Após oito dias, família de autônoma morta em Itanhaém cobra: "onde estão os outros responsáveis?"

Por Santa Portal em 11/10/2021 às 13:24

(Foto: Arquivo pessoal)
(Foto: Arquivo pessoal)

Oito dias depois de Alessandra Tomie Watanabe Kokubun Fagundes, de 41 anos, ser vítima de latrocínio no centro de Itanhaém, a família luta por respostas sobre o paradeiro dos criminosos. Em entrevista ao Santa Portal, a prima Duyana Watanabe contou que as autoridades policiais já identificaram os responsáveis, mas que o mandado está demorando.

“Estamos pressionando para que o mandado saia urgente. Liguei para o delegado, que me contou que já sabem quem são os outros três envolvidos no crime. Não podem falar por conta de uma lei de proteção. Só prenderam duas pessoas até então, mas foram cinco contra uma mulher indefesa”, desabafou.

Duyana conta que Alessandra era perfeita, por isso a perda está sendo ainda mais sentida. “Ajudava todos, organizava tudo para quem amava, era o coração da família. Tinha muitos amigos…A morte dela foi a pior coisa que aconteceu em nossas vidas. Nem nos meus piores pesadelos poderia imaginar. Meu conforto seria pegar os culpados. Não vamos sossegar até estarem presos”.

Pais da vítima se pronunciam

Os pais de da vítima, os comerciantes Tamie Kokubun, de 69 anos, e Rita de Cássia Watanabe Yoshie Kokubun, de 63, pedem por justiça e querem entender as motivações dos criminosos.

“Estamos muitos tristes, a saudade é muito grande. O momento está sendo difícil para nós, especialmente para o meu marido, que a viu caída no chão, sem saber que era ela. É um choque”, disse Rita.

De acordo com ela, não há explicação para o que aconteceu, principalmente porque a cidade é calma e tranquila. “Queremos respostas não só pela minha filha, como também por outras famílias que perderam parentes. Recentemente, houve um latrocínio no bairro Suarão”, destacou.

Embora o momento seja triste, a fé predomina. Para a mãe, a filha está feliz onde está de ver tantas pessoas lutando por justiça. “Está sendo muito difícil, não nos conformamos que tenha ido embora tão cedo. Ela tinha muito para viver. Deus a levou embora, mas deixou muitas saudades na terra entre a família e os amigos”, disse.

Segundo Tamie, Alessandra era pura gentileza. “A qualquer momento, ela era só alegria. E a alegria foi embora. Mas eu acho que ela está olhando lá de cima por nós e trabalhando para que sejamos felizes. Ela está em um lugar melhor que nós. Quero que todo mundo ore para que fique mais contente do que estava aqui na terra”, declarou.  

“Eu sempre vou amá-la. Ela sempre vai viver dentro de mim. Era uma filha maravilhosa. Muita saudade. Que ela esteja com Deus e esteja sempre muito iluminada. Ela era linda de coração”, desabafou Rita.

O latrocínio em Itanhaém

Alessandra Tomie Watanabe Kokubun Fagundes foi vítima de latrocínio às 22h11 de sábado (2), na Praça Benedito Calixto, região central de Itanhaém. Cinco homens a cercaram durante um assalto e a balearam na cabeça.

A PM foi comunicada sobre disparos de arma de fogo e, no local, encontrou a vítima desacordada, ainda com sinais vitais. Ela foi socorrida à UPA do município, porém não resistiu.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), populares relataram que um VW Gol ocupado por cinco homens tentou realizar um assalto a vítima e disparou contra ela. Os bandidos levaram pertences da autônoma e também um veículo Tiggo 5X TXS, que posteriormente foi encontrado incendiado na Rua Vinte e Um.

Segundo testemunhas, após atearem fogo no carro, os criminosos seguiram em um VW Golf azul para a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega.

Suspeitos de cometer o latrocínio são presos

Dois dos cinco suspeitos do latrocínio da autônoma foram detidos na última segunda-feira (4), um em Itanhaém, e o outro em São Paulo.

Segundo apurado pelo Santa Portal, após uma denúncia, os policiais foram até a residência do pai de dois irmãos possivelmente envolvidos no latrocínio. O pai admitiu que os filhos participaram do crime, e informou que ambos tinham interesse em se entregar, porém um estava na Zona Leste de São Paulo.

Um comboio da polícia foi até o local e as equipes localizaram o menor de idade, que informou ter participado do latrocínio e admitiu ter efetuado o segundo disparo em Alessandra. Ele ainda disse que seu irmão tinha fugido, e que o autor do primeiro disparo foi outro menor de idade, que estaria em seu local de trabalho, uma farmácia em Itanhaém.

A polícia foi até o local informado, no Litoral Sul, e o outro menor foi encontrado. Ao ser questionado, ele admitiu a participação no crime, mas negou ter disparado contra a vítima, e disse ter sido o motorista durante a ação.

Ambas as confissões foram registradas em câmeras policiais, e os menores infratores foram conduzidos pelas equipes do 2° Baep ao 2° DP de Itanhaém. As cinco pessoas que participaram do crime já foram identificadas pela polícia, sendo três maiores de idade e dois menores, que foram apreendidos e levados à delegacia.

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