Greve dos professores de São Vicente chega ao segundo dia com impasse e protesto na orla
Por Santa Portal em 04/04/2025 às 10:00

Nem mesmo a chuva intimidou os professores da rede municipal de ensino de São Vicente, que voltaram às ruas nesta sexta-feira (4) para dar continuidade à greve iniciada na quinta-feira (3). A concentração aconteceu pela manhã, na Praia do Itararé, em frente ao teleférico da cidade, e marcou o início do segundo dia de paralisação, que segue sem previsão de acordo entre a categoria e a Prefeitura.
Apesar do impasse com o Executivo, o Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem) segue otimista na busca por melhorias. Segundo o sindicato, a categoria recebeu, na tarde de quinta, apoio de vereadores que se comprometeram a não aprovar o projeto de reajuste salarial de 3,5% proposto pelo Executivo. Esse percentual representaria um aumento de apenas R$ 0,80 por hora-aula.
Ausência em audiência
Em nota, a Prefeitura de São Vicente criticou o sindicato por não comparecer à audiência de conciliação marcada para a tarde de quinta, no Tribunal de Justiça, e por não garantir o funcionamento mínimo de 70% das unidades escolares, conforme determinado judicialmente. Cerca de 500 servidores participaram da manifestação no primeiro dia.
“A ausência do Sintramem prejudica as tratativas para uma solução adequada, pois seria nesse momento que as negociações sobre descontos por faltas e reposição de aulas poderiam ser encaminhadas”, afirmou a administração municipal.
O Executivo reforçou ainda que está empenhado em resolver a situação respeitando os limites da responsabilidade fiscal e as verbas disponíveis para 2025, sem comprometer outros investimentos na educação.
No entanto, ainda nesta sexta-feira, os professores retornarão à frente do Paço Municipal, às 13h, para mais um ato. O sindicato também convocou a categoria para se manter mobilizada nas ruas nos próximos dias para lutar pelas reinvindicações.
Entre as principais demandas dos profissionais do magistério estão a correção inflacionária de 4,82%, a implementação de um plano de recuperação salarial de 13,07% (referente aos anos de 2021 a 2023), o reajuste no valor da cesta básica de R$ 400 para R$ 805,84 e o aumento do auxílio-educação de R$ 250 para R$ 700.
O presidente do Sintramem, Roberto Cicarelli Filho, comemorou o apoio recebido no Legislativo e criticou a postura do Executivo. “Os vereadores entenderam que a gestão do medo precisa acabar. Se comprometeram a não votar o projeto enquanto o prefeito não sentar para negociar com a categoria”, afirmou. “Não é possível que um gestor ofereça apenas 80 centavos de reajuste na hora-aula e ainda esteja mais preocupado com multas e descontos do que com o bem-estar dos profissionais que cuidam dos filhos da cidade”, disse.