Empresário de Santos que foi até o RS comenta experiência: 'cenário de guerra'
Por Marcela Morone em 16/05/2024 às 11:00
“Se tiver um teto em algum lugar para a gente se abrigar de uma chuva, a gente vai ficar e vai ajudar essas pessoas”. Isso foi o que o empresário de Santos Angelo Vilchez disse ao pousar na Base Aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul, no último dia 7. Vilchez foi até a cidade em um avião fretado com uma tonelada de mantimentos para auxiliar as vítimas das enchentes que devastaram a região no final de abril.
Acompanhado de um amigo, Angelo foi recebido por um cenário de guerra. “A gente chegou lá e viu o caos, uma destruição, uma devastação inigualáveis”, descreve. Além de distribuir mantimentos que conseguiu arrecadar, Angelo também auxiliou nos resgates.
Segundo ele, o cenário de guerra rapidamente se transformou num filme de terror. “Cada vez que a gente pegava o barco para ir nas águas, a gente acabava se deparando com cadáveres, animais mortos, um cheiro muito grande”, conta. A tragédia no Rio Grande do Sul causou, pelo menos, 151 mortes em 44 cidades, conforme o boletim divulgado na manhã desta quinta-feira (16). Ainda há 104 desaparecidos e 806 feridos.
O empresário conta que as cenas que encontrou nas ruas alagadas de Canoas deixaram marcas que não serão facilmente esquecidas. Os cadáveres humanos e de animais acabavam voltando à mente do empresário em sonhos que não o deixavam dormir, mesmo com o corpo exausto. “As horas passavam e você não conseguia apagar, mesmo com muito sono”, relembra.
Retorno
Angelo e o amigo passaram sete dias em Canoas, hospedados na casa de uma família com quem fizeram amizade. O empresário pretende voltar ao estado em 20 dias, quando o nível da água baixar. Ele conta que parou tudo em sua vida para coordenar doações de mantimentos.
“A hora que a água baixar é que vai se revelar um novo desastre. O que está debaixo da água a gente não está enxergando. Nós vamos voltar para lá, principalmente pra atuar na reconstrução”, conta.
Interessados em ajudar as vítimas das enchentes podem doar qualquer quantia para o CPF: 311.501.828-22. A verba será revertida na compra de mantimentos que serão entregues às famílias da Região Metropolitana de Porto Alegre.
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