06/08/2020

Com novo PDZ, Santos tem potencial para repetir tragédia de Beirute

Por #Santaportal em 06/08/2020 às 12:03

AMEAÇA EM POTENCIAL – A Cidade de Santos corre o risco de sofrer uma tragédia como a que se abateu sobre Beirute esta semana. Pelo menos em relação ao potencial destrutivo das substâncias que são transportadas e armazenadas diariamente no Porto de Santos. O alerta é do engenheiro Áureo Pasqualetto, da Unisanta. “Até por causa do sucesso de nosso setor agrícola, é enorme a quantidade de produtos agrícolas, incluindo fertilizantes, que passam – chegando ou partindo – pelo nosso Porto”.

Entre esses produtos, que são matérias-primas para os fertilizantes, estão no nitrogênio, o fósforo, o potássio e o enxofre. “Este último tem combustão espontânea. Ou seja: pega fogo sozinho”. O que explodiu no Líbano, nitrato de amônio, é muito explosivo, é inclusive usado na mineração e precisa ser tratado com muito cuidado. Temos aqui na Baixada outros locais onde é armazenada a amônia e são também pontos que merecem toda a atenção. Não estou dizendo que vão dar problemas mas que existe potencial para isso”.

A chegada desse fertilizante é um processo que desperta preocupação no especialista. “São dois pontos de descarga desses produtos, um na margem esquerda, em Guarujá, e outro, aqui em Santos, que o novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Santos amplia. Essa ampliação segue a lógica da produção mas não leva em consideração que, na região de Outerinhos, na Vila Nova. Uma área na qual moram 50 mil santistas, na qual há diversas instituições de ensino para as quais fluem milhares de jovens, onde há um hospital (o Estivadores) e que também é próxima do Terminal de Passageiros dos transatlânticos, que já chegou a movimentar um milhão de pessoas. E não é uma coisa que está a um quilômetro de distância. É do outro lado da rua”, alerta.

Um acidente neste local poderia provocar uma reação em cadeia e, tendo como referência o alcance da destruição na capital libanesa, seriam atingidos diversos bairros de Santos e também áreas de São Vicente, Guarujá e Cubatão.

Beirute
O caso aconteceu na última terça-feira. Uma enorme explosão – a segunda de duas – abalou a capital libanesa, acompanhada por outras menores. As causas ainda não foram confirmadas, mas o presidente Michel Aoun informou que durante os últimos seis anos estiveram armazenadas, sem condições de segurança, em um armazém do porto, 2.750 toneladas de nitrato de amônia, produto químico utilizado em fertilizantes e bombas. O número de mortos na tragédia chegou a 135 e há mais de 5 mil feridos. A devastação provocada pela explosão teria destruído quase metade da capital, Beirute. Na imagem abaixo, um registro de como o porto da cidade ficou após a explosão. 

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