05/06/2021

Cineasta Paulo Thiago morre neste sábado, aos 75 anos

Por Santa Portal em 05/06/2021 às 14:44

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O produtor e diretor de cinema Paulo thiago faleceu na madrugada deste sábado (5), aos 75 anos, após sofrer uma parada cardíaca, decorrente de uma doença hematológica. Ele estava internado no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, desde o dia 7 de maio.

Paulo deixa a família com quem compartilhou sua paixão pelo cinema. Sua esposa Gláucia Camargos é produtora, seus filhos Pedro Antonio, cineasta, e Paulo Francisco, músico.

O cineasta dirigiu longas importantes como “Vagas para moças de fino trato” (1993), “Policarpo Quaresma, herói do Brasil” (1997), “Orquestra dos meninos” (2008), “Jorge, um brasileiro” (1989) e “Sagarana, o Duelo” (1974), que foi o representante do Brasil na Competição Oficial do Festival de Berlim. 

Paulo é um dos poucos cineastas do Brasil agraciado com o Prêmio da FIPRESCI, pelo seu primeiro filme “Os Senhores da Terra”. 

Foi produtor atuante com obras que marcaram o início dos anos 80 no país, produzindo os longas “O bom burguês” (1982), de Oswaldo Caldeira; “Beijo na boca” (1981), de Paulo Sérgio Almeida; e “Engraçadinha” (1981), de Haroldo Marinho Barbosa.

Paulo Thiago foi um homem do cinema, respeitado e ouvido pelos colegas, participando intensamente do movimento em prol do crescimento dessa arte no país. Foi Presidente do Sindicato da Indústria Cinematográfica e Audiovisual do Rio de Janeiro (SICAV) e da Associação Brasileira de Produtores Cinematográficos, e um dos fundadores da Associação Brasileira dos Cineastas. 

Mas não só um homem de cinema. Apaixonado pelas palavras, Paulo Thiago esteve envolvido com a adaptação para o cinema de livros e peças importantes como “Policarpo Quaresma” de Lima Barreto. Aos 23 anos, interessado na arte da escrita, ouve do escritor Antônio Callado que “romance é arte para depois dos 40”. Acaba seguindo o conselho e lança seu primeiro livro, “Cassino de Sevilha”, depois dos 50. “A poesia é a arte da juventude, mas o romance é a arte da memória, exige vivência”, disse em reportagem ao jornal O Globo, na época do lançamento.

Paulo Thiago nasceu em Vitoria, Espírito Santo, em 8 de outubro de 1945. Foi morar no Rio de Janeiro aos 5 anos de idade, e aqui viveu intensamente todas as ondas culturais que tiveram a cidade como palco. Na adolescência, foi aluno de violão de Roberto Menescal, e se aproximou da turma da Bossa Nova. Compôs com Zé Keti e Sidney Miller a música “Queixa”, que conquistou o terceiro lugar no Festival da Canção da TV Record em 1965.

Estudou Economia e Sociologia Política na PUC do Rio. Mas se encantou com o cinema nas sessões da Cinemateca do Museu de Arte Moderna e do Cine Paissandu, que formou gerações de cineastas. 

Paulo Thiago será velado hoje, 5 de junho, somente por familiares.

Atualmente se preparava para rodar Rabo de Foguete, baseado na obra de Ferreira Gullar, e um documentário sobre o grupo musical MPB4.

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