Greve geral: confrontos, manifestantes feridos e nove pessoas presas nesta sexta-feira (28)

GREVE GERAL – Desde as primeiras horas da manhã até o início da tarde desta sexta-feira (28), a região registrou protestos contra as reformas trabalhista e previdenciária, propostas pelo governo do presidente Michel Temer. As paralisações influenciaram também a rotina de quem tentava chegar ao trabalho, com problemas no trânsito e para utilizar o serviço de transporte público. Ao todo, nove pessoas foram detidas durante o dia.

Confrontos
Logo nas primeirashoras da manhã, manifestantes bloquearam a pista no sentido Guarujá, na altura do km 268, da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, logo depois do acesso a partir do Polo Industrial de Cubatão e da Avenida 9 de abril. A via faz parte do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI).

Os manifestantes queimaram pneus, que foram espalhados pela pista, impedindo até mesmo a passagem de motos. Para liberar a estrada, os policiais jogaram bombas de efeito moral e deram tiros com balas de borracha contra quem protestava na rodovia.

O corre-corre aconteceu e, na sequência, houve a liberação imediata da pista principal. Os manifestantes recuaram. Apesar da confusão, este incidente não registrou feridos.

Os trabalhadores portuários de Santos entraram em confronto com a Polícia Militar na manhã desta sexta-feira (28). Eles aderiram a greve geral e paralisaram as atividades desde às 5h. Trabalhadores da estiva, caminhoneiros autônomos e da capatazia integraram o grupo de manifestantes.

O grupo de manifestantes queimou pneus em frente ao Ecoporto e bloquearam a entrada no local. Os policiais tentaram tirar os manifestantes à força e usaram bombas de gás lacrimogênio. Os portuários responderam jogando pedras na PM. Cinco viaturas do BAEP e também a Cavalaria da PM estão no local tentando dispersar o protesto. Algumas pessoas ficaram feridas após a ação policial.

Os manifestantes tentaram bloquear a entrada e saída de caminhões no Porto de Santos, mas foram impedidos pela Polícia Militar. Eles atearam fogo em pneus na avenida João Pessoa, no Valongo.

Dois manifestantes foram presos. O grupo de manifestantes seguiu em direção à Praça Mauá para se encontrar com outros sindicalistas e trabalhadores que estão no local. Depois, o protesto ocorreu de forma pacífica, com os manifestantes percorrendo algumas ruas do Centro.

VLT
Os moradores de Santos e São Vicente não conseguiram chegar ao trabalho pelo VLT, nas primeiras horas da manhã. As viagens, que começariam às 5h30, não estavam sendo realizadas por causa da greve geral.

Entretanto, negociações entre a empresa BR Mobilidade, responsável pelo VLT, e o sindicato foram realizadas para que os trens pudessem operar. A situação foi normalizada no fim da manhã.

Ônibus
O transporte coletivo em Santos e São Vicente está sendo normalizado. Os ônibus da Piracicabana e da EMTU já saíram das garagens e estão circulando pelas ruas das cidades. Em Praia Grande, o mesmo tipo de situação foi registrada, com os veículos voltando a andar pelo município no fim da manhã.

Os rodoviários, que fazem parte das categorias que estão participando da greve geral, decidiram liberar o transporte após negociação com as empresas. As vans que fazem o transporte nos morros de Santos, e também as de São Vicente, também circulam normalmente.

A Viação Piracicabana (sistemas municipais de Santos e Praia Grande) e BR Mobilidade Baixada Santista (sistema intermunicipal) informaram que as linhas de ônibus estão começando a circular gradativamente dentro do possível efetivo de motoristas.

Milhares de passageiros não tiveram como chegar ao trabalho, compromissos ou escolas porque os ônibus não saíram das garagens.

Manifestantes colocaram fogo em um ônibus na Avenida Penedo, que fica no bairro Jóquei Clube, em São Vicente. Segundo o Centro de Operações do Corpo de Bombeiros (COBOM) de São Vicente, uma equipe foi deslocada para o local, para atender a ocorrência. A fumaça preta foi vista de longe por moradores da Cidade. O incidente não deixou feridos.