Guarujá homenageia mulheres no Dia Nacional de Tereza de Benguela
Por Santa Portal em 28/07/2021 às 12:31
No Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha, celebrado na última segunda-feira (26), a Prefeitura de Guarujá homenageou cinco lideranças femininas com a medalha Tereza de Benguela. A honraria é um reconhecimento às mulheres que atuam na luta pela garantia dos direitos sociais.
“As palavras deste dia são respeito e empatia. Desde o início desta gestão, repudiamos todo e qualquer tipo de discriminação. O diálogo é fundamental para o enfrentamento das desigualdades”, declarou o prefeito de Guarujá, Válter Suman.
A cerimônia aconteceu na sala de reuniões do Gabinete do Prefeito, no Paço Moacir dos Santos Filho (Avenida Santos Dumont, 800, Santo Antônio) e reuniu representantes da comunidade negra e religiosa.
Entre as homenageadas estão a deputada estadual Leci Brandão, Lívia Laellya, Elizabete Gonçalves da Silva, Carolina Aparecida Menezes, Márcia Nascimento dos Santos.
Quem não escondeu a alegria da homenagem foi a estudante Lívia Laellya. Por meio da arte, a jovem tem revelado a história de personalidades da cultura negra. Recentemente, Lívia pintou no muro da sua casa a imagem do patrono da abolição da escravidão no Brasil, Luiz Gama. A homenagem que foi feita na rua de mesmo nome, despertou o interesse da comunidade local.
“Muitas pessoas não conheciam a história de Luiz Gama, não sabiam que ele era negro, jornalista e poeta”, revelou a homenageada.
Cerimônia
A iniciativa é organizada pela Secretaria Municipal de Comunicação e Relações Sociais (Seres), por meio da Assessoria de Igualdade Étnica, Racial e Direitos Humanos e pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Guarujá.
“Uma cidade que trabalha unida consegue vencer as adversidades. Onde mora o respeito, a intolerância não cria forças”, declarou a presidente do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Guarujá, Suely de Melo Pastoriza.
Tereza de Benguela
O nome escolhido para a medalha é uma homenagem a Tereza de Benguela, líder quilombola. Tereza coordenou o maior quilombo do Mato Grosso, que resistiu às ações de bandeirantes de 1730 a 1795, quando o espaço foi atacado e destruído, a mando da capitania regional.
O quilombo do Quariterê abrigava mais de 100 pessoas, com destacada presença de negros e indígenas. Todos conviviam juntos sob a coordenação da Rainha Tereza, como ficou conhecida em alguns registros históricos. O dia 25 de julho é instituído no Brasil pela Lei n° 12.987/2018, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha.
Homenageadas:
• Carolina Menezes, 33 anos, mãe de uma criança autista, estudante do último ano de Direito, formada em confeitaria e panificação. Atua como professora de culinária básica para pessoas com deficiência, na Associação dos Deficientes da Ilha de Santo Amaro (Adisa) e faz parte do projeto “Cuidar de quem cuida”, voltado para assistência das mães de pessoas com deficiência.
• Elizabete Gonçalves, 40 anos, é presidente da Associação Afroketu. A entidade oferece atividades culturais e esportivas gratuitamente, para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Elizabete atua também como contra-mestre e produtora cultural.
• Lívia Laellya, 18 anos, estudante e afrodescendente. Por meio da arte, a jovem tem revelado a história de personalidades da cultura negra. Recentemente, Lívia pintou no muro da sua casa a imagem do patrono da abolição da escravidão no Brasil, Luiz Gama. A homenagem que foi feita na rua do mesmo nome, despertou a interesse da comunidade local.
• Márcia Nascimento Santos, 52 anos, artesã e mãe de sete filhos. É responsável pelo projeto “Mulheres que levantam outras mulheres”, no bairro do Cantagalo. A iniciativa leva apoio às mulheres que sofrem violência doméstica, por meio do artesanato e atividades físicas.
• Leci Brandão é cantora, compositora e uma das mais importantes intérpretes de samba da música popular brasileira. Em 2004, tornou-se Conselheira da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, permanecendo nestes postos por dois mandatos. Em fevereiro de 2010, filiou-se ao PCdoB e candidatou-se ao cargo de deputada estadual por São Paulo, tendo sido eleita e reeleita em 2014. Como parlamentar, Leci Brandão se dedica à promoção da igualdade racial, ao respeito às religiões de matriz africana e à cultura brasileira. Segunda deputada negra da história da Assembleia Legislativa de São Paulo. Como deputada, é Ouvidora Adjunta, membro das Comissões de Educação e Cultura e de Defesa dos Direitos das Mulheres.
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