Mãe suspeita de espancar filho em SV será transferida para Penitenciária de Franco da Rocha

Por Santa Portal em 06/10/2022 às 15:00

Julia Cristina Pereira, de 24 anos, presa por suspeita de ter espancado o próprio filho de quatro anos, passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (6), no Fórum de Santos. A prisão preventiva dela foi mantida pela Justiça e, na sexta-feira (7), ela será transferida para a Penitenciária de Franco da Rocha, no interior paulista.

Durante o depoimento à Justiça, a mãe do menino negou que tenha agredido o filho. “Não fui eu. Eu tentei defender ele. Peço perdão ao meu filho por deixar ele ter se envolvido com uma pessoa que era totalmente envolvida com drogas. Quero pedir perdão a ele por não ter feito diferente”, disse Júlia, para a Santa Cecília TV, antes de passar pela audiência de custódia.

Com a prisão mantida, ela deverá retornar ao 2º DP de São Vicente para ser ouvida pela delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) sobre o caso do espancamento de seu filho e, também, será ouvida pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) sobre a morte do seu marido, padrasto da criança, que também é suspeito de ter agredido a criança.

Após ser ouvida sobre os dois casos, ela volta para a Cadeia Feminina de São Vicente, onde ficará até ser transferida nesta sexta para Franco da Rocha.

Julia foi presa no começo da noite de quarta-feira (5), em Itanhaém. Ela estava foragida após a 1ª Vara Criminal do Foro de São Vicente ter expedido um mandado de prisão no fim da tarde. A mulher passou a noite na Cadeia Pública Feminina de São Vicente.

De acordo com informações apuradas pelo Santa Portal, a vítima foi encontrada por policiais do 2º DP de São Vicente, em um barraco abandonado, em Itanhaém, e não resistiu à prisão. Ao chegar no DP de São Vicente, Julia foi hostilizada por moradores da região.

Histórico

O padrasto acusado de espancar o enteado de apenas 4 anos, junto com a mãe da criança, causando fratura em oito costelas e em um dos braços do menino, foi assassinado. Ex-presidiário, que cumpria pena por roubo em regime aberto, Julian do Nascimento, de 32 anos, foi morto com tiros no olho direito, nas mãos e no tórax. A criança continua internada na Santa Casa de Santos, mas já saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O corpo de Julian foi achado às margens do km 285+300 metros da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, no Parque das Bandeiras, Área Continental de São Vicente, na noite da última quinta-feira (29), mesma data em que criança deu entrada no hospital em estado grave. A violência contra o garoto aconteceu na residência do acusado, na Favela México 70, Vila Margarida.

Em relação ao assassinato de Julian, inicialmente, desconfiava-se que o corpo encontrado às margens da rodovia fosse dele em uma razão da tatuagem de uma coroa no pescoço com a inscrição “Jair e Neide”. Os nomes são dos pais do padrasto agressor.

Para se ter certeza absoluta quanto à identidade da vítima, foram coletadas as suas impressões digitais e o Sistema de Legitimação à Distância (Lead) confirmou que o corpo é mesmo de Julian. Esta informação foi prestada ao Santa Portal nesta quarta-feira (5) pelo delegado Marco Antônio do Couto Perez, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Seccional de Praia Grande.

A forma como Julian foi executado revela indícios de ação típica dos “tabuleiros”, como são chamados os tribunais do crime organizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Júlia chegou a gravar um vídeo após ter agredido o próprio filho. Na filmagem, ela repreende o menino e diz que era para ele “não ranger os dentes” e que “ele não ia bagunçar na casa dela”. A violência ocorreu na quarta-feira da semana passada (28). Uma tia do garoto revelou o episódio nas redes sociais e o caso ganhou repercussão, gerando revolta e indignação pela covardia e crueldade.

O Santa Portal apurou que Julian foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão por roubo. Com uma réplica de pistola, ele e um comparsa assaltaram um homem, em 6 de março de 2014. A sentença da 2ª Vara Criminal de São Vicente foi prolatada em 16 de janeiro de 2017, mas a prisão de Julian só ocorreu em 11 de setembro de 2019. Em 14 de abril de 2020, ele progrediu para o regime aberto e foi solto.


Foto: Reprodução

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