Estudo para avaliar circulação do coronavírus será feito por amostragem em quatro etapas

CORONAVÍRUS – A pesquisa epidemiológica que identificará o nível de circulação na região do novo coronavírus, causador da Covid-19, será feita por amostragem, via sorteio, e terá quatro etapas a cada 15 dias para verificar a evolução da pandemia. Cada uma delas abrangerá 2.500 pessoas dos nove municípios da Baixada Santista, distribuídas proporcionalmente pelo número de habitantes ? em Santos, estima-se cerca de 600 participantes.

O assunto foi pauta de live no Facebook e Instagram realizada neste domingo (19) pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa e pelo médico infectologista Marcos Caseiro, da Secretaria de Saúde (SMS), à frente do estudo que abrangerá total de 10 mil pessoas da Baixada Santista.

Financiado pelo Condesb, a custo zero para os municípios, será desenvolvido em parceria com universidades locais e norteará um plano de retomada das atividades na Cidade. ?É algo inédito, um estudo sério e, com ele, teremos a verdadeira situação do percentual de pessoas que se infectaram. Os técnicos coletarão uma gota de sangue dos dedos de cada pessoa, que ainda preencherá um questionário detalhado?, explicou Caseiro.

O prefeito ressaltou a importância de subsídio técnico para a tomada de decisões. ?Santos tem mais de 80 mil pessoas acima de 60 anos. Seria uma irresponsabilidade abrir tudo, então, tomamos decisões ouvindo especialistas. A pesquisa, com previsão de resultado até 10 de maio, estabelecerá os próximos passos. Cada vez mais estamos perto de voltar às atividades, mas precisamos fazer com responsabilidade e pedimos que as pessoas tenham respeito às regras. É importante ter consciência coletiva?, disse o prefeito.

O estudo segue exemplo de pesquisa realizada pela Universidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Caseiro ressaltou ainda que se trata de doença de alta transmissão e mortalidade. ?A ciência não tem, nesse momento, outra alternativa. Não temos vacina nem medicação. Por isso, ela diz: isolamento social. Isso não é achismo, é o caminho que o mundo inteiro fez, pois uma vida não tem preço?, acrescentou o médico.

Plano de retomada
Dentro disso, Paulo Alexandre Barbosa também anunciou que está sendo elaborado um plano de retomada do comércio, conversando com todos os setores produtivos de Santos.

“Estamos fazendo isso para que seja possível, no momento certo, essa retomada. Mas será de uma outra forma. Há um mundo antes e outro depois do novo coronavírus. Ou seja, como serão as regras de distanciamento, de higienização, uso de máscaras e demais procedimentos de segurança. Precisamos de dados reais”, explica.

Por sinal, o Fundo Social de Solidariedade está cadastrando costureiras para confeccionarem máscaras de tecido. Elas serão remuneradas e o material, doado. O valor a ser pago por máscara produzida é de R$ 1,50. “Vamos produzir o maior volume possível de máscaras para que atenda toda a população”, afirma o prefeito. Quem tiver interesse é só mandar mensagem para o e-mail fundosolidariedade@santos.sp.gov.br.

Paulo Alexandre também comentou a respeito do início das atividades da UPA Zona Leste como hosçital de campanha, com 46 leitos, sendo 41 de clínica médica e 5 de UTI para o combate à pandemia, além dos centros de triagem.

O prefeito de Santos também falou sobre a entrega das cestas básicas ás famílias necessitadas. “Já distribuímos 5 mil nesta semana e estimamos 10 mil na próxima. Em um primeiro momento, entregamos para as famílias inscritas no Bolsa Família e no Cadastro Único. Agora vamos ampliar para outras faixas de públicos que tenham essas necessidades. Até o final de abril espeamos concluir”, detalha.

Outro assunto abordado foi o cartão alimentação, que seguirá o mesmo critério de entrega das cestas. Ele foi aprovado na Câmara Municipal de Santos. “São sete dias úteis para receber os cartões e até o fim do mês eles serão distribuídos nas escolas. Sabemos da burocracia e das etapas a serem cumpridas. Por isso, entregamos primeiro as cestas”, conta.