Empregados da empreiteira Tomé paralisaram atividades
Por #Santaportal em 05/05/2014 às 20:12
Vinte e um dias após o encerramento de uma greve de 11 dias, entre 3 e 14 de abril, os 4.800 empregados da empreiteira Tomé paralisaram de novo as atividades, na manhã desta segunda-feira (5), em Cubatão.A empresa, junto com algumas subempreiteiras, presta serviços à Refinaria Presidente Bernardes (RBPC), da Petrobras, onde ocorreu a paralisação do mês anterior.
O principal motivo, agora, é o não pagamento de ajuda de custo para aluguel de alojamentos, onde dormem e descansam 60% desses trabalhadores.O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), Macaé Marcos Braz de Oliveira, explica melhor o problema.
Segundo ele, a maioria dos operários vem de outras cidades, estados e regiões do país, atraídos pela oportunidade de trabalho no polo industrial da Baixada Santista, principalmente na refinaria.Aqui chegando, eles são induzidos a assinar documentos dizendo que residem em Cubatão e são instalados em habitações coletivas no município e em outros da redondeza, como Guarujá e Praia Grande.
Os custos com a hospedagem e alimentação fora do horário de trabalho são, dessa forma, assumidos pelos trabalhadores, que reivindicam então a ajuda de custo.“Há anos essa história se repete”, explica o sindicalista. “Os companheiros assinam os papeis ludibriosos porque precisam trabalhar. A verdade é que as empresas e seus prepostos agem de má-fé”.
Outro problema motivador da greve e o chamado desvio de função, que consiste na obrigatoriedade do trabalhador exercer tarefas para as quais não foi contratado, sem receber por elas.Problemas com a folga de campo, que consiste numa espécie de licença remunerada para o trabalhador visitar eventualmente a família, nas cidades de origem, também colaboraram para a deflagração da greve.
Data-base
A greve foi proposta e aprovada pelos próprios trabalhadores, mas acatada imediatamente pela direção sindical, em assembleia, às 7 horas, na portaria da RPBC, para análise de contraproposta de campanha salarial.Com data-base em maio, os operários recusaram a correção salarial com base no INPC do período, de 5,62%, mais aumento real correspondente a 30% desse índice, ou seja, 1,68%.A mesma contraproposta será analisada pelos demais trabalhadores do polo industrial, em assembleia marcada para as 18h30 de hoje, segunda-feira (5), na subsede do sindicato em Cubatão.Às 7 horas desta terça-feira (6), na portaria da RPBC, haverá assembleia dos grevistas para definir sobre a continuidade ou não da paralisação.
Reivindicações
A campanha salarial envolve cerca de 10 mil operários, mas o problema dos alojamentos atinge principalmente os terceirizados da RPBC. A maioria dos outros reside na região.
As reivindicações foram aprovadas na assembleia de 7 de março e entregues às empresas no dia 27 daquele mês. A principal delas é o aumento real de 10% acima da reposição pelo INPC do mês.