Infectologistas da Baixada Santista avaliam novas medidas para conter a covid-19

SAÚDE – O Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb) anunciou na última sexta-feira (19), que a região entrará em lockdown inteligente a partir de terça-feira (23). A medida tem o objetivo de diminuir a ocupação de leitos, que está em quase 100%, além de conter a circulação do vírus. Os infectologistas Elisabeth Dotti e Marcos Caseiro creem que as novas restrições são válidas, mas que somente na prática podem se provar eficientes ou não.

O lockdown inteligente determina que a circulação de pessoas e carros seja permitida com a apresentação de documentos como nota fiscal de compra ou prescrição médica de remédio, atestado de comparecimento a uma unidade de Saúde, carteira de trabalho (ou holerite) ou documento que comprove a prestação de serviço autorizado no decreto, tíquete ou imagem da passagem de ônibus ou ainda comprovação de urgência ou necessidade inadiável por qualquer meio.

Quem descumprir as regras estará sujeito a multas que variam de R$ 300 a R$ 10 mil. A fiscalização ficará por conta da Polícia Militar, Guarda Municipal, Procon e Secretaria Municipal de Finanças (Sefin).

De acordo com Caseiro, não dá para avaliar se são eficientes ou não, afinal, são as únicas medidas que podem conter o vírus no momento. “Não tem outro jeito, os hospitais estão com falta de equipamentos, leitos e medicamentos. Os profissionais estão exaustos. Por isso, é muito importante que todos sigam”, reforçou.

Elisabeth considera importante observar na primeira semana se as novas restrições serão suficientes para diminuir a circulação. Para ela, tudo está sendo feito de maneira rápida, o que torna a avaliação constante fundamental. “Tenho impressão de que o estão estudando mais sobre, mas é uma medida de urgência. Estamos em uma catástrofe de saúde pública”, disse.

No entanto, para Caseiro, a redução proporcionada pelo isolamento não refletirá agora. “Quem vai se internar, se infectou há uma semana ou mais. Certamente, os efeitos virão em duas semanas”, explicou.

Lutando contra fake news

“Desde o começo da pandemia, a gente lida com os negacionistas. Estamos lutando o tempo todo contra fake news. Uma coisa é fato: chegamos ao pior momentos de todos e não sabemos se ainda vai piorar. É aquela frase clichê: enquanto não for com você ou com alguém que você ama, você acha que não existe. Está na hora das pessoas tomarem consciência e cada um fazer a sua parte”, concluiu Elisabeth.

Já Caseiro lembrou que o isolamento é algo histórico, visto que é usado desde a época da peste bubônica. “Não há outro caminho senão esse e a vacinação. E para quem ainda questiona, torço para quem ninguém tenha uma perda ou alguém da família acometido pela doença. Apesar de ser contra a recomendação, é só ir até um pronto socorro para entender a situação. Não se informem através de Whatsapp”, finalizou.