Líder de esquema de fraudes em licitações na Baixada Santista e SP é preso na Bahia
Por Santa Portal em 29/01/2025 às 10:00

Conhecido como “pagodeiro” do Primeiro Comando da Capital (PCC), Vagner Borges Dias, também chamado de Latrell Brito, foi preso nesta segunda-feira (27), em uma praia de Camaçari, na Bahia. O criminoso é apontado como gerente da principal empresa utilizada para a lavagem de capitais para a facção, por meio de fraudes em licitações, com atuação em mais de 20 prefeituras e câmaras no estado de São Paulo, incluindo Cubatão.
A prisão de Vagner faz parte da Operação Munditia, deflagrada em abril do ano passado pela Polícia Militar de São Paulo e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para apurar fraudes em licitações. Na mesma operação, o ex-vereador de Cubatão, Ricardo Queixão (PSDB), foi preso juntamente com o advogado Áureo Tupinambá e a servidora pública Fabiana de Abreu Silva.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a localização de Vagner, bem como sua identidade falsa, foram descobertos por uma equipe de inteligência da Polícia Militar. A detenção do criminoso, que estava foragido desde a operação, foi realizada com apoio do Ministério Público e Polícia Militar do Estado da Bahia.
O capturado possuía três mandados de prisão preventiva em seu desfavor e utilizava identidades falsas para fugir das autoridades. Apesar de foragido há nove meses, o cantor ostentava sua vida de luxo em seu perfil do Instagram, que possui quase 1 milhão de seguidores.
Operação Munditia
A Operação Munditia apura o envolvimento de integrantes de uma facção na disputa de licitações públicas de prefeituras do estado de São Paulo, em contratos que ultrapassam o valor de R$ 200 milhões.
Segundo a investigação, empresas atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no Estado, notadamente em diversas prefeituras e Câmaras Municipais. Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri, Itatiba e outros municípios tiveram contratos sob análise.
De acordo com o promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos (secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros etc.) e diversos outros delitos – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
Os policiais estiveram em 11 prédios públicos, 21 conjuntos residenciais e dez comerciais e recolheram quatro armas, de calibres 380, .40, 38 e 9 milímetros, mais de 200 munições, 22 celulares e notebooks. Também encontraram dinheiro: R$ 3,5 milhões em cheques, R$ 600 mil em espécie e quase 9 mil dólares.