Em 2022, mais de 780 animais foram encontrados sem vida em praias da região
Por Santa Portal em 03/02/2023 às 06:00
Cerca de 944 ocorrências envolvendo animais marinhos foram registradas em praias da Baixada Santista no ano passado. Destas, 783 correspondem a animais encontrados já mortos. As informações são do Instituto Gremar, responsável pelo Trecho 9 do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) – que compreende as praias de Bertioga, Guarujá, Santos e São Vicente
Entre os óbitos registrados, 198 eram aves, 138 mamíferos e 447 répteis. O número de animais resgatados com vida é quase cinco vezes menor: 161, sendo 104 aves, seis mamíferos e 51 répteis.
Os números representam um aumento de aproximadamente 26% em relação ao ano de 2021, que contabilizou 751 ocorrências com animais marinho no mesmo trecho, entre vivos (116) e mortos (635).
De acordo com o Instituto, colisões com embarcações, ingestão de resíduo sólido (lixo) e interação com petrechos de pesca e dragagem são as causas mais comuns das ocorrências.
Casos importantes
Em 2022, alguns casos se destacaram no dia a dia do Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, no Guarujá. Entre eles, a soltura de um filhote de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), que superou uma grave anemia após receber transfusão de sangue de uma tartaruga da mesma espécie.
O animal havia sido encontrado encalhado na Praia de São Pedro, em Guarujá, em setembro de 2021, com apenas 10 cm de carapaça e 300 g. Graças aos esforços da equipe do Gremar, a pequena tartaruga atingiu 39,2 cm de carapaça e 4,5 kg, retornando à natureza no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos no dia 30 de junho de 2022.
Outro momento marcante foi a soltura de dois maçaricos-de-papo-vermelho (Calidris canutos rufa), na Praia de Itaguaré, em Bertioga. As aves, que foram resgatadas em maio em praias de Praia Grande e Guarujá, pertencem a uma espécie considerada como “criticamente ameaçada” pela Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente.
O Instituto Gremar optou por realizar um teste de sexagem (DNA) para ampliar a coleta de dados sobre os indivíduos e, a partir das amostras, constatou-se que se tratava de uma fêmea e um macho. As aves também passaram por fisioterapia, receberam suplementação vitamínica e alimentação balanceada. O macho foi anilhado – pois a fêmea já dispunha de anilha – e o casal foi liberado para soltura também em junho de 2022.
Já no início de julho, um lobo-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis) foi resgatado na Praia do Iporanga, em Guarujá. O animal estava desnutrido, com dificuldade respiratória, diarreia e úlcera de córnea no globo ocular esquerdo. Após um mês em reabilitação, o lobo-marinho estava completamente recuperado e foi solto no Parque Estadual Marinho da Laje de Santo (SP).
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