25/12/2016

Em missa, Papa diz que Natal virou 'refém da mundanidade'

Por ANSA em 25/12/2016 às 10:56

IGREJA CATÓLICA – O papa Francisco celebrou na noite deste sábado (24) a tradicional “Missa do Galo”, que marca as comemorações da véspera de Natal, e disse que a data virou “refém” da mundanidade.

“Essa mundanidade fez o Natal de refém e precisamos resgatá-lo”, criticou o líder católico, referindo-se explicitamente às trocas de presentes que ocorrem na data. Mantendo a marca do seu Pontificado, a crítica ao consumo e ao materialismo, Francisco também afirmou que “Deus não está longe e que devemos procurá-lo nas coisas simples”.

“Deus está com nós. Ele não está longe, não devemos procurá-lo em nenhuma órbita celeste. Ele está perto de nós, fez-se homem e jamais deixará a Terra”, comentou. “Este é o ensinamento de sempre para encontrar Deus. A simplicidade frágil de um simples recém-nascido, Jesus. Deus está lá”, disse Francisco.

“Para encontrá-lo, precisamos andar por ali, onde ele está. Inclinar-se, abaixar-se, fazer-se pequeno”, pediu o Papa, solicitando humildade e simplicidade entre os católicos. “Faz bem deixar todas essas coisas para se encontrar na simplicidade de Jesus criança”, completou. No mesmo discurso, que fez parte da homilia da Missa do Galo, o Papa recordou alguns dos principais problemas que atingem o mundo, como a crise imigratória, o terrorismo e as guerras.

“Vamos nos deixar tocar pela criança do menino Jesus, mas também pelas crianças que não têm pais, pelas que vivem nos refúgios subterrâneos para escapar de bombardeios, no fundo de uma embarcação, das que não têm o direito de nascer, das que não têm nas mãos um brinquedo, mas sim, uma arma”, afirmou Jorge Mario Bergoglio.

A missa foi iniciada às 21h30 de Roma (18h30 no horário de Brasília), na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e contou com fiéis e representantes da Igreja Católica. Católicos de várias nacionalidades leram trechos da missa, em latim e em seus idiomas nativos. A celebração de Natal no Vaticano ocorre dois dias após a Prefeitura de Roma proibir a circulação de caminhões nas zonas históricas da cidade como medida contra terrorismo, ameaça que marcou todo o ano de 2016.

Como líder religioso, Francisco já fez vários apelos contra atentados terroristas, políticas xenófobas a imigrantes e contra o que ele chama de “Terceira Guerra Mundial”, a qual, segundo o Papa, o “mundo enfrenta atualmente hoje, conflitos espalhados”.

Papa fala de Síria e terrorismo em benção de Natal

O papa Francisco fez um apelo de paz “a todos os povos do mundo” neste domingo (25), em sua tradicional mensagem de Natal e benção “Urbi et Orbi”. Da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, o líder católico disse esperar que a “mensagem de Natal percorra toda a terra e atinja todos os povos, especialmente os feridos pelas guerras e conflitos, e que eles sintam mais forte o desejo da paz”. Francisco citou as principais zonas de guerra atualmente no mundo e pediu para que os líderes mundiais, políticos e religiosos se esforcem para estabelecerem acordos de paz e de respeito aos direitos humanos. “Paz aos homens e mulheres da golpeada Síria, onde tanto sangue já foi derramado, principalmente em Aleppo, palco nas últimas semanas de uma das batalhas mais atrozes”, disse o Papa.

“É cada vez mais urgente que se garanta assistência à esgotada população civil, respeitando o direito humanitário”, pediu Francisco, referindo-se aos confrontos registrados recentemente entre forças leais do ditador Bashar al-Assad e grupos rebeldes que controlavam a cidade de Aleppo. “Que as armas sejam depostas de maneira definitiva e que a comunidade internacional aja ativamente para alcançar uma solução negociada que restabeleça a convivência civil”, disse. Francisco também citou a Terra Santa, a África, ressaltando a situação da Nigéria, Sudão do Sul e da República Democrática do Congo. Ele se recordou ainda das crises na Ucrânica, Venezuela e Myanmar, pedindo paz.

“Paz a quem foi ferido ou perdeu uma pessoa querida por causa de atos hediondos de terrorismo, que disseminaram medo e morte no coração de tantos países e cidades”, afirmou. “Paz aos abandonados, excluídos, aqueles que sofrem de fome e a aqueles que são vítimas de violência”. Uma das principais bandeiras de seu pontificado, a crise de refugiados e imigrantes que atinge a Europa também apareceu no discurso de Natal do papa Francisco. “Paz aos refugiados e aos povos que sofrem com as ambições econômicas de povos e a ávida ganância do ‘Deus dinheiros'”. De acordo com a Santa Sé, cerca de 40 mil pessoas acompanharam a mensagem natalina de Francisco.

Ontem à noite (24), Francisco presidiu a “Missa do Galo”, que marca a celebração da véspera de Natal, na Basílica de São Pedro. Durante a homilia da missa, o Papa disse que o “Natal virou refém da mundanidade” e criticou as trocas de presentes e o consumismo nesta data.

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