MP-SP vê premeditação e diz que trio esperava obter vantagens financeiras com morte de Igor Peretto
Por Santa Portal em 04/11/2024 às 15:00
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) acredita que houve premeditação das três pessoas presas como suspeitas pela morte do comerciante Igor Peretto, em 31 de agosto deste ano, em Praia Grande.
Na visão dos promotores responsáveis pelo caso, havia um triângulo amoroso entre Rafaela Costa (viúva), Marcelly Peretto (irmã da vítima) e Mário Vitorino (cunhado) e Igor era visto como um problema pelo trio. Além disso, a morte da vítima traria vantagens financeiras para os suspeitos.
“Nesse verdadeiro triângulo amoroso, Igor tornou-se um empecilho. Por isso, Rafaela, Marcelly e Mário, em conluio, decidiram matar Igor”, diz o MP em um trecho da denúncia.
A Promotoria destacou que Mário poderia assumir a liderença da loja de motos que tinha em sociedade com Igor. Já a viúva receberia a herança. Enquanto Marcelly seria beneficiada indiretamente por se relacionar com os dois beneficiários diretos da morte de Igor.
Por essas razões, o MP-SP resolveu denunciar o trio por homicídio qualificado por motivo torpe. O recurso supostamente praticado por Mário para matar Igor também teria dificultado a defesa da vítima.
“A vítima foi morta com diversas facadas desferidas por Mário e com inventivo e apoio moral de Marcelly e de Rafaela, que inclusive foram as responsáveis por atrair a vítima para o local do crime. Além disso, depois de consumado o delito, os três fugiram juntos. Não bastasse, tentaram apagar os vestígios do crime e simular uma falsa luta corporal para invocar legítima defesa. Soma-se a isso que Rafaela apagou conteúdo de mensagens trocadas com os comparsas no dia do crime. Há elementos, portanto, a demonstrar que os três denunciados agiram em conluio para a morte da vítima”, argumenta a Promotoria.
Relembre o caso
Igor Peretto, de 27 anos, foi morto a facadas dentro de um apartamento no Canto do Forte, em Praia Grande, na madrugada de 31 de agosto. A irmã e o cunhado da vítima também estavam no imóvel, mas foram embora antes da chegada de policiais militares. O edifício onde ocorreu o assassinato fica na Avenida Paris, 724.
Acionados para atender a uma ocorrência de “desentendimento” no prédio, policiais militares chegaram ao local por volta das 7h30 e foram recepcionados pela síndica. De acordo com essa testemunha, foram ouvidos muito barulho e gritos vindos de um apartamento do quarto andar. Como ninguém atendeu a campainha do imóvel, os PMs recorreram a um chaveiro para abri-lo.
No corredor e em outras partes do apartamento havia diversas manchas de sangue. O corpo de Igor foi encontrado caído em um quarto, próximo à janela. O imóvel estava bastante revirado, indicando a ocorrência de luta corporal. Com 22 centímetros de lâmina, uma faca foi encontrada no banheiro suja de sangue, sendo apreendida para ser submetida a perícia.