22/08/2022

'Enteado' brasileiro de Elvis Presley visita Curitiba e quer tatuar capivara no pulso

Por Mônica Bergamo/Fohapress em 22/08/2022 às 15:54

Rogério Pallatta/SBT
Rogério Pallatta/SBT

Elvis morreu, sim, e Curitiba é melhor que Los Angeles. Quem afirma é o cantor Navarone Garibaldi Garcia, 35, uma espécie de “enteado póstumo” do Rei do Rock -ele é filho de Priscilla Presley, ex-mulher de Elvis, com o diretor e roteirista brasileiro Marco Garibaldi.

Navarone conheceu o Brasil e sua família brasileira há cinco anos. Diz ter se apaixonado pela “energia dos brasileiros” e pelas capivaras curitibanas -o primo dele, Giorgio Garibaldi Garcia, conta que o animal é comum no bairro em que os parentes paternos do músico moram, nas proximidades do Parque do Barigui, na capital paranaense. “Quero fazer uma tatuagem de capivara no pulso”, diz ele, entre risos.

“A melhor coisa que aconteceu em toda a minha vida foi conhecer o Brasil”, completa Navarone. O amor é tanto que ele pensa em se mudar de vez para o país. Depende da mulher, a suíça Elisa Achilli, com quem se casou no início deste ano. “Eu vou vir com ela da próxima vez. Se ela gostar daqui, nos mudamos para cá”, afirma ele em conversa com a coluna por videochamada, desde Curitiba.

Navarone é vocalista da banda de rock Them Guns e já até compôs uma música em português: “Reza por Chuva”. “Eu amaria tocar no Rock in Rio”, revela.

A história do encontro do músico americano com a sua família paterna é digna de uma novela brasileira. Até cinco anos atrás, Navarone tinha poucas informações sobre o Brasil -o seu pai não mantém relações com a família.

Os parentes daqui, por outro lado, já sabiam da existência de um primo gringo. Gianlucca -irmão mais novo de Giorgio- resolveu investigar nas redes sociais. Encontrou Navarone no Instagram e mandou uma mensagem: “Eu sou teu primo, por favor, responda”.

O americano desconfiou. Mas o parente mandou fotos antigas do pai dele com a família brasileira. O músico se convenceu e resolveu conferir de perto a história. Aterrissou no Brasil e, logo de cara, diz ter se dado bem com os parentes de quem quase nada sabia.

“Já foi ‘primo, te amo’, no primeiro abraço”, relembra Giorgio. Nem tudo, porém, deu certo nesta primeira incursão. Perto do fim de sua estadia em terras brasileiras, Navarone começou a se sentir mal. Foi quando ele revelou aos familiares que era viciado em drogas e estava em abstinência de heroína.

Pediu desculpas e prometeu voltar em outra oportunidade quando estivesse limpo. Assim que retornou a Los Angeles, pediu ajuda da mãe, Priscilla, para tratar da dependência. Foram 22 dias na casa dela praticamente sem dormir e sem comer, diz.

Mas cumpriu a promessa. Voltou ao Brasil no final de 2021. “Agora eu estou livre [das drogas]”, afirma. Nesta segunda passagem firmou um novo pacto: aprender a falar português. Novamente, conseguiu cumprir o desafio. Ou quase. Em oito meses, com a ajuda de um aplicativo para celular, avançou no idioma.

“Eu falo pouco, entendo muito”, diz em um português com forte sotaque. A sua temporada brasileira mais recente se encerra nesta segunda (21) após 17 dias. Da próxima vez que retornar, acompanhado da mulher, quer estar ainda mais afinado no português, já que pretende ter aulas com um professor.

Navarone não convive nem fala com pai. “Mas está tudo bem. Tenho os meus tios e meus primos brasileiros”, destaca.

Sobre Elvis Presley, ele fala pouco. Afirma que não ouviu muito sobre o Rei do Rock na infância. “Eu acho que o meu pai não gostava que a minha mãe ficasse falando sobre ele [Elvis] em casa.” Foi descobrir mais sobre o roqueiro conforme foi ficando mais velho.

E afirma que são ‘bobas’ as lendas e teorias que dizem que Elvis não morreu -a morte do roqueiro completou 45 anos no dia 16.

Ainda que Elvis não seja uma influência direta para a sua música, ele diz que o músico foi uma inspiração para muito dos artistas que admira. “E a minha esposa é muito fã do Elvis”, comenta, entre risos.

Navarone aponta as bandas Nirvana, Rolling Stones, The 1975 e Nine Inch Nails como as suas preferidas. Do Brasil, admite conhecer pouco o universo musical, mas é fã do Sepultura e de O Rappa.

Ele diz que ser roqueiro sempre foi seu sonho. Montou sua primeira banda aos 12 anos. Desde 2013, canta e toca guitarra no Them Guns, grupo composto por ele ao lado de Kyle Hamood (teclado), Chuck Holiday (baixo) e Jonny Tuosto (bateria). O primeiro álbum do conjunto, “From the Shadows”, foi lançado em 2017. “O segundo disco vai sair no fim deste ano”, diz.

Natural de Los Angeles, ele diz não ser lá muito fã da cidade que abriga Hollywood e as mansões dos principais artistas do cinema e da música de todo o mundo. “Eu não gosto de Los Angeles. Quero morar em Curitiba. É uma cidade limpa, com bons restaurantes e pessoas. Tenho mais amigos aqui no Brasil do que nos Estados Unidos”, argumenta. “Gosto das paisagens… e das capivaras”, acrescenta às gargalhadas.

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