17/11/2021

Fundação aponta estratégias para ajudar a eliminar câncer de colo do útero no país

Por Santa Portal em 17/11/2021 às 16:20

Reprodução
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Tratável, evitável e com uma vacina que pode prevenir seu aparecimento já disponível gratuitamente na rede pública no Brasil, o câncer de colo do útero é o terceiro tipo mais incidente no Brasil e no mundo e quarto com maior taxa de mortalidade no país. Nesta quarta (17), data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) comemora o primeiro ano da Estratégia Global para a Eliminação do Câncer de Colo do Útero, a Fundação do Câncer lançou seu Projeto para Fortalecimento das Ações de Prevenção Primária e Secundária do Câncer do Colo do Útero.

De acordo com a fundação, o projeto contempla quatro linhas de atuação: incentivo à produção científica; capacitação da assistência primária e secundária; fortalecimento das ações de prevenção, rastreamento de mulheres assintomáticas e tratamento da doença; e a efetiva e correta comunicação e mobilização da população sobre o câncer do colo de útero (CCU).

Com altas chances de cura se diagnosticado precocemente, esse tipo de câncer é causado pelo vírus HPV. As armas para combater a doença são o esclarecimento, a vacinação em massa e a realização de exames que mostram o risco do câncer até mesmo antes que ele se desenvolva, identificando lesões precursoras. “No Brasil, há ainda desafios a serem vencidos, tanto na prevenção, como no rastreio e no tratamento. Ainda estamos longe da meta da OMS para 2030, cuja fórmula é 90-70-90”, afirmou o diretor-executivo da Fundação do Câncer e cirurgião oncológico, Luiz Augusto Maltoni.

“Precisamos aumentar a cobertura vacinal contra o HPV no Brasil, esse é um fator que ainda deixa a desejar. Necessitamos também melhorar o rastreio das mulheres assintomáticas e tratar a doença da forma mais precoce possível. É fundamental que possamos trabalhar na prevenção, detecção e tratamento ao câncer de colo do útero”, disse Flávia.

Luiz Augusto Maltoni, diretor-executivo da Fundação e cirurgião oncológico da fundação, destacou que é fundamental adotar medidas que possam contribuir para a mudança do cenário da doença no país.

Ele contou que a fundação criou o Projeto para Fortalecimento das Ações de Prevenção Primária e Secundária do Câncer de Colo do Útero, visando atender o chamado global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para eliminação da doença no mundo até 2030. Há um ano, o Ministério da Saúde assumiu compromisso com a OMS para acelerar a eliminação do câncer do colo de útero.

No Brasil, existe uma estimativa de 16.710 novos casos da doença por ano e esse é o terceiro tipo de câncer mais incidente em mulheres no país. “A nossa fundação está comemorando 30 anos e também assumimos esse compromisso traçado pela OMS de ajudar a eliminar o câncer de colo do útero em todo o mundo. Dentre os tipos de câncer, essa é a doença mais evitável, pois conhecemos o agente causal. Com tecnologia e saúde, poderemos desenvolver sistemas e mobilizar a sociedade para enfrentar essa luta”, explicou Maltoni.

A OMS espera que dentro de 9 anos, os países consigam vacinar 90% das meninas com 15 anos contra o HPV, 70% das mulheres façam o teste de rastreamento aos 35 e 45 anos e que 90% das mulheres diagnosticadas estejam em tratamento contra o CCU. “Levantamento da Fundação do Câncer mostra que o Brasil ainda está longe desse objetivo tanto na vacinação contra o HPV, especialmente em meninos, quanto no rastreio, diagnóstico e tratamento do problema”, alertou o diretor-executivo da fundação.

Segundo ele, essa diferença é ainda maior no pós-pandemia. “Os dados levantados apontam que houve a redução de 42% na realização de exames preventivos no ano de 2020 em comparação com 2019. O objetivo da OMS é nosso também: diminuir e erradicar o câncer do colo de útero. E isso é possível através da realização das medidas preventivas e de campanhas educativas junto à população. Precisamos lutar agora também contra os atrasos que a pandemia gerou”, destacou.

“Temos números alarmantes, pois o câncer de colo do útero é a doença que mais mata mulheres por câncer no Norte. Ele também é o segundo em mortalidade por câncer em mulheres no Nordeste e o terceiro no Centro-Oeste. Temos menos casos e menos mortes no Sul e no Sudeste, o que reflete a política de atuação nessas regiões. Existem várias formas de prevenir essa doença e precisamos trabalhar nisso, pois ainda temos 35% dos casos diagnosticados no país em fase avançada”, comentou Flávia.

Segundo os especialistas, a principal alternativa para isso está na prevenção. Um exemplo disso é a necessidade de que meninos e meninas se vacinem contra o HPV antes de iniciarem suas vidas sexuais. “A vacina é séria e usada no mundo inteiro. Existe uma ideia errada por parte de algumas pessoas de que a vacinação poderia estimular a iniciação sexual mais precoce. Precisamos informar para as pessoas que a vacina é necessária e é segura para chegarmos mais perto dessa meta, avançando para a eliminação da doença. A vacina fecha a porta para o câncer  , afirmou a médica pesquisadora.

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