Escola de dança de Santos pode fechar após dona sofrer assalto via pix
Por Gyovanna Soares e Marcela Ferreira / Santa Portal em 24/12/2021 às 19:30
A Escola de Ballet Lúcia Millás corre risco de encerrar as atividades após 53 anos de tradição na dança, em Santos. A proprietária, Lúcia Millás, foi vítima de um assalto em que o criminoso levou seu celular e realizou diversas transferências bancárias, gerando um prejuízo de mais de R$ 100 mil, inclusive nas contas da escola.
O roubo aconteceu no dia 5 de outubro, às 9h30 da manhã, em São Paulo. Lúcia estava de carro acompanhada de uma amiga costureira e do filho quando, em um semáforo, um criminoso quebrou o vidro do carro e levou o celular que estava em um suporte no painel. O aparelho estava desbloqueado porque Lúcia usava o GPS. Sendo assim, o criminoso teve acesso aos aplicativos.
“Fiquei apavorada pensando no que poderia acontecer, mas jamais imaginei que eu tinha sido assaltada por uma quadrilha de especialistas. Verdadeiros especialistas, porque o que eles fizeram foi uma violência não física, mas moral”, desabafa Lúcia.
A proprietária da escola de dança relata que os criminosos agiram rapidamente, acessando diversas contas bancárias e fazendo transferências em seu nome. “Fizeram TEDs em meu nome e para mim mesma, passando de uma conta para outra, então os bancos não reconhecem”, explica.
Além dos mais de R$ 100 mil roubados das contas, o prejuízo foi ainda maior, já que os criminosos usaram o cheque especial, gerando dívidas para a vítima. Como os bancos não reconheceram o golpe, Lúcia agora irá processar as instituições financeiras.
Nas contas usadas pela escola de dança, havia taxas pagas pelos pais de alunos para o espetáculo de fim de ano, além de taxas de testes para a Royal Academy, escola internacional de dança, e mensalidades. “O pouco recurso que nós tínhamos guardado nessa conta foi embora, e claro, o cheque especial. Então, além deles tirarem todos os nossos recursos, eles ainda fizeram dívidas pra gente”.
O crime foi registrado na 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos e segue em investigação.
Dificuldades
Com a pandemia, a Escola de Ballet já andava com as atividades comprometidas e funcionava com dificuldades financeiras, mas ainda havia esperança de que, em 2022, tudo retornasse ao normal, e houvesse uma retomada. Agora, Lúcia Millás conta que por meio de uma ‘vaquinha’, quer criar um projeto social, para não fechar as portas dessa forma.
“Nós já tínhamos feito empréstimos, já tínhamos pego o auxílio do governo que nos foi concedido durante a pandemia, então nós estamos com muita dificuldade. Sinceramente, estou bem cansada, mas não vou fechar as portas porque eu acho que não quero terminar a minha escola desta forma. Agora, o que eu quero, é poder fazer um trabalho social, já que me deram oportunidade de levantar um um dinheiro, de criar essa vaquinha e pedir socorro. Além de poder levantar minha escola e continuar com ela, eu quero poder fazer um trabalho social”, conta.
Lúcia pretende levar a educação e a cultura por meio da dança a pessoas em situação de vulnerabilidade, criando profissionais e dando oportunidade àqueles que nunca tiveram essa chance. Para fazer sua doação e ajudar a escola de Ballet a se manter ativa, clique aqui.
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