29/06/2021

Em ‘estado de greve’, motoristas rejeitam proposta de acordo coletivo

Por Santa Portal em 29/06/2021 às 21:27

Divulgação/Fttresp
Divulgação/Fttresp

Os motoristas de ônibus da Baixada Santista e da capital paulista, que decretaram estado de greve na última semana, rejeitaram a proposta de acordo coletivo feita pelas empresas de transportes. Entre as empresas, está a Piracicabana, que opera o transporte público de Santos e de outras cidades da região.

A categoria está em campanha para a data-base de maio. A Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de São Paulo (Fttresp) e as empresas realizaram reunião virtual na tarde desta terça-feira (29). Os sindicatos filiados à entidade rejeitaram a proposta de abono de 2% em outubro de 2021, 2% em janeiro e 3,5% em abril de 2022.

“Comeram a carne do trabalhador, beberam o sangue e querem roer os ossos”, disse o presidente da Fttresp, Valdir de Souza Pestana, na tarde desta terça-feira (29), sobre as empresas de transporte coletivo.

Os percentuais foram apresentados pelo sindicato das empresas de transportes de passageiros no estado de São Paulo (Setpesp), em negociação presencial no final desta manhã, quando foi proposto – e rejeitado – o acordo coletivo.

Nesta quinta-feira (1º), às 11 horas, o presidente da Fttresp e outros dois sindicalistas terão nova reunião com os empresários. E, às 15 horas, outra reunião virtual com os sindicatos.

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Abrir a contabilidade

Caso o Setpesp continue intransigente, a federação e os sindicatos dos trabalhadores publicarão editais e paralisarão os serviços nas cidades em que as empresas do Setpesp estão prejudicando as negociações.

Segundo Wilson Pereira dos Santos, diretor do sindicato dos rodoviários e setor diferenciado de São Paulo, que acompanhou Pestana na negociação, “sobrou cordialidade e faltou proposta” na reunião.

“Nem na ‘PLR’ (participação nos lucros ou resultados) houve algo positivo. Ofereceram R$ 500, quando normalmente o benefício legal corresponde a um salário do trabalhador”, reclamou o sindicalista.

“As empresas nunca abriram sua contabilidade para conversarmos francamente sobre a ‘PLR’”, ponderou Wilson. “Mas talvez tenham que abrir se levarmos a campanha salarial aos tribunais”.

Os tribunais a que se refere o dirigente são os regionais do trabalho de Campinas e da capital paulista, que poderão julgar os dissídios de greve em caso das negociações não vingarem.

Pestana citou que um dos temas a ser levado aos tribunais é o ‘compliance’, conjunto de leis, regras e regulamentos que devem ser respeitados pelas empresas, entre elas as de transporte coletivo.

Ele ponderou que o desrespeito aos dispositivos englobados no ‘compliance’, ainda que acidental, pode levar a pesadas multas e sanções legais, além da perda de reputação.

“Podemos questionar, por exemplo, a aplicação de recursos na bolsa de valores que deveriam ser direcionados às atividades-fim dessas empresas, além de outros tantos pontos”.

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