Família de PM morta em acidente pede que motorista vá a júri popular
Por Santa Portal em 09/10/2024 às 20:00
A família da soldado da Polícia Militar (PM) Bruna Magalhães Jurasky, de 36 anos, que morreu após ser atropelada em São Vicente, solicita à Justiça que o motorista Ruan Malavazi Gois, de 32 anos, seja levado a júri popular. Horas antes do acidente, Ruan postou um vídeo nas redes sociais consumindo bebida alcoólica.
Motorista embriagado que matou PM foi visto bebendo em festa antes de dirigir pic.twitter.com/3rr2aS8CEe
— #Santaportal (@Santaportal1) August 19, 2024
Bruna pilotava sua motocicleta pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em São Vicente, quando foi atingida pelo carro dirigido por Ruan, no dia 17 de agosto. A policial foi socorrida ao Pronto-Socorro de Cubatão, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Ruan, que dirigia sem habilitação, colidiu com a moto de Bruna após invadir a pista na contramão. Ele foi preso sob acusação de embriaguez ao volante e homicídio culposo (sem intenção de matar), sendo encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade. No entanto, ele obteve um alvará de soltura em 7 de setembro.
A família da vítima entrou com uma petição para que Ruan seja julgado em júri popular. O advogado da família, Gustavo Alves, atua como assistente de acusação no caso e solicita que o processo seja transferido da 2ª Vara Criminal de São Vicente para o Tribunal do Júri. O pedido também inclui a reclassificação do crime para homicídio com dolo eventual, quando o acusado assume o risco de causar a morte, mesmo sem a intenção direta de matar.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) emitiu um parecer favorável à solicitação, que agora aguarda a decisão da Justiça.
O que diz a defesa de Ruan
O advogado Fabio Hypolitto, que representa o acusado, acredita que a medida deve ser cuidadosamente ponderada. De acordo com Hypolitto, a defesa entende a importância da sociedade participar do processo, mas ressalta que cada caso possui suas peculiaridades e deve ser avaliado com base nas evidências processuais.
“Com relação à possibilidade do acusado ser levado a julgamento pelo tribunal popular conforme articula a assistência de acusação, a defesa acredita que tal medida deve ser cuidadosamente ponderada. Entendemos a importância da sociedade em participar do processo judicial, mas ressaltamos que cada caso possui suas peculiaridades e deve ser avaliado com base nas evidências processuais”, explicou o advogado.
Por fim, o advogado afirmou que o acusado está cumprindo todas as medidas cautelares impostas pelo juiz, demonstrando seu comprometimento com a justiça.
Relembre o caso
Uma soldado da Polícia Militar morreu em decorrência de acidente de trânsito, às 4h20 deste sábado (17), no km 285 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em São Vicente. Ela pilotava uma moto Yamaha Fazer e estava a caminho do trabalho, quando foi atingida pela Parati conduzida por Ruan Malavazi Gois. As razões do desastre ainda são investigadas, mas a suspeita é a de que o carro trafegava pela contramão.
Socorrida em estado grave por uma equipe de resgate da concessionária Ecovias e levada ao Pronto-Socorro Central de Cubatão, Bruna Magalhães Jurasky não resistiu aos ferimentos. Ele trajava roupas civis, portava uma pistola calibre .40 e estava a caminho da 4ª Companhia do 21º BPM/I, localizada na Avenida Joaquim Miguel Couto, na Vila Paulista, em Cubatão, para assumir o seu turno de trabalho.
O motorista da Parati estaria embriagado e foi autuado em flagrante por homicídio na Delegacia de São Vicente, sendo recolhido à cadeia. No bagageiro do carro estavam afixadas caixas de som e também havia outras no porta-malas. Esses equipamentos teriam sido utilizados em um evento durante a noite e madrugada, conforme informações apuradas preliminarmente. (EF)