Missa da quarta-feira (1º) de Cinzas dá início ao Tempo de Quaresma

RELIGIÃO – No primeiro dia de março, o bispo diocesano de Santos Dom Tarcísio Scaramussa presidirá a missa da Quarta-Feira de Cinzas, celebração que dá início ao Tempo da Quaresma, às 9 horas, na Catedral de Santos. Participam da celebração padres, diáconos, religiosos e leigos das paróquias das nove cidades da Baixada Santista.

“A Quaresma nos recorda o Batismo, pelo qual fomos inseridos no Mistério da morte e ressurreição de Cristos e integrados em seu corpo místico. Foi a grande transformação de nossa vida. Somos uma nova criatura e nos esforçamos para viver a graça derramada em nossos corações, e continuar a missão de Cristo”, explicou o Bispo.

Nessa missa os fiéis recebem sobre a cabeça as “cinzas”, como sinal de penitência e compromisso com a conversão, se comprometendo a viver mais intensamente as práticas próprias do tempo da Quaresma que são: o jejum, a oração, a esmola. A quaresma são os 40 dias que antecedem a Páscoa, esse ano celebrada no dia 16 de abril.

Campanha da Fraternidade
No Brasil, todos os anos a Conferência Nacional dos Bispo do Brasil (CNBB) apresenta a Campanha da Fraternidade, como caminho de conversão quaresmal. Em Santos, o lançamento da campanha acontece com uma sessão solente na Câmara Municipal da cidade, na sexta-feira (3), às 19 horas.

Dom Tarcísio também falou sobre o tema da Campanha deste ano: “fraternidade: biomas e defesa da vida”. “Como expressão da caridade, este ano a Campanha da Fraternidade nos convida a “cultivar e guardar a criação. A campanha ajuda a viver o espírito de conversão da Quaresma, que tem também esta dimensão importante de “conversão ecológica”, como indica o Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si. A Baixada Santista está no Bioma da Mata Atlântica. Esta Mata já cobriu grande parte do território de 17 estados brasileiros, e agora está reduzida a apenas 12,5% do que tinha anteriormente de floresta nativa”.

Além da questão do desmatamento que ameaça profundamente o equilíbrio do Bioma Mata Atlântica, Dom Tarcísio lembra ainda outros fatores agravantes: “No texto-base da Camapnha da Fraternidade, a cidade de Cubatão é citada como um dos lugares onde a poluição ambiental ocasionada pela emissão industrial de agentes nocivos ameaça a sobrevivência de espécies próprias do bioma. Mas não esqueçamos dos incêndios, dos vazamentos e despejos tóxicos, da ocupação de áreas de preservação, e da questão urgente dos resíduos sólidos”

“Por isso, nós, como Igreja Católica na Baixada Santista, vamos continuar desenvolvendo ações conscientes e responsáveis de cuidado do meio ambiente e das pessoas. Vamos incentivar nossas comunidades a consumirem produtos provenientes da economia solidária e sem agrotóxicos, lutar contra o desmatamento, continuar acompanhando as políticas públicas, cobrando do poder executivo o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), exigir a recuperação das áreas degradadas, exigir que o poder público garanta Às comunidades indígenas e pescadores terras e assistência adequada para a sua sobrevivência, dentre outras ações”, completou.