Mulher que afirmou sequestro de bebê havia perdido filho no quinto mês de gestação
Por Santa Portal em 06/05/2022 às 08:30
A mulher de 46 anos que afirmou ter sido sequestrada ao dar à luz a um bebê, na verdade havia perdido o filho no quinto mês de gestação. A informação foi dada pela família, pelas redes sociais, nesta quinta-feira (5), após o caso ter repercussão na mídia nacional. Segundo os familiares, ela ficou abalada psicologicamente com a perda da criança, e não contou para a família sobre a situação.
“Nós familiares agradecemos a todos que nos ajudaram nesses últimos dias! Infelizmente no 5° mês de gestação a Deise teve um aborto espontâneo o que abalou extremamente seu psicológico, e acabou não conseguindo nos contar. E nós não esperávamos por toda essa situação”, diz a publicação em uma rede social.
“Pedimos nossas sinceras desculpas a todos que compartilharam e se empenharam junto conosco. Sabemos que como família fizemos a nossa parte da melhor forma possível! Agora pedimos que continuem orando, rezando e pedindo por ela e pelo Rodrigo, pois esse momento é muito delicado, e vamos nos dedicar exclusivamente para ajudar e apoiar no que for possível! Agradecemos a todos pela colaboração!”, finaliza o post.
A história contada pela mulher foi que ela teria sido sequestrada por um casal após pegar um táxi para ir até a maternidade dar à luz, e o bebê teria sido levado pelo casal. A situação teria acontecido em Santo André, no ABC paulista, na tarde de terça-feira (4), mas a mulher teria sido deixada em São Vicente. A Polícia Civil estaria investigando o caso.
Procurada pelo Santa Portal, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que “a mulher foi localizada em São Vicente, onde foi registrado um boletim de encontro de pessoa na Delegacia da cidade. O caso é investigado pelo Setor de Homicídios de Santo André (SHPP) e a autoridade policial realiza diligências para esclarecimento dos fatos. Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial.“
Entenda o caso
Ao Santa Portal, a filha da mulher, de 22 anos, contou que a mãe estaria indo para uma consulta médica quanto a bolsa teria estourado. Ela então narrou que viu o táxi parado próximo à unidade de saúde, perguntou se estava vago, e o homem aceitou fazer a corrida até o Hospital Cristóvão da Gama.
“No caminho, ele falou que ia parar para abastecer. Só que, supostamente, ele não abasteceu. Ele só desceu do carro [no posto], e não fez nada. Ela [mãe] não viu o frentista perguntado nada. Só parou, desceu e voltou para o carro. Metros à frente, ele parou de novo e uma mulher entrou”, relata.
Esther afirma que a mãe descreveu a mulher como branca, de cabelo preto e com uma tatuagem de cruz acima da sobrancelha. A suspeita teria obrigado Deise a colocar uma venda no rosto, sob ameaça de machucá-lo, assim como o bebê.
“Ela falou que eles pararam o carro e fizeram o parto dela na estrada. O homem tirou a placenta dela, e a moça vestiu a criança. Depois mandou a minha mãe descer do carro, falando que se olhasse para trás, iam matar ela e a criança”, conta Esther.

Ainda segundo o relato, o casal teria limpado a mulher para que ninguém desconfiasse que ela havia acabado de dar à luz. Após ser supostamente deixada em São Vicente, Deise teria andado até conseguir ajuda e ligou para o companheiro, pai da criança.
O homem acionou uma equipe da Polícia Militar, que levou a mulher para o Hospital Municipal de São Vicente. Segundo a filha, ela foi levada para a maternidade, a medicaram, e não perguntaram nada acerca do seu estado de saúde.
Segundo a filha, as autoridades policiais e funcionários do hospital desconfiaram de tratar-se de uma gravidez psicológica, que foi negada pela família, já que eles não foram informados a respeito da perda do bebê no quinto mês de gestação.
O caso chegou a ser registrado como desaparecimento de pessoa, tanto na Delegacia Sede de São Vicente, quanto no 5º DP de Santo André. O caso foi investigado pela Polícia Civil.
Em nota, a Prefeitura de São Vicente informou que Deise deu entrada na Maternidade Municipal de São Vicente nesta terça-feira (3), às 20h56, acompanhada da Polícia Civil, Guarda Civil Municipal e Corpo de Bombeiros. A administração alega que, no exame físico, a paciente apresentou bom estado geral, e no ginecológico, apresentou discreto sangramento vaginal, útero pouco aumentado de tamanho e ausência de lacerações em canal vaginal.
“A equipe da Maternidade Municipal adotou a conduta de internação para suporte clínico e realização de exames.
A paciente recusou a internação e, às 21h30, evadiu-se do local. Às 21h50, retornou à Maternidade Municipal manifestando concordar com a internação, passando por nova avaliação. Em exame laboratorial realizado na admissão, foi verificado que a paciente não estava grávida. Às 4h23 desta quarta-feira (4), a paciente deixou o local novamente, sem estar de alta médica, acompanhada de familiar, conforme relatório de enfermagem”, finaliza a nota.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que a mulher foi localizada em São Vicente, onde foi registrado um boletim de encontro de pessoas na Delegacia da cidade. O caso é investigado pelo Setor de Homicídios de Santo André (SHPP) e a autoridade policial realiza diligências para esclarecimento dos fatos. Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial.