Defesa vê 'surpresa' em prisão de homem que contratou ônibus para atos antidemocráticos

Por Santa Portal em 26/10/2023 às 06:00

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A defesa do representante comercial Walter Parreira, preso nesta quarta-feira (25) durante a 19ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, disse ainda não saber as circunstâncias que resultaram no mandado de prisão contra ele.

Ele ficou na mira da PF após aparecer como o suposto contratante de um ônibus que saiu de São Vicente para Brasília, em 7 de janeiro. Em vídeos divulgados nas redes sociais, Parreira mostrou a sua participação nos atos antidemocráticos.

“Como os senhores (da imprensa) sabem, o inquérito é federal e tramitou em Brasília. Nesse momento ainda não tivemos acesso ao processo, então não sabemos quais acusações que pesam contra ele. Não temos ainda o teor da ordem de prisão, o que motivou essa ordem por ora expedida pelo ministro do Supremo, Alexandre de Moraes. Sabemos que tem a ver com um inquérito referente aos atos do dia 8 de janeiro, mas não temos nenhum outro detalhe ainda”, disse o advogado de Parreira, Augusto Cesar Cardoso Migliori, em entrevista ao Santa Portal.

O defensor do representante comercial se mostrou surpreso com a detenção de seu cliente. “Não se aguardava uma ordem de prisão em face do Walter agora, tanto tempo depois daqueles atos que ocorreram no início do ano. Pelo caráter sigiloso é surpreendente. Por isso a gente quer entender a dinâmica da ordem de prisão”, revelou.

Parreira foi conduzido ao Centro de Detenção Provisória de São Vicente. Ele vai passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (26), no Fórum de Santos.

Entenda o caso

Polícia Federal deflagrou, nesta quarta, a décima nona fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os fatos ocorridos em 8/1, em Brasília. Santos é uma das cidades-alvo das medidas judiciais.

Em Santos, o mandado foi contra o representante comercial Walter Parreira, que foi conduzido ao Centro de Detenção Provisória de São Vicente.

Parreira é formado em História e Publicidade e fundador do grupo Trincheira Patriótica de Santos, que esteve à frente das grandes mobilizações na Baixada Santista.

Na ocasião do atentado, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas instituições.

Policiais federais cumprem medidas judiciais em relação a 12 investigados, sendo cinco prisões preventivas e 13 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Além de Santos, as medidas estão sendo cumpridas em Cuiabá (MT), Cáceres (MT), São Gonçalo (RJ) e em Brasília (DF).

De acordo com a Polícia Federal, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.

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