Menina de 15 anos é picada por serpente em Mongaguá; especialistas alertam para acidentes

Por Santa Portal em 27/12/2021 às 11:31

Os acidentes com serpentes são mais comuns no verão, de acordo com especialistas. No último fim de semana, uma menina de 15 anos picada no pé enquanto caminhava pela Avenida Benedito Patucci, no bairro Itaoca, em Mongaguá. Ela precisou ser internada no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, para receber cuidados médicos.

A jovem andava por volta das 21h, quando pisou no animal, momento em que ocorreu o acidente. De primeiro momento, a menina foi levada para uma Unidade de Atendimento de Mongaguá, onde recebeu o soro antígeno. Em seguida, foi transferida para o Guilherme Álvaro, onde segue em tratamento.

A espécie que picou a menina foi uma jararaca, comuns na região. De acordo com o coordenador de Biologia da Unisanta, Jorge Luis dos Santos, apesar de não serem raras, as aparições não são frequentes. “Elas se camuflam, então não conseguimos observar com tanta facilidade. Isso preocupa, porque são serpentes peçonhentas e representam perigo. O veneno é preocupante por conta da ação que possui. É necrosante, coagulante e pode causar hemorragia. É necessário ter ação rápida para evitar sequelas”.

Jorge explica que há questões importantes em relação ao manejo dos animais, principalmente no que diz respeito ao lixo doméstico. “Dependendo da maneira que foi descartado, atrai ratos e, por consequência, serpentes. O ninho de ratos é a presa predileta. Dessa maneira, há maior aproximação com seres humanos. Isso se intensifica nas áreas de mata”, explicou.

As jararacas optam por locais secos, próximos de possíveis ninhos de presas (telhas, lixos, madeiras). “Quem for manipular os materiais, porque os acidentes podem ocorrer aí. Elas se escondem e quando a pessoa vai com a mão ou com o pé, acontece a picada”, disse.

O biólogo recomenda fotografar o animal, se possível, para saber qual composto antiofídico administrar no paciente.

Serpentes no Verão

O biólogo especialista em serpentes, Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Butantan, explicou que tanto no verão, quanto na primavera, por causa das altas temperaturas, os bichos têm o comportamento comum: saem para buscar comida e é a época de nascimento de filhos. No inverno e outono, o hábito é de se manterem escondidas, porque o metabolismo fica mais lento, o que dificulta o encontro com seres humanos.

De acordo com Puorto, 85% das serpentes da região não têm peçonha e 15%, tem, sendo as espécies mais comuns jaracara, jararacuçu e coral (com menor incidência de acidentes). Ao Santa Portal, ele ressaltou que, independentemente das características físicas do animal, a recomendação é sempre que avistar um ofídio, manter distância. Isso porque a maior parte dos acidentes ocorre quando a pessoa pisa e não vê ou tentar segurar o animal.

Se o cuidado com cobras d’água e caninanas são importantes, com as peçonhentas, são extremamente imprescindíveis. Vale lembrar que envenenamentos podem causar sequelas.

Para reconhecer, jararaca e jararacuçu, como são do mesmo grupo, é preciso observar algumas coisas: velocidade, pois são mais “lerdas” que outras espécies; escamas opacas; presença de um orifício extra virado para frente, localizado entre os olhos e a narina, visível para quem está de frente e de lado; pupila vertical, semelhante as de gatos.

Agora quando se trata de coral, a identificação é mais difícil, visto que algumas produzem peçonha e outras, não. A espécie possui escamas brilhantes e o corpo formado por anéis. Como são ágeis, é imprescindível manter distância segura. “O comportamento natural é de fuga, mas podem ocorrer acidentes com pessoas distraída ou que tentam pegar”, reforçou o especialista.

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