Com saída de Carille, Santos tem média de um técnico a cada 3 meses na gestão Rueda

Por Rodrigo Martins em 18/02/2022 às 16:04

Montagem Santa Portal/Fotos: Divulgação Santos FC
Montagem Santa Portal/Fotos: Divulgação Santos FC

O Santos demitiu nesta sexta-feira (18) o técnico Fábio Carille, após a derrota por 3 a 2 para o Mirassol, na noite de quinta (17), pelo Campeonato Paulista. Com a saída de Carille, a gestão do presidente Andrés Rueda promove a quarta troca de treinador, em apenas 13 meses de gestão – média de praticamente um técnico a cada três meses.

Quando Rueda assumiu o comando do clube, em janeiro do ano passado, Cuca era o treinador da equipe. Ele levou o Peixe até a final da Copa Libertadores da América de 2020 – disputada em 30 de janeiro de 2021 –, mas com a perda do título para o Palmeiras, no Maracanã, Cuca optou por deixar a Vila Belmiro ao final do Brasileirão 2020, que terminou em fevereiro de 2021.


Foto: Ivan Storti/Divulgação Santos FC

Sem Cuca, que acertou a sua ida para o Atlético-MG ao final daquela temporada, a diretoria santista tentou repetir o que foi feito em 2019 com Jorge Sampaoli e recorreu a um argentino para dirigir o time. Ariel Holan, que havia sido campeão chileno com a Universidad Católica, foi o escolhido da cúpula alvinegra.

Holan viu o Santos se desfazer de peças importantes da espinha dorsal da equipe, com as saídas do zagueiro Lucas Veríssimo para o Benfica (Portugal), do volante Diego Pituca para o Kashima Antlers (Japão) e do atacante Soteldo para o Toronto (Canadá).

Decepcionado com a falta de reforços, por causa do transfer ban, e com a crescente pressão da torcida por melhores resultados, Ariel Holan decidiu pedir demissão em 26 de abril, um dia após a derrota do Peixe para o Corinthians, na Vila Belmiro, pelo Paulistão. Torcedores jogaram rojões em frente ao apartamento do argentino, que optou por deixar o clube com apenas dois meses de trabalho.


Foto: Ivan Storti/Divulgação Santos FC

O auxiliar da comissão permanente, Marcelo Fernandes, assumiu interinamente o comando e teve a missão de salvar o Alvinegro Praiano do rebaixamento no Estadual.

Fernando Diniz chegou em maio ao clube, com a missão de reconstruir o time, aliando a aposta na promoção de jovens talentos, com um estilo de jogo ofensivo. Diniz, entretanto, jamais caiu nas graças do torcedor. A goleada sofrida para o Flamengo, por 4 a 0, em plena Vila Belmiro, aumentou a pressão pela sua saída. A queda veio após a derrota para o Cuiabá, por 2 a 1, no dia 5 de setembro, na Arena Pantanal.


Foto: Ivan Storti/Divulgação Santos FC

Sem Diniz, Rueda mudou a rota e, depois de escolher dois técnicos tidos como ofensivos, a aposta foi em Fábio Carille, treinador conhecido por montar equipes mais pragmáticas e com solidez defensiva.

Carille demorou para embalar e chegou a estar ameaçado de demissão na metade do segundo turno do campeonato, mas ele conseguiu encaixar uma boa sequência de resultados, que afastaram o Peixe da zona de rebaixamento. O Santos terminou o Brasileirão em décimo lugar.

Após o empate com o Cuiabá na Vila, no último jogo do ano passado, Carille cobrou reforços da direção. Para o técnico, o Peixe precisava contratar seis reforços “que viessem para jogar”, visando qualificar o elenco e tornar o time mais competitivo.

No entanto, o Santos contratou apenas três reforços antes do começo da temporada: o zagueiro Eduardo Bauermann, além dos meias Bruno Oliveira e Ricardo Goulart – o último foi o maior investimento do clube para 2022. O lateral-direito Auro foi a quarta contratação, mas ele chegou no início desta semana e ainda não fez a sua estreia.

Com covid-19, Carille perdeu os primeiros jogos do Campeonato Paulista. Ele não esteve no banco no empate com a Inter de Limeira na estreia, fora de casa, e nem na derrota para o Botafogo de Ribeirão Preto na Vila Belmiro.

A primeira partida do comandante na temporada foi a vitória de virada sobre o Corinthians, por 2 a 1, em plena Neo Química Arena. Marcos Leonardo, com dois gols, brilhou no triunfo santista no estádio corintiano.


Foto: Ivan Storti/Divulgação Santos FC

Porém, ao invés de embalar, o Peixe mostrou a mesma irregularidade do início do Paulistão. A equipe empatou com o Guarani, em Campinas, mas viu o goleiro João Paulo ser bombardeado e fazer alguns ‘milagres‘ para garantir o 1 a 1 no placar.

Na rodada seguinte, o Alvinegro abriu o placar com Marcos Leonardo, diante do São Bernardo na Vila, mas permitiu o empate ao time do ABC Paulista no segundo tempo. Irritada, a torcida vaiou o time ao final do jogo.

Contra o Ituano, no último domingo (13), a equipe oscilou novamente e somente chegou a vitória por 2 a 1, com um gol de Ricardo Goulart perto do final do duelo.

Sem regularidade, o Santos voltou a sofrer diante do Mirassol, na cidade do interior paulista. O Peixe foi atropelado no primeiro tempo e foi para o intervalo perdendo por 3 a 0. Carille ainda chegou a mexer na equipe, que reagiu e encostou no placar, mas acabou sendo derrotada por 3 a 2.

O primeiro tempo apático em Mirassol e, mais uma vez, a irregularidade do time dentro da partida levou a diretoria a convocar uma reunião para esta sexta, quando os dirigentes decidiram pela demissão de Carille.

Agora, o Peixe terá de ir ao mercado em busca de um técnico que possa elevar o patamar da equipe. Porém, com a política de austeridade financeira imposta por Rueda, o Santos terá dificuldades se quiser contratar um treinador de ponta para dirigir o time na sequência da temporada.

Enquanto isso, Marcelo Fernandes dirige a equipe interinamente no clássico contra o São Paulo marcado para domingo (20), às 18h30, na Vila Belmiro. O confronto é válido pela oitava rodada do Paulistão.


Foto: Ivan Storti/Divulgação Santos FC

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.