04/05/2022

Mulher prestes a dar à luz afirma ter sido sequestrada e tem bebê levado por casal em São Vicente

Por Vanessa Ortiz em 04/05/2022 às 10:25

Reprodução
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Uma mulher, de 46 anos, foi sequestrada por um casal após pegar um táxi para ir até a maternidade, e teve o bebê levado pelos suspeitos. O crime ocorreu em Santo André, região do ABC, na tarde de terça-feira (4), mas Deise do Espírito Santo foi deixada em São Vicente. O caso é investigado pela Polícia Civil. 

Em entrevista ao Santa Portal, a filha da vítima, Esther do Espírito Santo de Brito, de 22 anos, contou que a mãe estava indo para uma consulta, e a bolsa estourou. A mulher teria visto o táxi parado próximo a unidade, e perguntou se estava vago, momento em que o homem aceitou fazer a viagem para o Hospital Cristóvão da Gama.

“No caminho, ele falou que ia parar para abastecer. Só que, supostamente, ele não abasteceu. Ele só desceu do carro [no posto], e não fez nada. Ela [mãe] não viu o frentista perguntado nada. Só parou, desceu e voltou para o carro. Metros à frente, ele parou de novo e uma mulher entrou”, relata. 

Esther afirma que a mãe descreveu a mulher como branca, de cabelo preto e com uma tatuagem de cruz acima da sobrancelha. A suspeita teria obrigado Deise a colocar uma venda no rosto, sob ameaça de machucá-lo, assim como o bebê. 

(Foto: Reprodução/Redes sociais)

“Ela falou que eles pararam o carro e fizeram o parto dela na estrada. O homem tirou a placenta dela, e a moça vestiu a criança. Depois mandou a minha mãe descer do carro, falando que se olhasse para trás, iam matar ela e a criança”, conta Esther. 

Ainda segundo o relato, o casal teria limpado a mulher para que ninguém desconfiasse que ela havia acabado de dar à luz. Após ser deixada em São Vicente, Deise andou por um tempo até que conseguisse ajuda e ligou para o companheiro, pai da criança. 

O homem acionou uma equipe da Polícia Militar, que levou a vítima para o Hospital Municipal de São Vicente. Segundo a filha, ela foi levada para a maternidade, a medicaram, e não perguntaram nada acerca do seu estado de saúde.

“Simplesmente deram um calmante para ela, e a deixaram na sala sozinha, sem ninguém. […] Ela ficou com fome, com dor, porque o hospital não deu um suporte do jeito que ela precisava. Estavam taxando ela de louca, falando que ela não estava grávida. O policial até me perguntou se acompanhamos a gravidez dela. A gente via as fotos, vídeos. Ele perguntou se não era uma gestação psicológica”, afirma.

Ainda de acordo com Esther, o exame seria feito somente às 9h desta quarta-feira, e por isso, decidiram levá-la para o Hospital Cristóvão da Gama. O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa, tanto na Delegacia Sede de São Vicente, quanto no 5º DP de Santo André. O caso será investigado pela Polícia Civil.

Em nota, a Prefeitura de São Vicente informa que Deise deu entrada na Maternidade Municipal de São Vicente nesta terça-feira (3), às 20h56, acompanhada da Polícia Civil, Guarda Civil Municipal e Corpo de Bombeiros. A administração alega que, no exame físico, a paciente apresentou bom estado geral, e no ginecológico, apresentou discreto sangramento vaginal, útero pouco aumentado de tamanho e ausência de lacerações em canal vaginal.

“A equipe da Maternidade Municipal adotou a conduta de internação para suporte clínico e realização de exames.
A paciente recusou a internação e, às 21h30, evadiu-se do local. Às 21h50, retornou à Maternidade Municipal manifestando concordar com a internação, passando por nova avaliação. Em exame laboratorial realizado na admissão, foi verificado que a paciente não estava grávida. Às 4h23 desta quarta-feira (4), a paciente deixou o local novamente, sem estar de alta médica, acompanhada de familiar, conforme relatório de enfermagem”, finaliza a nota.

(Foto: Reprodução/Redes sociais)

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que a mulher foi localizada em São Vicente, onde foi registrado um boletim de encontro de pessoas na Delegacia da cidade. O caso é investigado pelo Setor de Homicídios de Santo André (SHPP) e a autoridade policial realiza diligências para esclarecimento dos fatos. Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial.

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