LIDE LIVE Santos reuniu pré-candidatos em debate sobre expectativas e propostas para a Cidade

Por #Santaportal em 30/07/2020 às 23:16

DEBATE – O LIDE Santos – Grupo de Líderes Empresariais promoveu mais uma edição do LIDE LIVE SANTOS, com o tema “Expectativas e Propostas para o Município de Santos – Gestão 2021”. O debate, mediado pelo presidente do LIDE Santos, Jarbas Vieira Marques Júnior, foi realizado na noite desta quinta-feira (30) pela plataforma Zoom e reuniu pré-candidatos a prefeito da Cidade.

Dividido em três blocos, o encontro virtual reuniu os seguintes pré-candidatos: Bayard Umbuzeiro Filho (PTB), Ivan Sartori (PSD), João Vilela (Novo) e Márcio Aurélio Soares (PDT). Moysés Fernandes (PV) também aceitou o convite da organização do evento, porém não pôde participar do debate em razão de problemas técnicos, quando respondia ao questionamento sobre sustentabilidade. Vale destacar que todos os pré-candidatos foram convidados pelo LIDE Santos.

A live, que reuniu lideres empresariais, especialistas e principais empresários da região, debateram planos para os próximos quatro anos do município, com ênfase na retomada econômica e geração de empregos.

Veja os principais trechos do debate:
MOBILIDADE URBANA
João Vilela (NOVO)
É um tema muito importante, ponte e túnel, sempre tivemos essa discussão. Mudam de lugar, de projeto, mas não fazem o que tem de fazer. Tivemos vários projetos, em 1927 a Avenida Afonso Pena foi criada para isso, tivemos um projeto em 1963 também. A ponte dá problema, a Holanda está retirando as pontes porque isso inviabiliza a passagem de navios mais altos. É necessário ter um trabalho muito melhor, estive em Xangai e vi que é possível fazer uma caixa submersa, com uma tecnologia bem interessante. É possível fazer com custo muito baixo.

Bayard Umbuzeiro (PTB)
O município perdeu R$ 4 bilhões e meio de orçamento da união por causa desses problemas de mobilidade, especialmente na região do Porto. Daria para fazer dois túneis, duas pontes, tanto do lado de lá quanto de cá. Esse tipo de coisa tem que acabar. Temos que ser mais sérios com relação ao dinheiro público, falta mais responsabilidade.

Ivan Sartori (PSD)
A Cidade, infelizmente, anda paralela ao Porto. Temos pouca representatividade política, precisamos trazer gente de Santos para administrar o Porto. Temos sorte de ter o Porto aqui, essa é a nossa principal chave para gerar negócios, empregos e dinheiro. A secretaria municipal de Portos está andando paralela a essa situação, não tem diálogo. Precisamos trazer engrandecimento para a Cidade. É preciso fazer esses ajustes também para termos uma compensação nessa relação cidade-porto.

Márcio Aurélio Soares (PDT)
Tivemos um grande investimento nessa obra da entrada de Santos, o que vimos foi uma propaganda, mas algo que não resolveu o problema da Cidade. Essa obra era para que 150 mil habitantes saíssem da lama. No entanto, não foi isso que a gente viu. Foram R$ 250 milhões que a Ecovias colocou pela extensão de mais 10 anos de um contrato para continuar cobrando pedágios nas estradas que levam para a nossa cidade.

SUSTENTABILIDADE
Ivan Sartori
São os empresários que trazem crescimento para a Cidade, concordo que precisamos pensar que Santos precisa avançar, temos uma área insular bastante restrita e precisamos começar a expandir para a implantação de equipamentos retroportuários. Há a possibilidade de proporcionamos maior folga para administrar melhor seus parques industriais, incentivar de forma fiscal os empresários para produzirmos mais emprego e oportunidades em Santos. Já tínhamos problema, vai ficar mais complicado, a Prefeitura tem que estar de mãos dadas com o empresariado. Fazer com que nossos estabelecimentos comerciais continuem gerando empregos.

EDUCAÇÃO
Márcio Aurélio Soares (PDT)
Não consigo admitir que um administrador público consiga dormir sabendo que a criança está comendo bolacha com água na escola. No mundo, a espécie humana é a única capaz de fazer isso com outro ser humano. É um absurdo. Você precisa integrar a comunidade no processo pedagógico, motivar os professores e fazerem as crianças se sentirem felizes. Dar uma boa alimentação também é importante. Isso é o básico. Temos que ter responsabilidade com as crianças, o Pelé falou isso em 1969 no milésimo gol dele. Mas hoje a situação da nossa educação pública está pior.

João Vilela
Sei a dificuldade que é as escolas, claro que é importante parceria com a iniciativa privada. 95% das escolas não tem auto de vistoria do Corpo de Bombeiros. Segundo dados divulgados, em escolas municipais, 79% não conseguem aprender o mínimo da disciplina na 5ª série. Integração maior entre professores, colégio e alunos.

SAÚDE
Ivan Sartori
Temos dois problemas crônicos. Um é a substituição de médicos em licença. Toda vez encontramos problemas nisso. Acredito que uma solução seria uma realocação, promovendo uma logística para que os médicos trabalhem perto de casa. Temos que resolver também a questão da chegada de medicamentos. É preciso trabalhar a logística para esse transporte dos remédios. As triagens também representam um problema. Essa situação crônica ficou ainda mais represada com a Covid. Precisamos criar módulos triadores, por meio digital, para avaliarmos o quadro de cada paciente. Outro problema recorrente é que Santos recebe pacientes de todas as cidades da região. Temos que valorizar os profissionais da saúde, verificar as necessidades e buscar junto a Agem e ao Governo do Estado a possibilidade de criarmos um hospital regional.

Márcio Aurélio Soares
Santos recebe por pacientes de outras cidades, mas o que me preocupa mesmo e considero inadmissível é que os serviços alocados não sejam correspondentes aos serviços prestados na área de Saúde. Não podemos terceirizar a saúde para organizações sociais, que estão cheias de processos pelo serviço oferecido, que não é da qualidade que o munícipe merece. O médico tem que ser um ajudador, os enfermeiros também. Queremos uma Saúde mais humanizada, temos que ter uma ligação e o contato direto do médico com a população. Isso tem que ser reconhecido, precisamos valorizar os nossos profissionais.

João Vilela
A grande questão que eu vejo que a saúde pública é prevenção, mas na saúde a grande palavra é a prevenção. Esse é um desafio não apenas no Brasil, como no mundo. A prevenção é o primeiro ponto para você tratar a saúde pública, 25 mil pessoas morando sem acesso a água, condições sanitárias adequadas, chegando no hospital ter um serviço muito mais organizado

POLÍTICAS PÚBLICAS
Bayard Umbuzeiro
Sobre a relação porto-cidade, muitos prefeitos preferiram se distanciar desse segmento econômico. Repito que deixamos de receber R$ 4 bilhões e meio. Esse dinheiro poderia ajudar muito o município se tivesse sido visto na época certa

João Vilela
Podemos fazer o retro porto, precisamos aproximar o Porto da Cidade. Temos que fazer o Porto como caminho para o desenvolvimento de Santos, beneficiar a chegada de produtos e impulsionar essa relação para a criação de novas empresas

Ivan Sartori
Defendo o investimento em instalações retro portuárias, com isso teríamos possibilidade de gerar investimentos, empregos e arrecadar mais tributos para o município. A Área Continental também poderia contribuir para isso

REGIÃO METROPOLITANA
Márcio Aurélio
Para que tenhamos um plano metropolitano você precisa ter vontade política, chamar todos os setores: representantes populares, sindicatos e associações para fazermos uma administração transparente. O portal de transparência de Santos é muito pouco transparente, tem que ser transparente de forma que uma pessoa simples possa saber dessas informações. A democracia se estabelece quando você tem isso. Temos que exigir, queremos demonstrar isso mês a mês. Você tem que exigir que os recursos venham para cá, em uma ação suprapartidária

Bayard Umbuzeiro
Caso eleito vou lutar por cada centavo que a nossa Cidade tem direito, independentemente de sigla partidária. Vou defender a autonomia da Agência Metropolitana (Agem), quero propor ainda um pacto de integração regional efetiva em temas importantes.

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Márcio Aurélio
Primeiro você tem que contratar um auditor técnico e vai ver as contas: a Cohab está cheia de dívidas, a CET tem mais chefes do que funcionários. Temos que trabalhar com o máximo rigor e austeridade com o dinheiro que não é público, não é nosso, é do povo. No primeiro ano você tem um ano para fazer diagnósticos para depois traçar retas e cronogramas. Proponho a alternativa de uma cooperativa de profissionais de baixa qualificação, sem estudo formal, introduzindo essas pessoas na economia formal e estimulando isso. Temos também que buscar a academia para colaborar com esse serviço de gestão. O secretário não pode ser moeda de troca. O cara está há 30 anos em uma secretaria, daí vem um acordo de partido e você vê trocar todo mundo. Isso é coisa do passado.

Ivan Sartori
Temos que valorizar o servidor de carreira, aquele que trabalha bem e é competente, que está fazendo o seu serviço pela Cidade. Infelizmente, na Prefeitura temos enormes distorções de salários e funcionários que não aparecem para trabalhar. É preciso uma auditoria complexa, uma realocação de funcionários.

QUALIDADE DE VIDA
Bayard Umbuzeiro
A qualidade de vida envolve vários parâmetros, um dos principais pontos é a diminuição da desigualdade social. O déficit habitacional de 17 mil unidades. O primeiro passo, na minha opinião, seria a geração de emprego. Temos que reequilibrar a qualidade de vida da população. A chave do empreendedorismo é preservar empregos e gerar novos empregos. Chamar a garotada das universidades para produzirmos novas ideias, produzir algum tipo de renda para que possamos criar uma melhor qualidade de vida.

João Vilela
O grande desafio é reduzir a pobreza. Primeiro temos que reduzir a burocracia, a liberdade econômica aqui é muito ruim. Esse é o diferencial: criar possibilidades, para que as pessoas que passam situação de miséria possam empreender também. Para isso, reduzir a burocracia do Estado é fundamental.

TURISMO
João Vilela
Turismo é uma das ferramentas mais importantes gera trabalho, serviço. As vezes recebemos navio de cruzeiro com 4.500 passageiros, muitas vezes essas pessoas saem e não conhecem a Cidade. A história de Santos é riquíssima, poderíamos apresentar isso. Temos teatros abandonados, restaurantes fechando por falta de movimentação no Centro – e isso antes da pandemia. O turismo é subutilizado em Santos, dependemos do cara que pega o carro e vem para cá no final de semana. É possível melhorar muito o turismo de Santos. O Gonzaga também foi abandonado, falta qualidade de vida. Infelizmente, o turista com dinheiro prefere ir para o Nordeste do que vir para Santos.

Bayard Umbuzeiro
Persigo um projeto para ser erguido e construído na Ponta da Praia, inclusive com proteção do Canal do Estuário. Isso de certa forma fez com que eu fosse para outro caminho, nos últimos seis, oito meses. Aprovamos esse projeto na secretaria de Portos, trata-se de um Centro de Turismo receptivo para atracação de três navios simultâneos. É um projeto apenas com dinheiro privado e não público.

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