30/10/2019

Militar diz que Trump pressionou presidente da Ucrânia

Por ANSA em 30/10/2019 às 15:25

MUNDO – O tenente-coronel Alexander Vindman, um dos principais assessores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que o republicano pressionou o chefe de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante telefonema.

Vindman, que é um cidadão norte-americano nascido na Ucrânia, é diretor de assuntos europeus do Conselho de Segurança Nacional e foi o primeiro membro da Casa Branca que testemunhou no caso de impeachment contra Trump.

“Não achei adequado exigir que um governo estrangeiro investigasse um cidadão americano e fiquei preocupado com as implicações para o apoio dos EUA à Ucrânia. É meu dever sagrado e uma honra promover e defender o nosso país, independentemente de partidos ou políticas”, disse Vindman, segundo o documento que os jornalistas obtiveram após a sessão.

Além disso, Vindman também confirmou que Trump pressionou Zelensky para que ele iniciasse uma investigação contra o pré-candidato democrata à Presidência, Joe Biden. Segundo o oficial, o magnata mandou suspender qualquer ajuda militar à Ucrânia até que o presidente ucraniano concordasse com os pedidos do magnata.

O depoimento do militar era muito esperado pelos investigadores, já que Vindman estava presente durante a ligação entre Trump e Zelensky, cuja divulgação levou os democratas a iniciar os processos de impeachment do republicano.

Segundo o jornal “The New York Times”, algumas partes que foram omitidas na transcrição são sobre a Burisma, uma empresa de gás natural ucraniana que contratou Hunter Biden para ser conselheiro.

“Eu disse ao embaixador Sondland que as suas declarações eram inapropriadas, que o pedido para investigar Biden e o seu filho nada tinha a ver com segurança nacional, e que tais investigações não eram algo em que o Conselho de Segurança Nacional iria envolver-se ou pressionar”, contou o oficial.

As declarações de Vindman, que compareceu ao Capitólio com o seu uniforme do Exército e condecorações, se juntaram aos testemunhos da antiga chefe do Conselho de Segurança Nacional, Fiona Hill, e do embaixador interino dos EUA na Ucrânia, William Taylor.

A presidente interina da comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes, a democrata Carolyn Maloney, afirmou em entrevista à emissora “NBC” que o testemunho do militar foi “extremamente pertubadoras”.

“Supostamente, de acordo com a Mídia Corrupta, a ligação com a Ucrânia ‘preocupou’ a testemunha ‘Never Trumper’. Ele estava no mesmo telefonema que eu? Não é possível! Por favor, peçam para ler a transcrição da ligação. Caça as bruxas!”, escreveu Trump no Twitter.

Na polêmica, Hunter foi acusado por Trump de que ele teria cometido ilegalidades enquanto seu pai estava na Casa Branca. Em 2016, o ex-vice de Barack Obama pressionou pela demissão de um procurador ucraniano que era tido como corrupto pelos EUA e pela União Europeia, mas que na época investigava a Burisma.

Trump questiona os motivos por trás da pressão de Biden sobre Kieva e ainda acusa Hunter de ter feito negócios na China durante uma viagem oficial de seu pai. O republicano ainda teria pressionado a Ucrânia a investigar os Biden durante um telefonema em julho deste ano e também pediu publicamente para Pequim apurar sua suspeita.

A pressão de Trump sobre Kiev motivou a abertura de um inquérito de impeachment na Câmara dos Representantes, que é dominada pelo Partido Democrata, por suspeita de abuso do poder de cargo para fazer um líder estrangeiro investigar um adversário político.

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