Maior navio porta-contêineres atraca no Porto de Santos

Por Santa Portal em 24/10/2022 às 15:45

Santa Cecília TV
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O Porto de Santos recebeu, nesta segunda-feira (24), o navio CMA CGM VELA, o maior em comprimento a atracar no complexo portuário santista, com seus 347m e capacidade para transportar 10 mil contêineres. A chegada da embarcação foi registrada por uma câmera exclusiva da Santa Cecília TV.

A chegada do navio, cuja operação teve início por volta das 13h30, contou com o trabalho de dois práticos da Praticagem de São Paulo para ajudar na manobra até o terminal. A chegada da embarcação contou com a escolta da Capitania dos Portos, do Comando do Grupamento de Patrulha Naval do Sul-Sudeste e da Guarda Portuária.

Após entrar no canal do Porto, o navio porta-contêineres ficará atracado no terminal da Santos Brasil (Tecom-3).

Essa embarcação se aproxima aos da classe New Panamax, navios com 366m de comprimento e 52m de boca, com capacidade para transportar até 14 mil TEUs (unidades equivalentes a um contêiner de 20 pés) em uma única viagem. Esses navios já foram homologados pela Autoridade Marítima para atracar no Porto de Santos cujo maior navio recebido até o momento foi de 340m de comprimento com, em média, 9 mil TEUs.


Bruno Tavares, presidente da Praticagem de São Paulo, informou que os práticos, desde 2016 estão preparados para manobrar navios maiores, de 366m, após treinamentos, acompanhando a evolução do mercado mundial. “Foram dois anos de estudos para garantir toda segurança, inclusive conversando com comandantes e práticos que operam navios dessas dimensões. Nossos profissionais participaram de simulações em centros de treinamento em Covington, nos Estados Unidos, e em simulador, no tanque de provas numérico da Universidade de São Paulo”, disse.

Nas simulações, os práticos treinaram com navios tripulados, em lagos com relação de profundidade/calado iguais aos do canal de Santos. “É tudo proporcional à vida real, porém em escala reduzida, diferente de um simulador virtual. Você sente os efeitos hidrodinâmicos, diferentes de um simulador de manobras, que é como se fosse um videogame de última geração”, acrescentou Bruno Tavares.


Como a Praticagem se adiantou aos desafios, todos estão preparados: “Treinamos bastante, estamos prontos para recebê-los. Claro que consideramos uma operação especial, o risco é maior e a margem de segurança é menor, mas vamos trabalhar com o máximo de cuidado e profissionalismo”, confirmou o presidente.

Desafios

Além de contar com dois práticos a bordo, as manobras nesses navios sofrem limitações por conta de condições meteorológicas (ventos e correntes), requer a constante dragagem de manutenção e o gerenciamento do tráfego para evitar a interferência com outras embarcações. “Não podemos esquecer nenhum detalhe de segurança. Nosso trabalho também depende do trabalho de toda comunidade portuária para buscar o aprimoramento e a eficiência durante essa operação”, destacou Tavares.


Outro ponto levantado é a chamada janela de atracação. A praticagem usa o estofo da maré para fazer o movimento dos navios maiores buscando garantir mais segurança nas manobras.


Todo o trabalho dos práticos é monitorado no Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego (C3OT) instalado na sede, com Sistema de monitoramento de tráfego por AIS; Equipamentos de sensoriamento remoto de correntes, de ventos, altura das marés, altura e período das ondas, visibilímetros, batimetria e Redraft, sistema para determinar o calado dinâmico.

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