Marcelo Teixeira fala de sua paixão pelo Santos

Por Ted Sartori/#Santaportal em 13/04/2020 às 09:00

ANIVERSÁRIO – O #Santaportal traz hoje a quarta reportagem da série sobre o Santos. A sequência de matérias se encerrará amanhã, 14 de abril, justamente quando o clube completará 108 anos de uma história gloriosa com muita luta, títulos, gols, craques e glórias.

Desta vez, o entrevistado é Marcelo Teixeira, presidente do Santos entre 1992 e 1993 e entre 2000 e 2009. O atual mandatário do Conselho Deliberativo do clube – e também presidente do Sistema Santa Cecília de Comunicação – conta detalhes a respeito de sua paixão pelas cores alvinegras, além de grandes momentos vividos como torcedor e dirigente do Peixe.

Como e quando começou a paixão pelo Santos?
Ouvindo as histórias que meu pai contava e assistindo aos jogos na Vila Belmiro.

Como era a relação de pai para filho no dia a dia com relação ao Santos, seja no período em que Milton Teixeira foi presidente ou em qualquer outro cargo que tenha ocupado no clube?
A relação sempre foi de muita paixão pelo clube.

Como era a ida aos jogos nessa época? Do que se recorda mais?
Ainda no seu colo, no final da década de 1960, esperávamos os portões se abrirem nos últimos 15 minutos das partidas e ainda assistíamos alguns gols.

Ainda somente como torcedor, qual seu jogo mais marcante? Por quê? Qual a grande história desse dia?
Um dos mais marcantes foi na despedida do Pelé, no jogo contra a Ponte Preta, na Vila (em 1974). Não me conformava que ele nunca mais vestisse a camisa 10.

Ainda somente como torcedor, qual seu grande ídolo dentre os grandes jogadores da história do Santos? Por quê? Pode, claro, citar Pelé e mais um. Alguma história curiosa ou emocionante ou as duas coisas com seu ou seus ídolos?
O principal é o Pelé, sou da geração de ouro! Tenho muitos outros de várias gerações, mas prefiro não citar todos porque me esquecerei de alguns.

No jogo decisivo do título paulista de 1984, contra o Corinthians, no Morumbi, você estava no gramado. Qual a grande lembrança daquela tarde de 2 de dezembro? Ainda mais com seu pai como presidente…
Lembrança de ver os jogadores darem as mãos ainda no túnel do gramado, fazerem a oração antes de entrar em campo, de gritarem que sairiam do gramado campeões.

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Reprodução

A propósito de presidir o clube, quando você era criança, adolescente, já pensava nisso? Por quê?
Quando criança imaginava ser um atleta e defender o Santos nos gramados. Como adolescente, já sonhava ser dirigente. Já moço, a ambição era ser presidente.

Dezoito anos depois daquela conquista, eis que o presidente do Santos era você, no título brasileiro de 2002, novamente diante do Corinthians. Certamente vieram muitas coisas à cabeça naquela tarde. Qual foi a primeira? Por quê? Alguma história curiosa daquele jogo no Morumbi?
Quando assumimos em 2000, a proposta era resgatar a autoestima do torcedor e que o clube brigasse por títulos. Já tínhamos batido na trave por duas vezes em 2000 e 2001 (ambas no Paulistão). Quis o destino que saíssemos da fila 18 anos após a gestão da família Teixeira contra o mesmo adversário. Impressionante ver o número de torcedores acompanhando o (ônibus) Baleia na estrada para descer a Serra, quando passamos pelo Casqueiro (em Cubatão) e chegamos na Cidade. Nunca tinha visto a Praça da Independência daquele jeito em nenhuma outra comemoração, até os dias de hoje

E em outro final de escrita, em 2006, quando o Santos voltou a ser campeão paulista depois de quase 22 anos (a última vez tinha sido justamente em 1984), você também era o presidente. Como 2002 teve um caráter, digamos, libertador, em 2006 foi diferente o sentimento?
Santos e São Paulo brigavam rodada a rodada. A Vila Belmiro lotada e desde 1965 não tinha uma volta olímpica de comemoração de um título. Assim quebramos dois tabus: 41 anos de uma conquista no nosso lendário estádio e o jejum de 21 anos do Paulista. E o presente veio de Deus: do céu pousou um helicóptero no sagrado gramado da Vila Belmiro com o troféu de campeão. Muita emoção, conquista inesquecível!

Como você define o título brasileiro de 2004 na sua vida? Por quê? Alguma história curiosa ou divertida daquela dia de grande calor em São José do Rio Preto, frente ao Vasco?
Campeão brasileiro em 2002, vice-campeão da Libertadores e vice-campeão brasileiro em 2003, o time começava a se reformular. Mesmo perdendo mandos de jogos e com tantos gols anulados, fomos bicampeões brasileiros e marcamos uma história de conquistas nacionais no futebol brasileiro. Liguei para o Eurico Miranda e, brincando, pedi para seu time não dificultar o último jogo, já que para o Vasco não valia mais nada. Para minha surpresa, ele respondeu que estava dando férias para alguns jogadores, para retornarem mais cedo para a preparação do ano seguinte, mas que encerrariam o campeonato com dignidade. Alguns desses reservas entraram e deram muito mais trabalho que os titulares, valorizando demais a nossa vitória.

Agora como presidente do Conselho Deliberativo do Santos, qual a mensagem que você deixa para este aniversário de 108 anos do Santos?
Parabenizar todos os santistas espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Cumprimentar os dirigentes que tanto lutaram pelo engrandecimento do Santos FC, assim como as Comissões Técnicas, Funcionários e Atletas que dignificaram a linda trajetória do maior Embaixador do Futebol Brasileiro!

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Reprodução/#Santaportal

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