02/11/2023

Helinho, baterista da banda Blow Up, morre aos 73 anos em Santos

Por Santa Portal em 02/11/2023 às 13:40

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais

Baterista do Blow Up, uma das maiores bandas da história do rock santista, Hélio Mariano, o Helinho, morreu nesta quinta-feira (2), em Santos. O músico estava internado desde o dia 16 de outubro, quando precisou passar por uma cirurgia cardíaca. Desde então diversas campanhas por doação de sangue ocorreram nas redes sociais. A confirmação da morte veio através de postagem de Sérgio Dias, amigo de Hélio.

Desde os anos 1960 embalando os bailes da região, Hélio Mariano, do Blow Up, sempre foi conhecido por um estilo próprio de tocar bateria.

“O fundamental para a minha longevidade na carreira foi a disciplina profissional e o amor à música. Sou muito feliz com a profissão. Com ela formei minha família, criei e formei meus filhos”, declarou ao Blog n’ Roll, em uma entrevista há oito anos.

Quinta maior banda da história do rock santista, segundo lista feita por diversas personalidades do rock santista, em 2016, o Blow Up foi o primeiro grupo da região a emplacar uma música em trilha sonora de novela da Globo, foi com Rainbow, em Anjo Mau, em 1976.

O Blow Up surgiu em 1965, no bairro do Macuco, como The Black Cats, formado pelos amigos Robson, Hélio, Tivo, Zé Luís, Nelson e Adalberto, como lembrado pelo site Cidade e Cultura. Sempre muito fiéis ao som que escutavam, principalmente os Beatles, os músicos covers dos discos que chegavam do exterior ao Porto de Santos.

Na onda da Jovem Guarda, começaram a tocar em bares e clubes da região. A fama local levou os rapazes a se apresentarem no programa Almoço Musicado, de Hugo Santana, na extinta tevê Excelsior.

Logo em seguida, conheceram o cantor e compositor mineiro Zegê (mais tarde conhecido por Zé Geraldo), que os convidou a acompanhá-lo em seus shows e gravaram dois compactos pelo selo Mocambo. Três anos depois, por já existir outro grupo com o nome Black Cats, mudaram para Blow Up, baseado em um filme homônimo do cineasta italiano Antonioni.

Em 1969, assinaram contrato com a gravadora Caravelle, e gravaram o seu primeiro disco, chamado Blow Up. O álbum mesclava composições cantadas em português, com versões em inglês, como Time Of The Season, da banda Zombies, Let Me, de Paul Revere & The Raiders, My Special Angel da Vogues, entre outras.

No ano seguinte foram convidados a participar do filme Se Meu Dólar Falasse, estrelado por Grande Otelo e Dercy Gonçalves.

O segundo álbum veio em 1971, conhecido por Expresso 21. Lobão assume o vocal, em substituição a Zé Luís. Estes dois álbuns, hoje em dia, integram as listas dos mais procurados por colecionadores, inclusive internacionais, sendo que o segundo tem sua capa publicada no livro 1001 Records Collector Dreams, do pesquisador austríaco Hans Pokora.

Em 1972, a banda lançou um compacto simples, chamado Quem Manda Nesse Mundo É o Dinheiro.

O sucesso comercial veio quando o grupo assinou contrato com a Philips. A canção Rainbow, lançada em compacto pela nova gravadora, alcançou as paradas de sucesso, entrou na trilha sonora da novela Anjo Mau da Rede Globo e, com ela, o grupo obteve a primeira colocação no “Globo de Ouro”. A faixa também foi apresentada especialmente no programa Fantástico.

Em 1977, gravaram mais um compacto, Pamela Poon Tang. A faixa desse single também faria parte da compilação Sua Paz Mundial — Volume 4. Com um público fiel, que lota todas as suas apresentações, a banda hoje executa — com perfeição — sucessos dos Beatles (sua especialidade) e de outros grandes artistas dos anos 1970, como Creedence Clearwater Revival, Elton John, America, Deep Purple, Bee Gees, e até de grupos mais recentes, como o R.E.M.

Nas últimas três décadas e meia, o Blow Up voltou às origens, deixando o repertório autoral de lado e prestando homenagens aos grandes ídolos dos anos 1960 e 1970.

Aliás, durante esse período, mas precisamente na segunda metade dos anos 1990, chegou a ter o seu próprio espaço, o Blow Up Club, na Rua Luís Suplicy, no Gonzaga, em Santos.

Por lá, além de se apresentar semanalmente, o Blow Up também abriu a casa para bandas de punk rock, hardcore e metal, incluindo nessa lista nomes como White Frogs, Dread Full, Figment, The Bombers, Zenicodemus, Beach Lizards, Sonic Sex Panic, entre outros.

O velório de Helinho será realizado a partir das 18h desta quinta no Salão Nobre A da Santa Casa, com previsão de término às 10h desta sexta (3). O sepultamento ocorrerá no Memorial Necrópole Ecumênica.

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