29/07/2022

Líder isolado, Palmeiras ainda deve para plano ideal de Abel no Campeonato Brasileiro

Por Eder Traskini/Folhapress em 29/07/2022 às 16:52

Palmeiras
Palmeiras

O Palmeiras fechou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro na liderança, com quatro pontos de vantagem para o segundo colocado, mas nem isso fez a equipe atingir o plano ideal do técnico Abel Ferreira. Nos quesitos técnicos, o time até bateu a maioria das metas, mas em questão de resultado e aproveitamento, ainda está devendo.

Agora, o time alviverde se prepara para começar o segundo turno neste sábado (28), indo até Fortaleza para enfrentar o Ceará, na Arena Castelão, em partida pela 20ª rodada.

Em seu livro “Cabeça fria, coração quente”, Abel Ferreira especificou detalhes do que sua equipe precisava fazer para conquistar o título do Brasileiro, de acordo com um estudo dos últimos 11 anos do torneio nacional. As metas passam não apenas por pontuação, mas também por aproveitamento como mandante e visitante, desempenho contra dois grupos de adversários e critérios técnicos como finalizações, cruzamentos, etc.

Abel estipulou que uma equipe precisa conquistar 80 pontos para levar o título do torneio. O time alviverde conquistou 39 no primeiro turno, um a menos do que o ideal em metade da competição, mas teve uma partida a mais como mandante. Foram dez jogos em casa e nove fora, situação que irá se inverter no segundo turno.

O treinador projeta 85% de aproveitamento dentro de seus domínios e 57% jogando na casa dos adversários. Na primeira metade do torneio, sua equipe conquistou 66,6% dos pontos em casa, mas superou as expectativas fora atingindo 70,3% de aproveitamento. No fim das contas, a equipe ficou quatro pontos abaixo do ideal atuando em casa, mas três pontos acima do que havia sido projetado para conquistar fora.

Ainda em sua obra publicada, Abel dividiu os times do Brasileiro em dois grupos: o G8 era formado por Corinthians, São Paulo, Santos, Flamengo, Fluminense, Atlético-MG, Internacional e Grêmio. Contra esse grupo, o técnico pedia 20 pontos de 48 disputados. Sem o Grêmio, rebaixado à Série B, e mantendo a proporção agora para sete clubes, o time precisaria conquistar 18 de 42 durante todo o torneio.

No primeiro turno, o Palmeiras se saiu melhor do que seria necessário segundo o levantamento: conquistou 15 dos 21 pontos em jogo, seis a mais do que o objetivo. No entanto, quando enfrentou os demais clubes da competição – chamados de G11 por Abel, e agora G12 por causa da queda do Grêmio -o time alviverde ficou abaixo.

Abel pedia 60 de 66 pontos do G11, o que seriam transformados em 64 de 72 pontos convertendo para o G12. No primeiro turno, o Palmeiras levou para casa bem menos da metade do objetivo: conquistou 24 pontos, oito a menos do que precisaria em um turno. Cruzando as contas dos grupos divididos por Abel, seis a mais contra o G7 e oito a menos contra o G12, o time alviverde ficaria devendo dois pontos.

Já em relação ao desempenho, o time de Abel vem dando conta do recado. Melhor ataque e melhor defesa do torneio, objetivos previamente traçados, a equipe soma números expressivos: 17,3 finalizações por jogo, líder do quesito e acima dos 15 chutes pretendidos por Abel; 25,4 cruzamentos por partida, também líder do torneio e dez acima do pedido de Abel; 17 desarmes por duelo, dois acima do que queria o técnico; 15 faltas por encontro, exatamente o que pretendia o português.

O único quesito ainda a acertar é o número de finalizações que o time sofre a cada vez que entra em campo. Abel quer que esse número fique no máximo em oito, mas atualmente a média é de 11,3 chutes sofridos contra o gol de Weverton.

Vale lembrar, porém, que o próprio Abel Ferreira chegou a dizer que nesta temporada as dificuldades aumentariam ainda mais de acordo com o calendário apertado em virtude da disputa da Copa do Mundo do Qatar, que começa em novembro.

“Nossa batalha é jogo a jogo. Jogar para os três pontos. Não sei como a equipe iria reagir em relação ao calendário, aos muitos jogos. Perdemos muitos jogadores por lesões, mas outras equipes também. Fizemos o rodízio e vamos dar nosso melhor jogo a jogo. Há muitos candidatos a mesma cadeira, está tudo embolado”, disse o português na coletiva após a vitória sobre o Internacional.

Para a partida deste sábado, Abel deve contar com os retornos do atacante Rafael Navarro, que se recuperava de mialgia na coxa esquerda, e do lateral-esquerdo Piquerez, que tratava uma lesão na coxa direita. Ambos têm participado de atividades com a equipe.

Em contrapartida, o atacante Rony, com uma lesão muscular na coxa esquerda, e o volante Jailson, que rompeu o ligamento cruzado do joelho direito, continuam no departamento médico. Portanto, uma possível escalação do Palmeiras tem: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Vanderlan (Piquerez); Danilo, Zé Rafael e Raphael Veiga; Gustavo Scarpa, Dudu e Merentiel (José López).

O Ceará, por sua vez, começa o segundo turno em 12º lugar, somando 24 pontos, e busca a vitória para se aproximar do topo da tabela. Neste sábado, o técnico Marquinhos Santos não poderá contar com Richard Coelho, que recebeu o terceiro cartão amarelo e cumpre suspensão. Erick se recupera de cirurgia no ombro, e continua no departamento médico.

Em compensação, o lateral-esquerdo Victor Luís, recuperado de lesão, é opção para o técnico. O meia Guillermo Castillo, anunciado na quarta-feira (27) e regularizado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF nesta quinta-feira (28), já pode estrear pelo time alvinegro. Assim, uma possível escalação inicial do Ceará tem: João Ricardo; Nino Paraíba, Messias e Bruno Pacheco (Victor Luís); Vina (Fernando Sobral), Richardson e Lindoso; Mendoza, Lima e Cléber.

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