Inquérito da PF conclui que prefeito de Guarujá participava de esquema de corrupção

Por Santa Portal em 01/12/2022 às 15:40

Arquivo/Santa Cecília TV
Arquivo/Santa Cecília TV

O inquérito que apurava o desvio de dinheiro público da Saúde em contratos entre a Prefeitura de Guarujá e a Organização Social (OS) Pró-Vida foi concluído pela Polícia Federal (PF). De acordo com o documento, o prefeito Válter Suman (PSDB) sabia e participava de um esquema de corrupção adquirindo bens e escondendo os valores.

Após a conclusão da PF, caberá ao Ministério Público Federal (MPF) oferecer ou não denúncia contra o prefeito e demais investigados. Na hipótese de oferecimento, a Justiça Federal poderá receber ou não a acusação formal do MPF. Caso haja o recebimento, os acusados passam a ostentar oficialmente a condição de réus.

Indiciado em julho

Em julho passado, a Polícia Federal concluiu as investigações sobre um suposto caso de corrupção na Prefeitura de Guarujá e indiciou o prefeito, Válter Suman, além de oito servidores municipais, por associação criminosa e corrupção passiva.

A decisão foi emitida após os desdobramentos da contratação emergencial da empresa AM Silva Serviços Ltda. para a higienização de unidades de saúde de Guarujá, pela prefeitura. A PF relata que o contrato foi fraudado.

Em documento obtido pelo Santa Portal, consta que o contrato custou R$ 4.034.491,68 no total, sendo que o superfaturamento seria de R$3.272.326,68, seguindo a estimativa feita pela Controladoria Geral da União (CGU). A prefeitura não teria aberto licitação para contratar a empresa, infringindo a lei, e sem apresentar justificativa plausível para a contratação, já que outra empresa contratada realizava o serviço de limpeza.

O relatório da PF é mais um desdobramento da Operação Nácar-19, deflagrada pela Polícia Federal para investigar um esquema de desvio e lavagem de dinheiro da Saúde, tendo como alvos o prefeito Válter Suman e o ex-secretário de Educação, Marcelo Nicolau.

Absolvição em processo de impeachment

Também em julho, o prefeito Válter Suman foi absolvido do processo de impeachment, durante votação realizada em sessão de julgamento na Câmara dos Vereadores.

Suman – que não esteve presente na sessão – foi absolvido por 11 votos a 5 pelos vereadores do município. Para que ele fosse cassado, todos os 17 parlamentares precisariam estar presentes e, além disso, 12 deveriam votar pela sua saída do posto.

Professor Anderson (Podemos), Toninho Salgado (PSD), Raphael Vitielo (PSD), Wagner dos Santos Venuto (União Brasil) e Nego Walter (União Brasil) votaram a favor do impeachment.

Aparecido Davi (Republicanos); Carlos Eduardo Vargas (PTB); Fernando Peitola (MDB); Jailton Reis ‘Sorriso’ (PRTB); Ariani Paz (PT); Márcio do Pet Shop (PTB); Mário Lúcio (PSB); Santiago ngelo (Progressistas); Sérgio Santa Cruz (PSB); Sirana Bonsokian (PTB) e Naldo Perequê (PSB) votaram contra o pedido para a saída do prefeito do cargo.

O placar da votação foi o mesmo do primeiro processo de impeachment contra o prefeito, votado em dezembro do ano passado.

Desta forma, Suman, que reassumiu o cargo em 20 de junho, poderá dar prosseguimento ao seu mandato até 2024.

O advogado de defesa do prefeito foi procurado pela Reportagem, mas ainda não retornou o contato. Assim que se manifestar, vamos atualizar o texto.

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