11/02/2016

Morte por Zika será investigada "com maior profundidade", diz ministro

Por Agência Brasil em 11/02/2016 às 15:42

ZIKA VIRUS – O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse hoje (11) que a pasta estuda “com maior profundidade” a terceira morteregistrada no país associada ao vírus Zika. O caso aconteceu em abril de 2015, mas os resultados dos exames saíram apenas agora. A paciente tinha 20 anos e morava no município de Serrinha, no Rio Grande do Norte.

“A informação que nós temos é que foi Zika”, disse Castro, ao destacar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já foi comunicada sobre o óbito. A morte da paciente se soma a outras duas identificadas no Brasil em decorrência da infecção pelo vírus.

Durante entrevista coletiva, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, lembrou que, como não é comum uma pessoa jovem morrer rapidamente de pneumonia, outros exames foram feitos na paciente até que se chegasse a um resultado positivo para Zika.

“Mortes pelo Zika nunca haviam sido descritas”, disse Maierovitch, ao ressaltar que a última epidemia do vírus, registrada na Polinésia Francesa, ocorreu em uma população muito menor que a brasileira.

“Não é possível afirmar que o Zika foi a causa exclusiva da morte”, completou. “Quando há uma epidemia muito grande, as pessoas podem morrer por outras causas e também ter o vírus”, acrescentou o diretor.

Terceira morte
O caso ocorreu em abril de 2015, mas os resultados dos exames saíram só agora. A paciente tinha 20 anos e morava no município de Serrinha, no Rio Grande do Norte.

Sem histórico de doenças crônicas anteriores, ela foi internada no dia 11 de abril de 2015 em seu município com um quadro de tosse seca e contínua. O quadro evoluiu para tosse com sangramento, e a paciente foi transferida para o Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, no dia seguinte. No dia 23 de abril de 2015, a mulher morreu.

Inicialmente a causa base da morte foi tida como pneumonia devido ao quadro de infecção aguda. O caso foi investigado pelo Instituto Evandro Chagas, que constatou a infecção aguda pelo vírus Zika. O Ministério da Saúde já notificou a Organização Mundial da Saúde sobre o tema.

Segundo a pasta, este caso apresenta manifestações diferentes, como infecção pulmonar, que não é habitual dos flavivírus (dengue, chikungunya e Zika). O ministério está reforçando o contato e orientações com os estados e municípios para que fiquem alertas a casos parecidos.

A primeira morte foi confirmadapelo Instituto Evandro Chagas em novembro de 2015. O homem de 35 anos morava em São Luís no Maranhão e tinha histórico de lúpus, tratamento contínuo com corticosteroides, artrite reumatoide e alcoolismo. O lúpus afeta o sistema imunológico e, por isso, ele não resistiu ao vírus Zika. Ele morreu em junho de 2015. O caso foi encaminhado para o instituto, com sede em Belém, por ser referência nacional em febres hemorrágicas.

O segundo caso de morte, também confirmado em novembro de 2015, foi de uma paciente que morreu em outubro em Benevides (PA). Uma adolescente de 16 anos, com suspeita inicial de dengue, apresentou dor de cabeça, náuseas e pontos vermelhos na pele e mucosas. A coleta de sangue ocorreu sete dias após o início dos sintomas, em 29 de setembro; a paciente, após a infecção pelo vírus Zika, desenvolveu quadro de púrpura trombocitopênica grave e hemorragias.

A maioria dos casos de morte por vírus Zika ocorreu em bebês com microcefalia. De acordo com o último boletimdivulgado pelo Ministério da Saúde, no total, foram notificadas 76 mortes após o parto ou durante a gestação. Destas, 15 foram investigadas e confirmadas para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central e cinco tiveram identificação do vírus Zika no tecido fetal. Há 56 casos ainda em investigação e cinco foram descartados.

O ministério já confirmou 404 casos de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, dos quais 17 estão relacionados ao vírus Zika. Foram descartados 709 casos e 3.670 casos suspeitos de microcefalia em todo o país estão sendo investigados, o que representa 76,7% das notificações. O boletim refere-se aos casos registrados até 30 de janeiro.

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