07/11/2022

Guilherme de Pádua era lagarta que virou borboleta, diz pastor de sua igreja

Por Folha Press em 07/11/2022 às 09:43

Reprodução/Instagram
Reprodução/Instagram

O pastor Márcio Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, afirmou que Guilherme de Pádua, morto neste domingo, dia 6, era uma “lagarta que virou borboleta”.

“É um moço que a sociedade não compreende, porque praticou aquele crime da Daniella Perez. Mas ele se converteu”, disse o religioso, que integra a mesma congregação de que fazia parte o ex-ator, condenado pela morte de sua colega de elenco. “Ele, dentro de casa agora, caiu e morreu. Caiu e morreu”, disse Valadão, durante transmissão ao vivo em suas redes sociais.

Guilherme de Pádua morreu após sofrer uma parada cardíaca, de acordo com o Valadão, que noticiou a morte durante uma live.

Localizada em Belo Horizonte, cidade natal de Pádua, a congregação foi quem acolheu o ex-ator após sua saída da prisão e o ordenou pastor em 2017. A morte foi confirmada pela assessoria de imprensa da Igreja Batista de Lagoinha.

A congregação divulgou uma nota de pesar sobre a morte dele, a quem se referiu como “voluntário nas mais diversas áreas, sempre lidando com os desprezados e marginalizados”. “Milhares de pessoas privadas de liberdade foram, ao longo desses anos, cuidadas, ministradas no conhecimento da Bíblia e receberam apoio social, jurídico e psicológico do ministério, que também desenvolve dezenas de projetos de profissionalização e reintegração social”, diz a nota.

Pádua ganhou projeção nacional na novela “De Corpo e Alma”, exibida pela Globo na década de 1990. Nela, fazia par romântico com Daniella Perez, filha da autora, Gloria Perez. Em 28 de dezembro de 1992, no entanto, o corpo da mocinha do folhetim foi encontrado num matagal na Barra da Tijuca, com 18 perfurações, a maioria concentradas na região do coração.

O relato de uma testemunha levou a polícia a Pádua e à então mulher dele, Paula Thomaz. Cada um dos dois foi condenado por homicídio qualificado a uma pena de quase 20 anos de prisão, após o júri popular acatar a tese da acusação de que o casal premeditou o crime –Thomaz, por ciúmes do marido; Pádua, por vingança contra a autora da novela, já que seu papel na trama vinha sendo reduzido.

Os dois apresentaram, nos últimos anos, versões diferentes para o crime. Thomaz nega que tenha participado. Pádua, que, em depoimentos à polícia, assumira a culpa, depois passou a sustentar a tese de que a sua então mulher, tomada de ciúmes pela relação dos dois parceiros de cena, é quem teria se atracado com Daniella Perez no matagal.

O caso recentemente veio à tona por causa dos 30 anos da morte da atriz e da série documental “Pacto Brutal”, da HBO Max, que se debruçou sobre o crime.

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