16/04/2016

História de bebê raptado em maternidade de Santos vira livro: "Em busca de Filipe"

Por Mônica Basile/#Santaportal em 16/04/2016 às 11:45

SANTOS – Uma história que emocionou muitas pessoas em 2001, e teve o final feliz em 2003, virou livro. O rapto de um bebê, sequestrado da maternidade do hospital Guilherme Álvaro, em Santos, poucos dias após seu nascimento, deu origem a obra “Em Busca de Filipe”, escrito pelo delegado responsável pelo caso Gaetano Vergine.

A obra será lançada hoje (16), às 17 horas, na livraria Eu Estudo Certo no Centro Comercial do Gonzaga (avenida Floriano Peixoto, 69, loja 8, Santos). O livro conta a trajetória do caso, desde o rapto até a entrega de Filipe a sua verdadeira família. A editora da publicação é a Página Oculta, e a obra será vendida por R$ 29,90.

A ideia de contar a história da procura dos pais Francisco e Francineide pelo filho recém-nascido surgiu com a leitura de um diário escrito pela mãe. “Em cima do que ela passou nesses dois anos e 9 meses foi escrevendo um diário. Quando eu fique sabendo achei que era muito importante o que ela viveu. Ela é uma pessoa muito forte, bem corajosa, guerreira, ela e o Francisco, resistindo a todo o sofrimento que é ficar sem o filho. Eu resolvi pegar a parte policial com a parte dela e escrever o livro”, conta o delegado.

Atualmente no comando do Deinter-6, Gaetano lembra o que aconteceu nos dias seguintes ao rapto. “A autora entrou no hospital com jaleco branco e tirou ele dos braços da mãe dizendo que faria um exame, em 20 de abril de 2001. Depois disso começamos uma investigação com funcionários, pacientes, ex-pacientes, alunos de enfermagem e de auxiliar de enfermagem. Com as denúncias nós descobrimos vários casos de adoção irregular e nós tomamos providências legais”, afirma.

O livro conta a história real do rapto, mas o autor alterou os nomes das pessoas e alguns períodos de tempo. A obra cita um acontecimento que na época não ficou público, um caso de tentativa de extorsão sofrido por Francineide.

“A maioria das investigações não ficaram públicas. Nós investigamos muitas pessoas, e não queríamos que essas pessoas tivessem a privacidade violada porque elas não eram culpadas, não tinha envolvimento nenhum. Se nós tivemos prendido o estelionatário com certeza seria divulgado porque ele merecia o rigor da lei”, alega.

O livro não é uma transcrição do diário da mãe de Filipe, tem algumas citações. O caso, para o delegado, foi o mais emocionante de sua carreira. “A história de coragem, de enfrentar isso, de procurar o filho, insistentemente. Isso envolve as pessoas. Foi o mais emocionante, que mais tempo demorou e também marcante pelo final feliz. Então isso envolveu bastante”, diz Gaetano.

O caso foi resolvido quando os policiais começaram a investigar as crianças que eram declaras nascidas em casa. Na casa da acusada, Silvânia Clarindo de Souza, estavam o menino Filipe e mais duas crianças. Uma delas levada do mesmo hospital em 1990, e outra raptada em 1996 em um hospital em Guarujá. Silvânia foi indiciada por subtração de incapaz, por registrar filho como próprio, e foi condenada a pouco menos de 16 anos pelos três crimes. Ela cumpriu oito e já foi colocada em liberdade por causa dos benefícios legais.

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