Depoimentos para o processo de impeachment de Suman são agendados
Por Santa Portal em 26/10/2021 às 16:23
Todos os depoimentos que farão parte do processo de impeachment do prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSDB), já foram agendados. O primeiro, marcado para 3 de novembro, às 9h, é do presidente do diretório do PDT em Guarujá, José Manoel Ferreira Gonçalves. Aliás, ele é o autor do pedido de impeachment do prefeito.
“Nós estaremos com documentos nas mãos, o inquérito policial que levou ao momento do Ministério Público fazer a denúncia, que levou à Justiça e à prisão do prefeito. Solicitamos inclusive que constem nos autos do processo”, afirmou Gonçalves.
A Prefeitura de Guarujá informou por meio de nota que aguarda as deliberações da Comissão Processante por parte da Câmara Municipal.
De acordo com a Câmara de Guarujá, “os nomes somente serão divulgados após as notificações para que não comprometa o andamento da comissão”.
Por fim, a Câmara de Guarujá ainda não confirmou se haverá transmissão ao vivo pelas redes sociais.
Comissão Processante do Impeachment
Além do pedido do PDT, a Câmara também recebeu outra denúncia, de um grupo de advogados, pedindo a cassação do prefeito e do secretário, que foi rejeitada por 9 votos a 8.
Segundo comunicado da Câmara, os participantes da comissão sorteados foram Sirana Bosonkian (PTB), Fernando Martins dos Santos (MDB) e Edmar Lima dos Santos (PP). Dentro de 90 dias, os vereadores irão concluir a investigação, a partir da data em que se efetivar a notificação do investigado.
As suspeitas de irregularidades estão ligadas à Operação Nácar-19, deflagrada pela Polícia Federal no último dia 15, em ação integrada com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU). Há indícios de fraudes na contratação da OS pela Prefeitura de Guarujá.
Operação Nácar-19
A Operação Nácar-19, da PF, combate desvios de recursos destinados à saúde no município de Guarujá. A investigação tem como objetivo o combate de possíveis crimes de desvios de recursos públicos e outros crimes correlatos, praticados por grupo criminoso, inclusive, envolvendo verbas federais destinadas ao enfrentamento da pandemia da covid-19.
Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão nos municípios de Guarujá, São Bernardo do Campo, São Paulo e Nova Iguaçu. Participaram da deflagração 125 policiais federais e 6 auditores da CGU. Durante as buscas foram apreendidos quase R$ 2 milhões em quatro endereços relacionados aos investigados.
Dentre as medidas determinadas pela Justiça Federal, estão o bloqueio de mais de R$ 7 milhões de bens e valores de envolvidos.
Os investigados podem responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas, se somadas, podem variar de 12 a 46 anos.