Corpo achado em Santos com vários tiros é de policial civil e lesões indicam tortura

Por Santa Portal em 24/08/2022 às 10:54

Corpo achado em Santos com vários tiros é de policial civil e lesões indicam tortura
Corpo achado em Santos com vários tiros é de policial civil e lesões indicam tortura

A Polícia Civil está de luto. O corpo encontrado com diversas marcas de tiros e com uma corda enrolada entre as mãos e as pernas, na segunda-feira (22) à noite, em uma ciclovia na Caneleira, Zona Noroeste de Santos, é do papiloscopista Marcelo Gonçalves Cassola. A vítima apresentava marcas de tortura, em uma ação que chama a atenção pela brutalidade e explícita sensação de impunidade dos criminosos, ao abandonarem o cadáver em local público.

Quis o destino que o reconhecimento do corpo fosse feito por meio das suas impressões digitais por colegas da carreira do próprio Cassola, lotados no Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD), na Capital. A vítima chefiava o setor de identificação no Palácio da Polícia, no Centro de Santos, e integrava a diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Santos e Região (Sinpolsan).

Cassola tinha 50 anos. Era casado e deixa dois filhos, de 1 e 5 anos. O sepultamento será às 15h30 desta quarta-feira (24) no Cemitério São Sebastião, em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, onde reside a sua mãe. O velório acontece na Santa Casa de Santos nesta manhã. O Sinpolsan divulgou por nota que o policial foi “covardemente assassinado, trazendo dor, revolta e sofrimento” à família, aos amigos e colegas.

Informações de colegas dão conta de que a vítima foi “zoada” (referência à tortura sofrida). O papiloscopista apresentava mais de 30 marcas de tiros de armas como fuzil e pistolas calibres 9 milímetros e ponto 40. O corpo foi achado na ciclovia da Avenida Francisco Ferreira Canto, na Caneleira, por volta das 21h30 de segunda-feira, nas imediações do Estádio Espanha, do Jabaquara Atlético Clube.

Desde julho, o abandono de corpos em ruas e avenidas na região se tornou frequente. A maioria das 13 vítimas apresentava marcas de tiros e tinha cordas enroladas nas mãos e pés, indicando prévia tortura. Nenhum caso, por enquanto, foi elucidado, em época em que a direção da Polícia Civil na região cobra rigor das suas equipes na repressão aos jogos de azar. Antes do papiloscopista, houve o assassinato do ex-agente penitenciário Edson da Silva Oliveira, em Cubatão, na última sexta-feira (19).

Também chamou a atenção a execução dos irmãos Lucas e Paulo de Oliveira Rocha, respectivamente, de 20 e 22 anos. Sem marcas de tiros, excepcionalmente, as vítimas apresentavam diversas facadas. Os jovens tiveram os corpos colocados em sacos, abandonados na Avenida Francisco Manoel, em frente ao Centro de Treinamento do Santos e próximo à Santa Casa, na madrugada do dia 1º de julho. (EF)

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