sucateada, não ganha nada há três anos. A gente pretende fazer o CT Rei Pelé virar o novo Meninos da Vila. A gente sabe que o CT Rei Pelé é bom para os profissionais, mas está ficando superado. O terreno do Meninos da Vila é muito bem visto, fica em um ponto nobre da Cidade, bom para algumas empresas multinacionais que estão interessadas e que nos dariam um terreno novo, com todas as melhorias, para os profissionais que treinariam lá. Todos os centros de treinamento de grandes clubes não ficam no centro da Cidade, ao contrário disso. O centro do treinamento dos meninos da base precisa ficar na Cidade, porque são crianças ou adolescentes, têm que ficar perto dos pais, das escolas, dos teatros e da cultura que têm na Cidade. Além disso, serve para a gente ficar de olho porque realmente a base é a galinha dos ovos de ouro do Santos Futebol Clube, é a categoria de base mais falada do Brasil.

Ainda falando de categorias de base, o senhor aprova a criação do time B do Santos? Acredita que o trabalho com uma equipe B é importante para o Clube?
Nabil: Com relação ao Santos B, o chamado time sub-23, simplesmente vamos acabar com ele. Não tem explicação você ter uma despesa fixa de 600 mil por mês nesse sentido. É um dinheiro que poderia ser destinado para outras coisas, como a base, por exemplo.

Caso seja eleito, como o senhor pretende trabalhar a área do marketing?
Nabil: Nós temos o nome do Amir Somoggi para essa área. Queremos revolucionar essa área no Clube. O marketing não é só para buscar os patrocínios máster e os anunciantes pontuais. Não, nós temos que fazer a marca Santos, que é internacionalmente conhecida, voltar a estar na mídia e fazer outras ações para alavancar receitas ao Clube. O marketing vai para São Paulo, não vai ficar mais em Santos. Até porque, todo grande negócio está em São Paulo. Se a economia está lá, nós temos que estar lá.

Na gestão Modesto Roma Júnior, o Santos fechou um acordo com a Esporte Interativo, para a transmissão de seus jogos na TV fechada. O senhor acredita que foi um bom acordo para o Clube ou pretende rever essa questão? O torcedor santista reclama bastante da exposição da equipe na TV aberta e, atualmente, o Clube negocia um novo contrato com a Rede Globo no que diz respeito às transmissões no sinal aberto. O tratamento que o Santos recebe é justo?
Nabil: Como homem de negócios como eu sempre fui, está claro que existe um racha entre a gestão atual e a Rede Globo, alguma coisa aconteceu para que houvesse esse rompimento. Agora sobre os contratos assinados, eles precisam ser cumpridos. O contrato é assinado para ser cumprido, mas é claro que nós vamos sentar para analisar todos. Com relação aos novos contratos que vão ser feitos, tanto com a Globo no sinal aberto quanto no pay per view, nós vamos sentar para conversar. Sentimos a necessidade de o Santos ter uma exposição maior na TV aberta durante o ano. O Santos é uma marca forte, e a Globo sabe disso. Tudo que tem sido feito até hoje precisa ser melhor trabalhado. Eu conheço o pessoal da Globo, então vamos sentar com eles e conversar com eles para ver o que é melhor para os dois.

Outra questão importante é a presença de público na Vila e o mando de jogos do Santos no Pacaembu? Caso eleito, o senhor pretende tratar como essas questões? Como atrair de novo o torcedor santista ao estádio? Na sua opinião, o arrendamento do Pacaembu é uma hipótese viável?
Nabil:
Nós temos um acordo pré-estabelecido com a Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo. Já temos os valores, não tem segredo, são R$ 3 milhões anuais. Combinamos que, assim que ganharmos as eleições, os advogados vão se encontrar para preparar o contrato, que não é nada demais. A intenção é levar o Santos para o Pacaembu, sim. Vamos fazer grandes jogos lá, porque precisamos resgatar a torcida e essa é a única forma: levar grandes jogos para lá. Se não vamos ficar adormecidos, os nossos concorrentes vão disparar nesse sentido, vão sumir e nós não vamos conseguir buscar isso de volta depois.A nossa ideia é fazer benfeitorias no Pacaembu também, pois assim temos abatimento no aluguel. Com dois grandes jogos no Pacaembu, você paga o estádio pelo ano todo, fora a manutenção, mas os grandes clássicos pagam isso. É preciso fazer parcerias também. Queremos fazer um novo placar eletrônico no Pacaembu. Já conversei com uma grande empresa, que se interessou no projeto. Também vamos fazer uma loja Mega Store embaixo do Tobogã, com novas lanchonetes, novos vestiários e, com isso, consequentemente conseguiremos parceiros sem gastar nenhum centavo, além de conseguirmos um abatimento no aluguel do estádio. Então, dessa forma fica tudo muito viável. O Pacaembu está lá para o Santos. A gente tem que usar isso. Não podemos pensar no próprio umbigo, porque me sinto bem nas sociais aqui da Vila Belmiro. O Santos é muito grande para ficar adormecido em um canto. Precisamos ter uma exposição maior e o sócio vai ter um estádio melhor para poder ir. Vai ter uma quartas de final, semifinal, como foi contra o Barcelona de Guayaquil (Equador), com 40 mil pessoas. Ou até podemos pegar um estádio maior para jogar uma final. Por que não? O gramado é igual, a bola é igual, a trave é igual, a grande área é igual, então eu não vejo qual é o problema de jogar em um estádio maior, sendo que a torcida vai ser toda a seu favor? Não tem diferença nenhuma. É só jogar bem que ganha.

Como o senhor vê a atual situação financeira do Santos? Caso eleito, quais serão as suas providências no que diz respeito a essa área?
Nabil: A dívida do Santos vai chegar a meio bilhão de reais, então a única maneira de reverter esse quadro é criar uma receita maior do que a sua despesa. Eles continuam não indo atrás de receita. Quando eu digo eles, eu falo desde o Odílio (Rodrigues, antecessor de Modesto Roma Júnior), que também não ia atrás de receita. Eles acham que a receita cai do céu. Você precisa gerar mais receita. Para fazer essa receita, você precisa vender o seu produto melhor. Para vender melhor, precisa expor ele melhor. É todo um trabalho em conjunto, para você buscar essa receita. O Santos mais exposto, melhor trabalhado e com uma gestão mais transparente, vai conseguir essas receitas, sim. Isso é fato. Os grandes empresários, como bem disse o Celso Loducca, que também está conosco, vão querer investir onde você tem uma gestão profissional e transparente. É simples, não tem segredo.

Alguns de seus adversários nesta eleição destacam uma possível relação de proximidade com Odílio Rodrigues, ex-presidente do Clube. No último pleito, o senhor foi apoiado por ele. O Odílio apoia o senhor na disputa eleitoral deste ano? A ligação apontada por seus concorrentes com ele é algo que lhe incomoda?
Nabil: (É algo que) Não me incomoda. Só sinto pelo santista, porque essas pessoas estão tentando enganar o torcedor e o associado. Essas pessoas estão tentando enganar, porque não tem o que falar da nossa pessoa. Tentam colar uma imagem de uma aliança que foi feita em 2014, do Odílio Rodrigues, que teve o seu julgamento feito dentro do Clube pelo Conselho Deliberativo (foi expulso do quadro associativo em 2016). Não o vejo há três anos. Não tenho nenhuma relação de amizade com ele. Não me incomoda não, o que me incomoda é a mentira. Não tenho nada com o Odílio e não o vejo há três anos. Não tenho nenhuma relação de amizade com ele. Eles que busquem algo para me atacar que seja de outra maneira, pois a gente não ataca ninguém. Mas eles usam isso como artifício. Nada além disso.

Como o senhor vê o acordo feito recentemente pelo Santos com a Umbro: é bom ou o senhor pretende rever esse contrato?
Nabil: Só vou poder saber quando assumir. Esse novo fornecedor de material esportivo vai ter que nos colocar em todas as lojas do Brasil, caso contrário a gente rasga esse contrato. O Santos é muito grande para ficar no canto de uma loja ou ver a sua marca ser mal exposta, mal trabalhada. Não vamos aceitar mais isso. As crianças sentem a necessidade de ter o produto do Santos nas prateleiras, os pais reclamam muito disso também. Óbvio que a gente pretende cumprir o contrato, mas desde que contemple as necessidades da marca Santos e os seus interesses.

Uma de suas propostas é dar início a um trabalho que possibilite ao Santos se transformar em uma S.A e receber investimentos de grupos estrangeiros, assim como acontece em vários clubes da Europa. O senhor acredita que o Santos tem condições de partir para esse caminho e, além disso, o futebol brasileiro está preparado para isso?
Nabil: O Santos não está preparado ainda e o futebol brasileiro não está preparado ainda, enquanto a lei não for aprovada. Segundo fontes nossas, isso deve acontecer nos próximos meses. Então, a gente tem que estar preparado para isso, não só administrativamente, como emocionalmente e estaturariamente. A gente não pode ficar esperando acontecer para ir atrás depois. A gente tem que se preparar para algo que vai acontecer, esse é o caminho do mundo. Não tem jeito, tem que fazer o que está dando certo. Temos que seguir esse caminho, isso é fato.

Por fim, gostaria que o senhor fizesse suas considerações finais e desse uma mensagem final ao associado, sobre por que ele deve escolher a sua candidatura para a presidência do Santos pelos próximos três anos?
Nabil: Porque a gente quer trazer uma gestão profissional, transparente. Nós somos a única e verdadeira oposição. Nós não participamos dessa gestão do Modesto Roma Júnior. Os outros candidatos todos participaram diretamente da gestão, sendo remunerados ou não. A gente quer o voto de confiança do torcedor, do sócio, e mostrar que a gente tem uma equipe formada por grandes profissionais, como: Walter Shalka, Celso Loducca, Amir Somoggi e Celso Jatene, Somos apoiados pelo Fred Abdalla aqui em Santos, assim como pela família Di Fazio e pela família Pierotti. Então, a gente tem uma equipe muito boa de apoiadores e profissionais, é isso que me faz pensar e tenho certeza que levará o Santos a outro patamar, com uma gestão profissional e transparente. E isso só nós temos.

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