07/05/2022

Cidades da Baixada Santista têm baixa adesão a vacinação contra a poliomielite

Por Santa Portal em 07/05/2022 às 07:30

Arquivo
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As cidades da Baixada Santista estão com baixa adesão a vacinação contra a poliomielite, que está erradicada do Brasil desde 1994. Santos, São Vicente, Guarujá, e Bertioga informaram ao Santa Portal que estão com menos de 95% do público-alvo imunizado, meta de alcance da campanha no país. O vírus pode causar paralisia irreversível, principalmente em crianças com menos de cinco anos de idade.

No primeiro quadrimestre de 2022, a Secretaria de Saúde de Santos registrou 78,9% de cobertura vacinal, índice considerado baixo pelo Ministério da Saúde. Já Guarujá, teve o segundo melhor ranking: o município completou 76%, com 2.070 doses aplicadas no quadrimestre deste ano.

Das cidades que informaram os dados, Bertioga foi a que teve menor adesão a campanha, chegando a 44,21% de imunizações. Em seguida, vem São Vicente, com 45,42% do público-alvo vacinado neste ano. O valor é menor que o mesmo período do ano passado, que foi de 68,85%.

Praia Grande não divulgou o percentual, mas afirmou que em 2022 foram aplicadas até o momento 4.123 doses da vacina da pólio inativada (dedicada aos recém nascidos) e 3.132 doses da vacina da pólio oral (crianças acima de 1 ano).

A cidade de Mongaguá afirmou que os dados desse ano ainda estão sendo computados, e que aguarda informações do Ministério da Saúde a respeito da realização de campanhas. No entanto, a administração municipal informou que em 2021, mesmo sem campanha devido a pandemia, vacinou 720 crianças com menos de um ano, 720 crianças para o primeiro reforço e 861 crianças para o segundo reforço.

Cubatão também só informou dados do último ano. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o índice é de 31,97% em 2021.

As cidade de Itanhaém e Peruíbe não responderam a solicitação.

A doença

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda causada pelo poliovírus selvagem responsável por diversas epidemias no mundo. Ela pode provocar desde sintomas como os de um resfriado comum a problemas graves no sistema nervoso, como paralisia irreversível.

No Brasil, duas vacinas diferentes são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a imunização da pólio: a inativada e a atenuada. A vacina inativada deve ser aplicada nos bebês aos 2, 4 e 6 meses de idade. Já o reforço da proteção contra a doença é feito com a vacina atenuada, aquela administrada em gotas por via oral entre os 15 e 18 meses e depois, mais uma vez, entre os 4 e 5 anos de idade. 

Em fevereiro, autoridades do Malawi, na África, que declararam um surto de poliovírus selvagem tipo 1, após a doença infecto-contagiosa ser detectada em uma criança de 3 anos. A menina sofreu paralisia flácida aguda, uma das sequelas mais graves da enfermidade, a qual, muitas vezes, não pode ser revertida. 

O último caso de poliomielite no país africano havia sido notificado em 1992, e a África toda declarada livre da doença em 2020. A cepa do vírus responsável por esse caso está geneticamente relacionada à cepa circulante no Paquistão, um dos dois países do mundo, junto com o Afeganistão, onde a pólio continua endêmica.

Com isso, um novo alerta se acendeu no Brasil, devido à baixa adesão à campanha, conforme informado pela Fiocruz. Apesar da gravidade das sequelas provocadas pela pólio, o Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de 95% do público-alvo vacinado, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença. 

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