28/12/2017

Morte da atriz Daniela Perez completa 25 anos

Por #Santaportal em 28/12/2017 às 09:19

TELEVISÃO– Há exatos 25 anos, a atriz Daniella Perez foi assassinada pelo ator Guilherme de Pádua. Os dois contracenavam juntos na novela “De corpo e alma”, escrita pela mãe da atriz Glória Perez em 1992. O crime teve a participação da ex-mulher de Pádua, Paula Tomaz.

A atriz tinha 22 anos e era casada com o ator Raul Gazolla. O corpo da atriz foi encontrado numa região de floresta na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com 18 golpes de punhal, que causaram sua morte. O caso chocou o Brasil pelos envolvidos serem artistas muito conhecidos e que trabalhavam juntos. A primeira notícia do caso veio a público um dia depois, em 29 de dezembro de 1992, quando foi noticiado juntamente a outra grande notícia de repercussão nacional, a renúncia do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Os dois assassinos foram condenados por júri popular e libertados em 1999.

Entenda o caso
Em 1992 a atriz Daniella Perez interpretava, na novela De Corpo e Alma, de autoria de sua mãe Glória Perez, a personagem Yasmin, que se envolvia momentaneamente com o personagem Bira, vivido pelo ator Guilherme de Pádua.

Na tarde do dia 28 de dezembro, Daniella e Guilherme gravaram a cena do fim do romance de Yasmin e Bira. Logo após as gravações, o ator teve uma crise de choro e procurou inquieto por Daniella diversas vezes no camarim, o que foi presenciado por camareiras do estúdio. Segundo estas camareiras, ele entregou a Daniella dois bilhetes, os quais a jovem se recusou a dizer do que se tratavam, aparentando grande nervosismo. Na polícia e na justiça, o que foi confirmado também pelos depoimentos de Paula Thomaz, Guilherme disse que estava nervoso, por acreditar que seu papel estava sendo reduzido na novela, uma vez que, naquela semana, não havia aparecido em dois capítulos.

No fim da tarde, Guilherme deixou o estúdio Tycoon, na Barra da Tijuca, onde a novela era gravada, foi até seu apartamento na Avenida Atlântica, em Copacabana, e buscou sua mulher Paula Thomaz, grávida de 4 meses. Munidos de um lençol e um travesseiro, o casal deixou o prédio novamente em direção aos estúdios Tycoon, onde Daniella continuava gravando.

Chegando ao local, Paula não saiu do carro, mas ficou deitada no banco de trás do Santana de Guilherme, coberta com um lençol, enquanto o ator retornou ao estúdio para terminar as gravações das suas cenas.Por volta das 21 horas as gravações terminaram. No estacionamento, Guilherme e Daniella tiraram fotos com fãs e, então, Guilherme saiu dirigindo seu Santana, que foi seguido pelo motorista das crianças com quem havia tirado as fotos. Em seguida, a atriz saiu do estúdio dirigindo um Escort.

O motorista viu quando Guilherme parou o carro num acostamento ao lado do posto de gasolina onde Daniella parou para abastecer o carro – confirmado pelos frentistas do posto, que preocupados com a possibilidade de assalto, ficaram atentos ao ocupante do carro, e se tranquilizaram ao reconhecer o ator. Ao sair do posto, Daniella teve seu carro fechado pelo Santana de Guilherme. Os dois desceram de seus respectivos carros e Guilherme desferiu um soco no rosto da atriz, que caiu desacordada. Isso foi presenciado por dois frentistas do posto.

Guilherme então colocou a atriz desacordada no banco de trás de seu Santana, agora dirigido por Paula, e tomou a direção do Escort de Daniella. Da Avenida das Américas, os carros seguiram até a Rua Cândido Portinari, uma rua deserta da Barra da Tijuca, e pararam num terreno baldio.
Lá, Guilherme e Paula começaram a apunhalar Daniella – primeiro dentro do carro, depois num matagal próximo.

A perícia comprovou que Daniella Perez foi morta com 18 estocadas que atingiram o pulmão, o coração e o pescoço. O advogado Hugo da Silveira, que passava pelo local do crime, achou estranho dois carros parados num local ermo e, pensando se tratar de um assalto, anotou as placas. Viu no Santana um homem e uma mulher de rosto redondo, que confirmou mais tarde tratar-se de Paula Thomaz. O advogado dirigiu-se então à sua casa, de onde chamou a polícia.

Ao chegar ao local, a polícia só encontrou o Escort de Daniella e os documentos do carro em nome do ator Raul Gazolla, marido de Daniella. Enquanto um dos policiais seguiu para a casa de Raul, o outro manteve guarda no local, e para se proteger do matagal sinistro e perigoso, o policial, mesmo armado, acha por bem resguardar-se atrás de uma árvore, quando tropeça no corpo de Daniella.

Na delegacia, Guilherme e Paula chegaram a consolar a mãe de Daniella e Raul Gazolla.

A polícia, sabendo a placa do carro, foi até os estúdios Tycoon e descobriu que o proprietário era Guilherme de Pádua, apesar de uma letra estar errada. A placa anotada foi OM1115 e a placa do ator na planilha do estúdio era LM1115, o que mais tarde se comprovou que a placa do carro tinha sido adulterada com fita isolante pelo ator, de LM1115 para OM1115, o que eliminou a alegação da defesa de crime passional.

Na manhã do dia 29 de dezembro, a polícia chegou ao apartamento de Guilherme e ele foi levado para a delegacia. Inicialmente o ator negou a autoria do crime, mas no mesmo dia, encurralado pelas provas, acabou admitindo a autoria. Numa conversa com os policiais, Paula chegou a confessar a participação no crime, mas em depoimento negou envolvimento. O delegado do caso chegou a ouvir um telefonema de Guilherme para Paula, em que ele dizia que iria segurar tudo sozinho. Assim a polícia também passou a suspeitar de Paula.

Guilherme e Paula ficaram presos definitivamente no dia 31 de Dezembro . Ambos reivindicaram o direito de só falar em juízo. Ao longo dos cinco anos até o julgamento, Guilherme de Pádua testou várias versões através da imprensa. Nenhum dos dois convenceu o júri, e ambos foram condenados por homicídio qualificado: motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.