Dupla Júnior & Cézar lança “Simplesmente” e consolida sucesso no sertanejo
Por Beatriz Pires em 21/08/2025 às 11:00
A dupla sertaneja gaúcha Júnior & Cézar lançou Simplesmente, o maior projeto audiovisual da carreira até agora. Dividido em três volumes, o trabalho reúne 11 faixas, marcando o retorno da dupla após uma pausa de quatro anos. Entre os destaques estão Fraquinho de Aparência, Marra ou na Garrafa e Choro Involuntário, além de duas músicas inéditas: Não te Deixo (Caixinha) e Picuinha, esta última em parceria com a dupla sertaneja Felipe e Rodrigo.
Simplesmente é o terceiro álbum da carreira de Júnior & Cézar. Outro marco importante é a faixa Clone, lançada em 2020, que se tornou o maior sucesso da dupla até o momento. Além de intérpretes, os irmãos também se destacam como compositores.
Em entrevista ao Santa Portal, Júnior e Cézar falaram sobre parcerias, novos projetos e como equilibram a relação familiar com a carreira artística.
O álbum Simplesmente é o maior projeto da carreira de vocês até agora. Como foi o processo de criação e produção desse trabalho tão especial?
Júnior: Foram quatro anos desde nosso último projeto, gravado em 2020. Em 2024, gravamos Simplesmente. Esse hiato, incomum de se ver, trouxe um grande peso emocional de muita luta, resiliência e crença nos nossos sonhos e no nosso trabalho. Foi um tempo importante para amadurecer o repertório, definir o caminho que desejaríamos seguir e manter nossa. Para este DVD, incluímos músicas com outras vertentes do romantismo, que gostamos muito de cantar, e também trouxemos uma experiência inédita em DVD: algo com energia de festa, diferente dos nossos projetos anteriores que eram mais intimistas.
E dessa vez vocês lançaram as músicas em três volumes antes de lançar o álbum completo. Qual foi a ideia por trás dessa estratégia de lançamento?
Júnior- Justamente por isso, acho que se a gente soltasse em EPs maiores, a gente não conseguiria extrair ao máximo o que as músicas podem oferecer. Então a gente decidiu, conjuntamente com o nosso escritório, diminuir as faixas lançadas por álbum pra conseguir extrair ao máximo esse repertório que a gente acredita muito.
Cézar- É exatamente, no mercado hoje o povo tá consumindo música de uma forma diferente.Tá tudo muito rápido, tá tudo muita informação. Então, como ‘Simplesmente’ foi um projeto tão sonhado e tão planejado, a gente gostaria que as pessoas ouvissem com mais carinho.E graças a Deus, vem dando muito resultado. A gente tem ido no show, as pessoas estão cantando.
A parceria com Felipe & Rodrigo na faixa Picuinha é destaque no álbum. Como surgiu essa colaboração e como foi trabalhar com eles?
Júnior- O Felipe e o Rodrigo são grandes amigos nossos, desde 2022. Eles ouviram a música em um intervalo no estúdio. Porque o nosso produtor é o mesmo, o Eduardo Pepato, então a gente tá sempre junto. E um dia a gente estava mostrando o nosso repertório pra eles, e aí eles falaram assim… “Oh, vocês não têm participação nenhuma nas músicas de vocês, né? Vão convidar pra cantar essa música”. Então ter eles junto com a gente nesse projeto, só engrandece.
Cézar- Tanto o Felipe quanto o Rodrigo, compraram muito a história da “Picuinha”. Então quando bate o santo com a música, ele continuou consumindo a música e mostrou pro Rodrigo e o Rodrigo também se apaixonou pela música. E eu acho que isso se reflete no resultado final. Naquele dia de gravação foi um dia incrível onde eles estavam muito felizes por nós também.
O produtor Pepato é um nome forte no cenário sertanejo. Como ele influenciou o som e a identidade do álbum?
Cézar- O Pepato dispensa comentários. A gente era muito fã dele antes de trabalhar com ele. Temos uma parceria de muitos anos. A gente começou com ele desde a primeira música lá no “Golzinho Quadrado” em 2018. O “Simplesmente” tem muito dele, porque ele nos ajudou demais no repertório. Tivemos muito tempo pra escolher as músicas a gente tem uma intimidade muito bacana. Então, não é só sobre o Júnior e Cézar. É sobre toda essa galera que trabalha com a gente.
Só por curiosidade, qual a música preferida de vocês desse álbum?
Júnior- É difícil demais escolher uma música desse DVD. Eu já tive um momento que eu gostei mais de “Inferno Astral”, hoje eu tô curtindo mais, “Picuinha” e “Pelo Sim, Pelo Não”.
Cézar- A “Caixinha” mesmo tá com a gente há seis anos. A “Fraquinha de Aparência” ficou cinco anos com a gente, tínhamos gravado a Fraquinha de Aparência no mesmo álbum de Clone, lá em 2020. Só que por conta da pandemia, a gente não conseguiu soltar.
Lembro quando o “Inferno Astral’ chegou pra gente eu fiquei escutando essa música umas cem vezes, eu chorava ouvindo ela.
Todas as músicas são muito especiais. E eu acho que o meu irmão pontuou bem que música é momento. Já tivemos um momento de Fraquinha de Aparência. Agora temos uma música que tá se destacando muito, que é “Na marra ou na Garrafa”. Vem tendo um resultado incrível no TikTok. Nesse momento, eu tô dividindo entre “Na marra ou na Garrafa” e “Picuinha”.
“Caixinha” e “Picuinha” são inéditas e já estão fazendo sucesso. O que vocês esperam que o público sinta e leve dessas músicas?
Cézar- A gente sempre curtiu um repertório mais alegre pra galera ir pra festa e dançar, e curtir mesmo. Muito do que a gente sempre curtiu cantar e ouvir também no sertanejo. A gente costuma dizer, o futuro é Deus pertence, que elas toquem o coração das pessoas.
“Picuinha “tem muito disso. Na minha opinião, ela retrata a história de todo casal brasileiro, que passa por aquelas perrengues.Ela brinca ali “amor, faltam 46 parcelas do carro.E a viagem que nós nem viajamos, tá todo mês o débito automático” . O brasileiro é isso, aquele povo que batalha, que sofre para conquistar as coisas, que não desiste nunca.
Acho que a galera que ouve mesmo ela vai criar essa identificação com ela também. Espero que ela seja uma grande música.
Júnior- A gente cantou muito tempo em casa de show, e a gente sempre ouvia o DJ tocar várias músicas que são um sucesso. Então, o nosso sonho foi que um dia nossas músicas tocaram antes da banda da noite.Essa animação também é pra galera ouvir na festa, na rua, pra galera num momento de descontração.
Agora eu quero saber quais são os planos futuros da dupla. Vocês planejam lançar mais músicas ou projetos nesse estilo audiovisual? O que vem depois do “Simplesmente”?
Júnior- Já temos planos para um novo álbum, Já estamos aqui ouvindo o repertório novo, para um novo projeto. Não tem nada confirmado ainda, mas ainda esse ano a gente deve estar gravando um novo projeto, audiovisual, o quarto projeto da nossa história aí. E a gente tá muito feliz, muito ansioso, animado com isso. As músicas do novo projeto também estão incríveis.
Cézar- É aquela batalha de todo artista. Tá sempre produzindo, sempre gravando, sempre ouvindo música nova e soltando música nova pra galera. E é entregar isso, tentar fazer parte da vida das pessoas de alguma forma.
Estamos desfrutando desse momento ao mesmo tempo, já pensando no futuro. A galera pode esperar que em breve vem novidades, vem trabalho novo, vem projeto novo. Também temos esse mês nosso primeiro show na Festa do Peão de Barretos, estamos muito ansiosos e muito emocionados.
Vocês têm alguma mensagem especial para o público que está conhecendo a dupla agora com esse novo álbum?
Cézar- A principal mensagem que a gente pode passar, é sobre ter muita fé em Deus. Sempre acreditamos no nosso trabalho. O “Simplesmente” é um projeto de resiliência, o último projeto foi gravado em 2020 e nós só conseguimos retornar a gravar em 2024. Passamos por muita coisa nesse intervalo de tempo. E é isso que a gente quer passar pras pessoas, vale a pena acreditar nos nossos sonhos.
Trabalhar em família pode ser um pouco complicado, como é a relação de vocês como irmãos dentro da parceria musical?
Júnior – A gente tem uma relação maravilhosa, de muito carinho e respeito. Somos só eu e ele. Nossos pais já são falecidos, eles sempre deixaram essa mensagem para nós, permaneçam unidos. E a gente tem esse sonho na música, temos essa sociedade pra vida. O meu casamento maior é com o meu irmão. A gente trabalha e sonha junto
Cézar- A gente perdeu os nossos pais muito cedo, perdi o meu pai quando tinha 13, meu irmão tinha 15. E a minha mãe eu perdi aos 24 anos, meu irmão tinha 16. A gente ficou órfão e nossos pais sempre passava isso pra gente, onde um vai, o outro vai também.Várias situações, assim, que foram unindo a gente desde criança. Tem muita gente que tem dificuldade com o irmão, não temos isso.
Não são só flores, a gente tem nossos pensamentos diferentes. Mas são algo que enfraquece. A gente procura respeitar o espaço do outro. E eu acho que, independente da irmandade, quando você tem respeito pelo próximo, eu acho que você consegue construir uma relação muito melhor.
Agora a gente vai finalizar. Se pudessem escolher uma parceria dos sonhos para o futuro, com quem seria?
Júnior – Somos muito fã de muitos artistas. A gente se criou ouvindo música nos anos 90, Leandro Leonardo, Bruno Marrone. Temos várias referências, artistas novos também, dessa nova geração, a gente ama Jorge e Matheus, Henrique Juliano. E com certeza é um sonho gravar com todos que eu pontuei aí.
Se Deus quiser, um dia a gente vai realizar isso aí. E vai ser muito massa.
Cézar- E tem outros também, Gusttavo Lima, Luan Santana, tem vários artistas que a gente gosta muito. E seria uma honra, estar trabalhando junto.