Morre aos 91 anos, o jornalista e escritor Carlos Heitor Cony
Por #Santaportal em 06/01/2018 às 13:20
LUTO – O jornalista e escritor Carlos Heitor Cony morreu na noite de ontem (5), aos 91 anos. Ele estava internado desde o dia 26 de dezembro no Hospital Samaritano, no Rio. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. A informação foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL) em que era membro desde 2000.
Cony iniciou no jornalismo nos anos de 1950 e atuou nos principais jornais e revistas do país. Também foi autor de diversos romances, como “O ventre” (1958), “Pilatos” (1973), “Quase memória” (1995) e “O piano e a orquestra” (1996). Com os dois últimos, ganhou o prêmio Jabuti.
Escreveu livros de crônicas, coletâneas de contos e novelas para a TV foi comentarista de rádio.
Carlos Heitor Cony nasceu em 14 de março de 1926, no Rio de Janeiro e era filho do também jornalista Ernesto Cony Filho e Julieta Moraes Cony.
Cursou humanidades e filosofia no Seminário de São José. Trabalhou como funcionário público da Câmara Municipal do Rio de Janeiro até 1952, quando se tornou redator da Rádio Jornal do Brasil.
Em 1960 entrou para o Correio da Manhã, jornal que publicara o polêmico editorial “Basta!” contra João Goulart. Cony foi um dos que se arrependeram de apoiar a queda de Goulart que resultou no golpe militar de 1964 e veio depois a opor-se abertamente ao golpe, tendo sido preso por seis vezes ao longo do período do regime militar. Como editorialista do Correio da Manhã, escreveu textos de crítica aos atos da ditadura militar.
Carlos Heitor publicou contos, crônicas e romances. O mais famoso é de 1995, Quase Memória, que vendeu mais de 400 mil exemplares. Esse livro marca seu retorno à atividade de escritor/romancista. O romance, A Casa do Poeta Trágico, foi escolhido o Livro do Ano, obtendo o Prêmio Jabuti, na categoria ficção. Em 23 de março de 2000, foi eleito para a cadeira número 3 da ABL.
