Governo de SP acusa Ministério da Saúde de reter 50% das vacinas da Pfizer do Estado
Por Santa Portal em 04/08/2021 às 14:17
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou nesta quarta-feira (4) que enviou um ofício para o Ministério da Saúde, questionando a entrega de um número de doses 50% menor do que o esperado de vacinas da Pfizer. Com isso, 228 mil pessoas podem ficar sem o imunizante.
O secretário-executivo da Saúde do Estado, Eduardo Ribeiro, falou que o governo estadual tenta negociar junto ao Ministério a reposição das doses que deveriam ter sido destinadas para os paulistas sejam enviadas em até 24 horas.
“Nos surpreendemos ao receber metade do total esperado de vacinas da Pfizer. Isso significa que pelo menos 228 mil pessoas poderão ter a sua imunização postergada. Essa ação não pune só o Governo do Estado, mas a sua população. 228 mil pessoas podem ter a sua imunização postergada, a não ser que o Ministério reverta imediatamente essa decisão, de forma que o programa estadual de imunização e os brasileiros de São Paulo não sejam prejudicados”, disse.
O governador João Doria também cobrou uma revisão dessa decisão do Ministério da Saúde. “O argumento é que o Estado está com a vacinação mais avançada. Estão punindo a eficiência da gestão de São Paulo?”, questionou.
O secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, destacou que o quantitativo de vacinas a serem recebidas seria proporcional à população do estado, que representa cerca de 22% do total do país, segundo o IBGE.
“O plano estadual de imunização é seguido de forma ética e planejada pelo Estado, fazendo com que dessa forma todas as prerrogativas sejam seguidas. São Paulo não poderia ter sido surpreendido por uma medida tão descabida. Cerca de 230 mil pessoas podem deixam de ser imunizadas em um momento tão importante da pandemia. O Governo do Estado não concorda com essa medida abusiva, pedimos para que isso seja revisto e essas doses cheguem rapidamente, para que possamos dar continuidade ao processo de vacinação”, comentou.
O estado já vacinou 80,04% de sua população adulta com ao menos uma dose. No entanto, o governo estadual não quer correr o risco de ter que adiar a flexibilização prevista para 17 de agosto, com o fim do limite de horário para funcionamento dos estabelecimentos comerciais e permissão para 100% de ocupação dos locais.
“Espero que tenha sido algum engano que possa ser corrigido e essas doses sejam enviadas o mais rápido possível para o Estado de São Paulo. Todo o cronograma de flexibilização está baseado nesse processo de imunização com a primeira dose. Por isso, é fundamental a manutenção dos critérios utilizados para que possamos manter o nosso cronograma de vacinação conforme foi planejado”, afirmou o coordenador executivo do Centro de Contingência da covid-19, João Gabbardo.