03/01/2022

Infecção dupla de covid-19 e influenza é preocupação para especialistas

Por Noelle Neves em 03/01/2022 às 12:26

Fiocruz/Divulgação
Fiocruz/Divulgação

A Flurona, infecção simultânea pelo coronavírus SARS-CoV-2 e pelo vírus Influenza, já é uma preocupação para infectologistas. Os casos foram detectados pela primeira vez nos Estados Unidos, durante o primeiro ano da pandemia de covid-19, e já infectou brasileiros.

O engenheiro Odair Mofato Junior, de 42 anos, relatou que foi diagnosticado por exames laboratoriais com a infecção dupla no último sábado (1º), mas que sente os sintomas desde terça-feira passada (28).

“No quadro geral, passo bem. Estou me hidratando, de repouso e em isolamento. Me preocupo com a temperatura e faço uso regular do oxímetro. No entanto, acredito que meu quadro é tranquilo em função de eu já ter tomado as duas doses da vacina contra covid-19 e também da gripe”, contou em entrevista ao Santa Portal.

Para a infectologista Elisabeth Dotti, a Flurona não é uma surpresa. “Temos duas infecções pesadas. A H3N2 é muito sintomática, mas não tão perigosa. O coronavírus, nós sabemos exatamente o que é. Entramos, assim, em um ponto de vacinas. Temos baixa adesão a vacina da gripe. Esse é o cenário perfeito para que situações como essas ocorram”, disse.

Dotti ressalta que o país poderia estar melhor preparado para casos como estes, caso o setor de pesquisa fosse mais desenvolvido.

“Em Israel, assim como outros países de primeiro mundo, logo que algo diferente acontece, já se pesquisa. Pesquisadores vão atrás para ver o que está acontecendo. O vírus está de olho em nós, e esses país, de tocaia para tomar uma posição ao sinal de qualquer microalteração. A Flurona já está presente no país, mas como o setor de pesquisa é muito emperrado, não temos muitas informações”, disse.

A médica acredita que, apesar de triste, o cenário é como se tivessem espalhado querosene e a qualquer momento, pudessem jogar fogo. “Temos que nos preocupar e muito”.

Infecção por Delmicron também é motivo de preocupação

A covid-19 é como um kinder ovo do mal. Essa é a definição dada pela infectologista Elisabeth Dotti perante a descoberta da nova variante da doença, a Delmicron – combinação de duas estirpers, Delta e Ómicron.

O alerta sobre a Delmicron foi dado por cientistas na última terça-feira (28), após verificação de surto nos Estados Unidos e na Europa. A grande preocupação, de acordo com ela, foi decidirem comunicar a imprensa sobre o que está ocorrendo. Isso, em sua visão, indicaria uma preocupação.

A infectologista aponta que o principal ponto de preocupação é não ter informações o suficiente sobre os indivíduos mais atingidos. Segundo ela, no momento, apenas pessoas imunocomprometidas foram infectadas. É preciso ficar de olho comportamento, visto que se perpetuar, o mundo pode voltar à estaca zero.

A comunidade médica está de cabelos em pé. É como se a covid-19 tivesse vestido a capa do Super-Homem e saído na rua. O que se sabe? As vacinas seguram? Como deve ser feito o tratamento? Sabemos muito pouco”, analisou.

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